sábado, 27 de fevereiro de 2021

Espião estatístico

VAR no Brasileirão: paralisações aumentam 27% e consomem 20 horas de jogo. 

Veja balanço.

Campeonato Brasileiro tem 962 paradas para checagem do árbitro de vídeo contra 757 em 2019. 

Média de tempo cai 13% graças ao número maior de intervenções. 

Confira os rankings.

O árbitro de vídeo foi um dos destaques do Campeonato Brasileiro. 

A tecnologia veio para diminuir os erros da arbitragem de campo e tem cumprido bem este papel. 

Porém, as maiores críticas ao uso do VAR são o excesso de intervenções e o tempo de jogo parado. 

Os números do Brasileirão de 2020 comprovam que houve um aumento em ambos.

Das 380 partidas do torneio, 338 foram paralisadas, pelo menos uma vez, para checagem de alguma irregularidade pelo árbitro de vídeo. 

No total, o Espião Estatístico* contabilizou 962 interrupções de jogo, sendo 824 com escuta do ponto eletrônico e 138 para ida à cabine de vídeo na beira do campo. 

Em 2019, foram 757 paralisações, com 611 com escuta do ponto eletrônico e 146 idas à telinha. 

Ou seja, houve um aumento de 27% no número de vezes que os jogos foram parados pelo VAR.

Ao comparar rodada a rodada do Brasileirão de 2020, vemos que a maioria teve mais de 20 paralisações no somatório das 10 partidas. 

O recorde aconteceu na 4ª jornada, quando aconteceram 40 interrupções de jogo. 

Este é o máximo da história do VAR no Campeonato Brasileiro, iniciada em 2019. 

No ano retrasado, a rodada com mais intervenções foi a décima quarta, quando os jogos foram parados 30 vezes. 

Em relação ao tempo consumido pelo VAR, o Brasileirão teve um total de 20 horas, 40 minutos e 23 segundos de jogo parado para checagem de algum lance irregular. 

Em 2019, esse tempo foi de 18 horas e 37 minutos. 

A diferença de 2 horas e 3 minutos a mais equivale a um aumento de 11% no tempo total de partida paralisada pelo uso do árbitro de vídeo.

Como este ano tivemos mais de 200 paralisações a mais, o tempo médio de jogo parado caiu 13%, foi de 1min29s para 1min17s na edição de 2020. 

O lance que mais demorou a ser checado por causa do VAR no Brasileirão foi o gol anulado do atacante Pepê por impedimento do jogador, um total de 5 minutos e 14 segundos.

Se contarmos também o tempo de paralisação após a tomada de decisão da arbitragem, neste caso a partida pode ficar paralisada por reclamação, o lance que ficou mais tempo com o jogo paralisado pelo VAR, mais reclamação aconteceu aos 16 minutos do primeiro tempo de Athletico-PR 2 X 1 Goiás, pela segunda rodada. 

O jogo ficou parado por 7 minutos e 25 segundos para revisão de possível cartão vermelho por agressão de Daniel Bessa em Fernando Canesin, árbitro aplicou cartão amarelo após olhar lance na cabine de vídeo.

Ainda sobre o tempo consumido pelo VAR, quando considera-se apenas os lances em que houve mudança de decisão, o tempo total e a média de tempo para análise diminuíram em 2020. 

Nesta edição, foram 6 horas e 47 minutos, com uma média de 2min11s de jogo parado com alteração da decisão inicial. 

Em 2019, foram 7 horas e 49 minutos, com média de 2min34s.

Os árbitros mudaram de decisão 187 vezes neste Campeonato Brasileiro após a chamada do VAR. 

Um número bem próximo ao de 2019, quando foram registradas 183 mudanças, quatro a menos que em 2020.

Árbitros de vídeo com mais paralisações nas partidas: Dos 32 videoárbitros que trabalharam na Série A em 2020, José Cláudio Rocha Filho foi quem mais trabalhou na função, em 31 das 38 rodadas da competição. 

Em números absolutos, foi quem mais fez paralisações no jogo para checagem de algum lance. Porém, como atuou muitas vezes, é apenas o sexto árbitro de vídeo com maior média de paralisações por partida. 

O líder foi Caio Max Augusto Vieira, com média de 3,1 nos 15 jogos que atuou na função.

Árbitros de vídeo com mais paralisações em médio (com filtro mínimo de jogos):

Árbitro de vídeo Jogos como videoárbitro Total de paralisações Paralisações por jogo

Caio Max Augusto Vieira 15 47 3,1

Heber Roberto Lopes 12 34 2,8

Jean Pierre Gonçalves Lima 14 39 2,8

Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro 16 44 2,8

Igor Junio Benevenuto 27 74 2,7

José Cláudio Rocha Filho 31 84 2,7

Rodrigo Guarizo do Amaral 27 73 2,7

Elmo Alves Resende Cunha 19 51 2,7

Pathrice Wallace Correa Maia 14 35 2,5

Rodrigo D. Alonso Ferreira 18 43 2,4

Wagner Reway 26 62 2,4

Márcio Henrique de Gois 21 50 2,4

Rodrigo Nunes de Sá 19 45 2,4

Emerson de Almeida Ferreira 12 24 2,0

Daniel Nobre Bins 27 47 1,7

Confira o gráfico completo no link abaixo:


Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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