terça-feira, 14 de junho de 2022

Fazendo história

Goleiro da Austrália já deu título dançando nos pênaltis e pensa em ser professor de escola primária.

Aos 33 anos, Andrew Redmayne ganha os holofotes mundiais com seu estilo peculiar na decisão contra o Peru. 

Em 2019, ele foi decisivo na conquista do Australiano pelo Sydney Football Club.

Desde que o técnico holandês Louis van Gaal trocou o goleiro Jasper Cillessen pelo reserva Tim Krul apenas para a decisão por pênaltis contra a Costa Rica, nas quartas de final da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a prática deixou de ser exatamente uma novidade. 

Mas a Austrália, do treinador Graham Arnold, conseguiu surpreender novamente nesta segunda-feira (13).

Ao substituir o titular Matthew Ryan no fim da prorrogação contra o Peru, no jogo que decidia vaga na Copa do Mundo de 2022, o australiano Andrew Redmayne mostrou logo na primeira cobrança de pênaltis que tinha uma arma secreta: saltitar de um lado para o outro sobre a linha, balançando os braços e as pernas, para tentar desestabilizar os cobradores. 

Deu certo: pegou a sexta cobrança peruana e garantiu a vitória por 5 a 4 nos pênaltis, que classificou a Austrália para a Copa do Mundo.

Um hábito que vem de longe, mas parece só aparecer nos momentos decisivos. 

Segundo o site de estatísticas Transfermarkt, o goleiro australiano defendeu apenas quatro pênaltis em 27 na carreira, contando apenas cobranças feitas durante as partidas.

Mas quando o assunto é decisão por pênaltis, Redmayne tem história. 

Em 2008, pegou três cobranças da Coreia do Sul na final e garantiu um título de um torneio sub-19 para a Austrália. 

Pelo Sydney Football Club, seu atual clube, a dancinha funcionou na decisão do Campeonato Australiano de 2019: Redmayne pegou duas cobranças contra o Perth Glory.

Goleiro quase parou em 2016 para virar professor: Redmayne, de 33 anos, é um herói tardio da Austrália. 

No fim de 2016, com poucas chances no Western Sydney, ele pensou até mesmo em encerrar a carreira e estudar para ser professor primário. 

Desde então ele se prepara para assumir esse papel assim que pendurar as luvas. 

Ele faz cursos da PFA, a associação dos jogadores profissionais do país.

Em entrevista à Fox Sports da Austrália em 2018, Redmayne diz que vem de uma família de professores, e isso o incentiva a seguir o caminho.

"Posso me ver em uma sala de aula e sendo professor, mas também gostaria de me ver assumindo um papel organizacional e de saúde nas escolas primárias, porque acho que esse é um problema crescente na sociedade", comentou o goleiro.

Andrew só chegou à seleção principal em 2019, e até entrar no lugar de Ryan nesta segunda-feira tinha feito apenas duas partidas na equipe nacional.

E mesmo no grande jogo da sua carreira, a dança de Redmayne demorou para dar certo, e poderia ter virado motivo de chacota mundial. 

O goleiro peruano Gallese defendeu logo o primeiro pênalti australiano, de Boyle. 

Lapadula e Callens não caíram na dancinha de Redmayne e marcaram para o Peru. 

Mas Advíncula, influenciado ou não pelos pulos do goleiro, acertou a trave na terceira cobrança.

A partir dali, todos acertaram suas penalidades, incluindo os peruano Tapia e Flores, deixando os pulinhos de Redmayne sem muito sentido. 

Até que o camisa 12 da Austrália saltou, pulou, mexeu os braços e pegou a cobrança de Alex Varela, tornando-se herói da classificação dos Socceroos para seu sexto Mundial.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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