Mano explica desentendimento com Marcelo no empate do Fluminense: "Ouvi uma coisa que não gostei".
Time fica no 2 a 2 com o Grêmio e segue próximo da zona de rebaixamento.
Entrevero gerou debate por rescisão do lateral com o Tricolor.
O empate sofrido no fim do jogo com o Grêmio deixou marcas no Fluminense.
Na décima segunda colocação, o time parou nos 37 pontos na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, abrindo a trigésima segunda rodada, apenas 3 acima da zona de rebaixamento.
Além do resultado, ainda houve um desentendimento entre o técnico Mano Menezes e o lateral-esquerdo Marcelo que culminou em conversas sobre uma possível rescisão do lateral.
"Eu iria colocar Marcelo naquela hora, mas ouvi uma coisa que não gostei e mudei de ideia. Coloquei o JK na beirada, é um jogador de força para você ter uma saída. Sempre tivemos uma saída. Não acho que foi porque ele entrou que o time teve qualquer tipo de problema. Não é fácil entrar naquela hora do jogo, você sabe disso, é um fechamento do jogo. Ele, aliás, não estava entrando para resolver problema nenhum, ele estava entrando para manter aquilo que a gente estava tendo. E faltava dois, três minutos para acabar o jogo", disse Mano.
"Naquela hora quando você entra, você entra pra fechar o jogo, não tem jeito, né? Então, qualquer jogador, quando você vai colocar nos minutos finais, você fala pra ele que ele tá entrando para o fechamento de um jogo. O jogador sabe disso. Mas a questão a gente vai resolver internamente. Obrigado".
O jogo também terminou tenso devido a uma série de cartões amarelos a jogadores pendurados, que vai causar cinco desfalques contra o Internacional.
Felipe Melo, que estava no banco de reservas, foi expulso por ter feito sinal de roubo ao reclamar do pênalti de Fábio em Arezo.
O jogo que parecia caminhar para uma tranquilidade com a vitória criou um clima tenso na reta final.
Os 3 pontos seriam cruciais para o Fluminense abrir vantagem da zona de rebaixamento e ganhar fôlego na reta final do Campeonato Brasileiro.
"Ao meu ver era para estarmos comemorando mais uma vitória aqui e só não estamos comemorando por essas coisas do futebol. Jogamos ao meu ver para estabelecer um placar de quatro pelas chances claras que tivemos. Tivemos mais duas, três chances cara a cara. Tivemos uma com o Lima, tivemos uma com Nonato, tivemos um bom controle de jogo durante quase que toda a parte do jogo. Tomamos a iniciativa, assumimos a responsabilidade, fizemos um bom jogo. Mas na hora do fechamento dele, uma bola longa, despretensiosa. No meio do trajeto, o jogador do Grêmio meio que se livrou da bola, jogou ela para dentro da área e o árbitro marcou o pênalti aí nessa nessa última bola do jogo e a gente toma o gol no finalzinho de novo e sai com esse sentimento de frustração porque o time jogou para merecer outro resultado".
"Por que que elas ainda acontecem? Talvez porque a gente quando perde alguns jogadores importantes como o Ganso, como jogadores que retêm mais a bola, o jogo fica um pouquinho aleatório demais, e o jogo aleatório pode ser a teu favor, pode ser contra mas não pode ficar aleatório quando a gente está vencendo ele. A gente tem que ter, acho que já falei com isso sobre maturidade, segurar um pouco mais a bola, mas hoje nem tomamos pressão de nada. O Grêmio jogou uma bola longa, nós jogamos a bola na frente, mas a bola também não era uma bola tão fácil de segurar, a bola entrou nas costas do John Kennedy, e eles rebateram a bola, a bola entrou e todo mundo jogou. É duro, mas temos que ter ensinamentos em cima de situações como essa exatamente para a gente não deixar acontecer de novo", disse Mano.
O Fluminense volta a jogar na próxima sexta-feira, contra o Internacional, no Beira-Rio, pela trigésima terceira rodada do Campeonato Brasileiro.
Outras respostas:
Sobre a indignação do Felipe Melo após o pênalti: "A indignação é um somatório do momento, da frustração que você traz junto, você leva junto. É um lance em que o jogador joga a bola de cabeça... Ele e o Fábio, a trombada seria inevitável, né? Mas o Fábio estava com a perna aberta. Então eu acho que a gente também tem que entender que por mais duro que seja, por mais necessário que seja, o Fábio ampliou o corpo, né? E o árbitro marcou. Talvez poderíamos reclamar do excesso de acréscimo, que num jogo em que a gente jogou o tempo inteiro e não tinha razão nenhuma de ter oito minutos, mas acho que a arbitragem muito confusa durante todo o tempo, errou bastante, né? Acho que na penalidade máxima ele acertou."
