quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Propaganda da discórdia

Beckham é duramente criticado por promover Catar em comercial.

Ex-jogador da seleção inglesa recebeu R$ 60 milhões pela publicidade ao país sede da próxima Copa do Mundo. 

Anistia Internacional condena atitude.

O ex-jogador David Beckham recebeu severas críticas por parte de organizações e nas redes sociais por promover no Catar uma campanha publicitária do país, que a partir do dia 20 de novembro receberá a Copa do Mundo.

"É a perfeição para mim. É um lugar incrível para passar uns dias. Tenho vontade de levar meus filhos", disse o astro inglês sobre o país, em vídeos para a Qatar Tourism.

Segundo a imprensa britânica essa campanha rendeu 10 milhões de libras (R$ 60 milhões) a Beckham.

Nos vídeos da campanha, Beckham é visto sobre uma moto, em um barco, no deserto sob uma tenda acompanhado de homens vestidos com a roupa tradicional do país em um mercado de especiarias. Beckham também destaca em seu discurso "a mistura entre o moderno e o tradicional" e considera que esse traço desperta "algo realmente especial".

Desde que foi sorteado como país-sede da Copa do Mundo de 2022, o Catar foi o foco principal das organizações de defesa dos Direitos Humanos, especialmente pelas condições de trabalho na construção da infraestrutura para o torneio e pela situação das minorias sexuais.

Nas redes sociais o ex-jogador foi duramente criticado. Inúmeras mensagens ligavam o astro à posição jurídica da comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gay, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexual, Pansexual e + abrange mais bandeiras) no Catar. 

A ONG Anistia Internacional condenou a campanha publicitária, apontando "a lamentável situação do país em relação aos direitos humanos".

"A popularidade no mundo e o status de Beckham são ouro para o Catar, porém ele deveria utilizar essa imagem para pedir à FIFA e as autoridades do Catar que cuidem dos terríveis abusos às dezenas de milhares de trabalhadores imigrantes nas obras de infraestrutura para o mundial", declarou Felix Jakens, um dos responsáveis pela Anistia Internacional no Reino Unido.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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