Empresa de arquitetura recomenda demolição do Old Trafford, casa do Manchester United.
Arquiteto aponta que clube poderia seguir usando atual estádio enquanto constrói novo palco em terreno próximo.
Novo dono tem previsto investimento exclusivo.
A oficialização da compra de parte do Manchester United pelo bilionário Sir Jim Ratcliffe voltou a colocar a reforma do Old Trafford como uma das prioridades para o clube nos próximos anos, já que o acordo feito pelo empresário também prevê um investimento exclusivamente destinado ao estádio.
Mas a empresa de arquitetura responsável pela revisão do projeto aponta que apenas uma reformulação pode não ser a melhor escolha para o lendário palco, indicando a demolição do Teatro dos Sonhos.
Em entrevista ao "Telegraph", Chris Lee, presidente-executivo da Populous, empresa que também construiu o novo estádio do Tottenham, apontou que os custos de uma reforma poderiam até mesmo superar os gastos com a construção de um estádio do zero.
"Não diria que me agrada, mas sinto que uma nova construção pode acabar sendo a solução mais econômica. Sim, o investimento inicial obviamente é o mais elevado entre as três opções, mas há muitos terrenos para desenvolver por lá. O United poderia continuar a usar o terreno atual enquanto as obras estão em andamento", disse Lee.
O arquiteto indicou que, desta forma, o United não teria uma queda abrupta nas receitas dos dias de jogos, com vendas de ingressos, produtos oficiais e itens de alimentação, entre outros.
Isso seria possível porque o clube é dono de um terreno muito maior que o espaço do Old Trafford, assim, poderia construir um estádio novo praticamente ao lado de sua atual casa, que seguiria sendo utilizada enquanto a nova construção avançaria.
"Arquitetonicamente, no espaço disponível você poderia fazer algo realmente inovador e emocionante. Não haveria restrições de espaço".
A empresa de arquitetura teria indicado três opções para que o United possa ter um estádio moderno: uma reforma estrutural em absolutamente todo o estádio; a remodelação do terreno com a expansão da arquibancada sul, ou a demolição da estrutura atual e a construção de um novo estádio.
Segundo Chris Lee, a atual estrutura do Old Trafford, inaugurado há 113 anos, ficou absolutamente defasada.
Torcedores que frequentam o estádio relatam que há diversos sinais de problemas estruturais, além de vazamentos e outros problemas para a utilização.
"Acredito que há um reconhecimento dentro do clube de que algo precisa ser feito. O prédio está chegando ao fim da sua vida natural. O cabeamento, o o fornecimento de eletricidade, tudo está perto do prazo de validade. E os interiores são muito apertados e difíceis em alguns lugares. Eu diria que a reformulação é crucial não apenas para manter a posição do clube, mas apenas para manter o local funcional”, afirmou Lee.
A família Glazer, que detém o comando do clube há décadas, já tinha uma reforma do Old Trafford entre os planos e havia iniciado uma revisão da estrutura local.
Porém, o projeto não avançou como o esperado, diante da incerteza sobre o futuro do domínio dos empresários, criticados duramente pela torcida.
Os Glazer chegaram a cogitar a venda de 100% do clube, mas a oferta do xeque Jassim bin Hamad Al-Thani, do Catar, que compraria a totalidade do United, acabou não sendo concretizada.
Assim, ficou aberto o caminho para o empresário britânico Sir Jim Ratcliffe, que é torcedor do United, mas que só compraria 25% do clube.
O processo para a venda se estendeu por meses, mas foi confirmado como concluído na véspera do Natal.
O clube indicou que o investimento de Ratcliffe será de cerca de 1,25 bilhão de libras, R$ 7,7 bilhões, e garante ao empresário o controle sobre o futebol da instituição.
Como parte do acordo, ele fornecerá um fundo de 237 milhões de libras (R$ 1,4 bilhão) para investimentos no estádio Old Trafford.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário