Espera dos campeões

Seleção hexacampeã nas areias chega ao Brasil com elogios de Romário: "São merecedores".

Ex-jogador, que acompanhou a conquista da seleção de futebol de areia em Dubai, rasga elogios ao artilheiro Rodrigo, que devolve ao ídolo: "Foi um dia de Romário, três gols na final".

A seleção brasileira hexacampeã mundial de futebol de areia desembarcou no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (26), com a mala cheia que trazia o troféu de campeão conquistado em Dubai, além de uma luva de ouro, uma bola de prata e um tetracampeão. 

Romário, herói do tetracampeonato em 1994, acompanhou a conquista do último domingo (25) nos Emirados Árabes e, na chegada ao país, rasgou elogios à equipe e ao artilheiro Rodrigo, dono de três gols na vitória contra a Itália na decisão.

"Parabéns à seleção de beach soccer pela história que vem fazendo no nosso pais, hexacampeão. O Rodrigo em especial pela atuação maravilhosa com os gols que fez. Pra mim, como brasileiro, estar naquele momento em Dubai torcendo e vendo a seleção ser campeã, é realmente uma emoção muito grande. (Rodrigo) tem que meter a boca mesmo, é a hora dele, tem que respeitar! Encontrei com ele no aeroporto (em Dubai) e a gente já conversou, parabéns ao Rodrigo mais uma vez, e parabéns a todos. Vocês realmente são merecedores", disse Romário no desembarque no Aeroporto Internacional do Galeão.

Romário sabe do que fala. Além de campeão mundial em 1994 no gramado, ele disputou a Copa do Mundo de Futebol de Areia de 2005, em Copacabana, quando o Brasil ficou com o bronze. 

Já no Rio de Janeiro, ele reencontrou Rodrigo novamente e o parabenizou diante das câmeras.

"Esse aqui é o brabo dos brabos! Você merece tudo, irmão. Parabéns! Esse é o brabo, tem que respeitar ele".

"Brinquei com os amigos que (você) deu sorte, e foi um dia de Romário, três gols na final", disse Rodrigo ao lado do ídolo.

O técnico Marco Octavio, que assumiu a seleção em abril de 2022 após a saída de Gilberto Costa, não escondeu o orgulho de seu grupo de jogadores.

"Esses meninos aí é um orgulho trabalhar com eles. Viemos num processo de dois anos para chegar nesse momento e dar um problema para a CBF, que tem que colocar uma sexta estrelinha aqui na nossa camisa. É um problema bom. Mas agora a gente vai seguir, festejar esses próximos dias e já se programar para conseguir se manter no topo do ranking".

"Sou daquele tempo que começamos lá atrás com Junior, Edinho, Claudio Adão, Paulo Sérgio, e a gente criou uma ideia de futebol de areia campeão, e a coisa mudou do romantismo para o profissionalismo. E a gente tem que acompanhar todo esse processo. Nós fizemos um planejamento, uma ideia de jogo nova, e tudo isso faz com que a gente tenha certeza de que estamos no caminho certo".

Para ficar com o título, o Brasil venceu a Itália por 6 a 4 na decisão. 

Antes, na fase de grupos, passou por Omã, Portugal e México. 

Nas quartas, bateu o Japão, enquanto na semifinal venceu o Irã no jogo considerado o mais difícil de todos na competição. 

Após sair perdendo por 2 a 0, a seleção virou e venceu por 3 a 2.

"(Foi uma) semifinal foi muito difícil, com 2 a 0 (contra). A escola do Irã, o treinador Marco Octavio que formou aquela seleção, então ele sabia bem. Foi uma partida muito difícil, mas onde a união do grupo, a obediência do grupo, a liderança do Marco, e a torcida, conseguimos virar com o gol do Breno. Para mim, o gol do Breno foi o gol do título. Comentamos isso lá, (com o gol marcado) faltando 40 segundos. E graças a Deus conseguimos vencer e convencer também com a unidade do grupo", avaliou Bruno Xavier, também campeão do mundo com a seleção em 2017.

"Acho que o Irã é uma equipe que eu sempre quis pegar o mais para frente possível. Trabalhei lá sete anos, conheço muito bem o desenvolvimento daquele esporte no país, é uma escola hoje top, que bate de frente com o Brasil. Sabíamos que seria um jogo duro, mas sempre confiando na capacidade do nosso time, na condição que a gente tem, uma camisa pesada. E deu tudo certo. Deu o que tinha que dar mesmo, deu Brasil".

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), desembarcou junto com a delegação e prometeu idealizar uma competição nacional de futebol de areia.

"A CBF tem, desde que adotou o futebol de areia e o futsal, feito os investimentos necessários para que eles possam ter competições nas datas Fifa, e agora estamos idealizando uma competição nacional de beach soccer onde todos os clubes possam estar jogando no brasil, e se preparando cada vez mais ainda para a gente conquistar o heptacampeonato".

O Brasil é disparado o maior campeão da Copa do Mundo de Futebol de Areia. 

A seleção já havia conquistado o título em 2006, 2007, 2008, 2009 e 2017. 

A Rússia soma três troféus, Portugal tem dois e a França tem um. 

A Itália segue sem título e voltou a ser vice para o Brasil, como tinha acontecido na final de 2008.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro