Liminar da Justiça suspende reunião que votaria impeachment de presidente do Corinthians.
Decisão foi comunicada quando Conselho Deliberativo já estava reunido.
Augusto Melo levou documento ao presidente do órgão, que encerrou o encontro.
Augusto Melo segue na presidência do Corinthians.
Na noite desta segunda-feira (2), o dirigente obteve uma decisão liminar da Justiça que impediu a realização da votação do processo de impeachment.
A decisão judicial saiu por volta das 19 horas (horário de Brasília), quando os conselheiros do clube já estavam reunidos no Parque São Jorge.
A liminar foi concedida pela desembargadora Clara Maria Araújo Xavier, que se baseou essencialmente no relatório da Comissão de Ética e Disciplina do Corinthians.
O órgão recomendou a suspensão ou arquivamento do processo enquanto não houvesse o fim do inquérito policial que investiga possíveis ilegalidades no contrato de patrocínio do clube com a VaideBet.
A desembargadora determinou multa de R$ 100 mil se a decisão não fosse cumprida.
Com a liminar em mãos, Augusto Melo entrou no ginásio do clube acompanhado de aliados e entregou o documento ao presidente do Conselho, Romeu Tuma Júnior, que leu o conteúdo e anunciou a decisão de suspender o encontro.
Mais cedo, Augusto Melo já havia tido um pedido de liminar negado, mas entrou com recurso, que resultou na suspensão da reunião.
Além de trabalhar politicamente, o presidente apostava na estratégia jurídica para barrar a sua destituição.
A reunião desta segunda-feira (2) gerou enorme mobilização no Corinthians.
Centenas de torcedores organizados foram ao Parque São Jorge, em apoio a Augusto.
Para evitar possíveis confusões, a Polícia Militar isolou os arredores do clube e deslocou grande efetivo da Tropa de Choque e da Cavalaria.
Além deste processo, Augusto Melo foi alvo de outro pedido de impeachment, este baseado em relatório do Conselho de Orientação (CORI), que apontou gestão temerária do dirigente.
Entenda o processo: Embora se baseie em argumentos jurídicos, o processo de impeachment é essencialmente político.
O estatuto do Corinthians determina que são motivos para destituição:
a) ter praticado crime infamante, com trânsito em julgado da sentença condenatória.
b) ter acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.
c) não terem sido aprovadas as contas da sua gestão.
d) ter infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.
e) prática de ato de gestão irregular ou temerária.
O pedido de impeachment de Augusto Melo se baseia primordialmente nas supostas irregularidades do contrato com a VaideBet, que ainda está sob investigação da Polícia Civil.
Os signatários do documento argumentam que, devido a atuação e omissão de Augusto, "a imagem da instituição foi arremessada num lamaçal de notícias degradantes" e teria infringido também a Lei Geral do Esporte.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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