Tetra pela Seleção, Ricardo Rocha critica excesso de gringos no futebol brasileiro: "Muito ruim".
Ex-jogador acredita que venda precoce de jogadores brasileiros atrapalha o desempenho da Seleção.
Tetracampeão do mundo pela seleção brasileira em 1994, o ex-jogador Ricardo Rocha acredita que o excesso de atletas de outros países em ação no Brasil tem atrapalhado a formação de jovens jogadores.
Atualmente, todos os times podem relacionar até 9 estrangeiros por partida do Campeonato Brasileirom até setembro deste ano, o limite era 7.
Ricardo Rocha citou o caso de Thiago Almada, argentino contratado pelo Botafogo.
O clube de John Textor comprou o jovem argentino de apenas 23 anos por R$137,4 milhões.
Essa foi a contratação mais cara do futebol brasileiro em valores nominais.
"Tem muito estrangeiro nos clubes. Isso é muito ruim, porque você não consegue revelar jogador. O jogador revelado na base é vendido muito cedo, antes dos 18 anos. Esses jogadores saem do Brasil com 18 anos, praticamente não ficam no Brasil", disse Ricardo Rocha, durante participação do Primeiro Congresso Futebol e Finanças, em Santos.
"Eu fui estrangeiro e sei, é exagerado. Na minha época, só podiam jogar três estrangeiros no Real Madrid. É muito difícil. Outra coisa: estamos com problemas de formação de meias. A gente não consegue descobrir meias. Os nossos meias jogam pelas bandas. Na base jogam de meia, no profissional jogam pelas bandas. Como o Almada, que é muito bom jogador. Estou falando desses jogadores argentinos, baixinhos... Será que a gente não encontra o Almada no Brasil? Por que a gente não encontra meias no Brasil?", completou.
Outro problema, na visão de Ricardo Rocha, é a saída precoce dos jovens jogadores para a Europa.
O Palmeiras, recentemente, por exemplo, vendeu Endrick, para o Real Madrid, e Estêvão, para o Chelsea, antes mesmo dos 18 anos, eles só deixam o Brasil ao completar a maioridade.
O ex-jogador e dirigente citou Neymar como um exemplo positivo.
Já campeão do Campeonato Paulista e da Taça Libertadores da América, o camisa 10 da seleção brasileira recusou propostas e seguiu no Santos até 2013, quando completou 21 anos e foi para o Barcelona.
"Vocês têm experiência do Neymar. Com 17 anos, alguns clubes vieram, mas não importa. Ele ficou. Foi muito bom para a carreira dele. Muitos desses jogadores que saem jovens não consegue se firmar no primeiro ano. Quando o Neymar saiu, ele tinha Libertadores, Campeonato Brasileiro... Quando foi para a Europa, já tinha uma certa experiência", finalizou Ricardo Rocha.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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