O que o Fluminense fez de errado pra tomar o gol no fim?
"Não tem um erro grave, que a gente possa analisar como o preponderante ou determinante para sofrer o gol. Chutamos a bola para frente, a bola voltou, rápida. Eles tiveram sorte porque o jogador que deu o passe final nem quis dar o passe final para o jogador que sofreu o pênalti. Mas é assim. Quando eu falo de maturidade, não é especificamente sobre um ou sobre outro, eu falo de equipe, você segura a bola, você não comete faltinhas desnecessárias para ficar erguendo bola na tua área, coisas desse tipo que os jogadores sabem, eles são grandes jogadores e sabem."
Desfalques para o jogo contra o Internacional: "Pelo jogo em si, é óbvio que nós teremos desfalques importante, mas uma hora eles iriam acontecer. Não é normal acontecer todos ao mesmo tempo, perdemos o ganso no finalzinho do primeiro tempo por reclamação, teve o lance do Fábio e aí é o pênalti. Eu nem sei se o pênalti era para ser marcado com cartão, porque às vezes vai, às vezes não vai. Não entendo muito esse critério, foi uma bola disputada, Fábio não fez uma falta depois de ter sido batido, então acho que a penalidade máxima já era o suficiente. E aí um pouco de inconformidade, nossa, na hora, o que eu entendo, pela frustração de tudo junto. Agora vamos ter que resolver com o grupo, como sempre é, quando você tem as ausências. Acho que a gente tem jogadores no grupo capaz de a equipe estar forte para fazer o melhor"
Sobre o alto número de cartões amarelos: "A arbitragem foi muito rigorosa com os cartões, porque o árbitro também tem que entender o momento da marcação da penalidade máxima se colocar no lugar dos jogadores. Já aconteceu um lance anterior, que foi muito absurdo, o cartão amarelo de Kauã, por exemplo, que não foi no decorrer das reclamações da penalidade máxima. Kauã estava sendo substituído, e tinha um jogador caído. E ele quis que Kauã saísse do lado de lá do campo. Ora, se tem um jogador caído, não faz diferença nenhuma se Kauã sai do lado de lá ou sai do lado de campo. Ele não está retardando o jogo, mas é aquela coisa da orientação. Ele se preocupa mais com a orientação de cumprir rigorosamente a orientação de captar bem. Porque se ele se apitasse bem, ele tinha visto a falta em Kauã no primeiro tempo, que foi escandalosa na entrada da área. Kauã girou em cima do zagueiro e ia entrar na área, e isso ele não viu. Para isso, eles são bons, mas para outras coisas, eles não são tão bons assim, que é tão óbvio que todo mundo viu. Então acho que tem que apitar o jogo para o jogo, quando você merece, quando você passa do ponto, quando você faz uma falta grave, aí você aplica o cartão. Mas eu acho que ele não entendeu que é um lance aos 40, 50 minutos de jogo, que isso geralmente causa um tipo de comportamento que ele poderia administrar da mesma maneira como ele administrou, por exemplo, a solada que Reinaldo deu em áreas já com o cartão amarelo e ele não aplicou nada. Várias coisas ele administrou no jogo, você tem que administrar também, porque isso faz parte de uma boa arbitragem, mas teve outros jogos, por exemplo, que foram muito rigorosos com a gente, se não me engano, o jogo que ganhamos do Cruzeiro, tomamos sete cartões amarelos num jogo que foi limpo, bem jogado, porque o árbitro também não era tão experiente a ponto de saber conduzir. Quando você pega um árbitro mais experiente, um árbitro mais rodado, ele sabe entender esses momentos e sabe dar tranquilidade ao jogo. Ele nunca deu tranquilidade ao jogo e aí terminou assim dessa maneira".
Sobre a performance de Jhon Arias: "É, o Arias fez um bom jogo do início ao fim. É um jogador que iniciou bem levando vantagem pelo lado. Aliás, a gente iniciou bem o jogo levando vantagem pelos dois lados. Pelo lado esquerdo também. Uma passagem de jogo e se juntando com Lima, se juntando com o Ganso, às vezes quando caiu pra cá, e Keno, abrindo o corredor pra gente usar. A gente foi bem dos dois lados. E Arias é um jogador acima da média. A gente sabe disso, você sabe disso. Acho que é uma unanimidade aí no futebol brasileiro. E todos os méritos são dele. E vamos contar com ele aí na reta final."
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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