sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Faltou diálogo

Ednaldo diz que faltou "mais diálogo" na presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e afirma que não vai disputar eleição.

Em primeira entrevista, dirigente afirma que assumiu compromisso familiar de não se candidatar nem mesmo se voltar à presidência em recursos que ainda estão sob análise em Brasília.

Na manhã em que o Real Madrid anunciou que Carlo Ancelotti segue na Espanha e bem longe da seleção brasileira, Ednaldo Rodrigues falou publicamente pela primeira vez desde que deixou a CBF. 

O dirigente baiano afirmou que não vai mais se candidatar à presidência da CBF.

Foi a primeira manifestação desde que ele deixou a presidência da entidade máxima do futebol brasileiro por decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, no dia 7 de dezembro.

"Tenho conversado muito com minha família e assumi um compromisso: meu tempo de disputas eleitorais acabou", afirmou Ednaldo, em entrevista para a revista "Veja".

Ex-presidente da Federação Baiana de Futebol por duas décadas, Ednaldo assumiu a CBF em vácuo de poder que transforma a cadeira mais alta do futebol brasileiro em rodízio. Foram nove nomes à frente da CBF desde que o dirigente saiu debaixo de série de denúncias de corrupção. 

Atualmente, há interventor na presidência, José Perdiz, licenciado do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

Ednaldo Rodrigues fez também análise inédita, embora sem entrar em detalhes, de comportamento à frente da CBF.

"Reconheço que faltou mais diálogo e abertura com setores importantes do futebol e da sociedade brasileira", comentou o presidente destituído da CBF à revista.

Hoje, o cenário da eleição da CBF, que ainda não tem data marcada, mas deve ser realizada em meados de janeiro, aponta para a disputa entre dois nomes: Flavio Zveiter, ex-presidente do STJD e também ex-dirigente da CBF na gestão Ednaldo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol e também ex-vice-presidente da CBF.

Ednaldo, ainda para a Veja, não se estendeu sobre a sua saída da CBF, afirmando que respeita as instituições e confia na Justiça brasileira. 

Comentou que até mesmo possível reviravolta de recursos que seus advogados buscam em Brasília, no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça - não o fariam rever a decisão de deixar as disputas eleitorais na CBF.

"Confio na Justiça e nos órgãos do esporte. Se a validade do TAC for reconhecida, buscarei diálogo com todos os atores para fazer as mudanças necessárias, até a eleição em 2025, da qual não participarei", afirmou o dirigente, que torce para não haver qualquer punição contra a CBF e ao futebol brasileiro.

"A FIFA (Federação Internacional de Futebol) e a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) já deixaram claro o risco de suspensão da seleção e dos clubes de qualquer atividade internacional, como inclusive aconteceu com outros países. Espero sinceramente que a situação não chegue a este ponto. Seria muito triste, não só para todos os jogadores e torcedores do Brasil, mas para toda comunidade que gira em torno do futebol e depende dele para viver".

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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