quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Meio bilhão de reais em bilheteria

Campeonato Brasileiro de 2023 faturou meio bilhão em bilheteria.

Levantamento exclusivo da Máquina do Esporte mostra receita recorde com ingressos, mas clubes ficaram com apenas pouco mais da metade do que faturaram.

No ano em que teve a maior média de público da história, a Série A do Campeonato Brasileiro conseguiu também a maior arrecadação de bilheteria, com mais de R$ 500 milhões faturados pelos 20 clubes. 

Um levantamento exclusivo feito pelo Núcleo de Inteligência da Máquina do Esporte aponta quanto cada time arrecadou com bilheteria no Campeonato Brasileiro de 2023.

O estudo foi feito a partir dos boletins financeiros de cada um dos 380 jogos da Série A. 

Ao todo, foram vendidos ingressos para 368 partidas, já que 12 confrontos foram realizados com portões fechados por punições impostas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Nessas 368 partidas, o faturamento total do Brasileirão foi de R$ 503.857.100,37. Em média, cada jogo com venda de ingressos faturou R$ 1,369 milhão na bilheteria. 

O tíquete médio cobrado pelos clubes foi de R$ 43, sendo que o Campeonato Brasileiro levou 9,7 milhões de pessoas aos estádios, considerando não apenas o público pagante dos jogos.

Receitas em alta, despesas também: Ao mesmo tempo que faturaram como nunca, naturalmente os clubes tiveram despesas recordes em 2023. 

O estudo da Máquina do Esporte mostra uma despesa histórica de R$ 247 milhões com o pagamento das mais diferentes taxas para terceiros ao longo dos 380 jogos. 

Até mesmo nas partidas com portões fechados, os clubes tiveram de pagar para federações, arbitragem e uso do estádio.

Isso significa que, se o faturamento foi de meio bilhão de reais, o lucro com a bilheteria foi bem menor: R$ 256,5 milhões. 

Ou seja, praticamente 49% do que os clubes arrecadaram com a venda de ingressos não entraram nos cofres das entidades.

O alto custo das despesas tem relação direta com as taxas pagas a federações (5% da receita bruta nos jogos), segurança e arbitragem das partidas e, ainda, descontos causados pelos sócios-torcedores, que são contabilizados depois de aferido o lucro bruto da bilheteria.

Para o fã, a conta aumentou: Os números de arrecadação mostram que o campeonato caiu nas graças do público. 

Os estádios, na maioria das vezes, estiveram lotados, com uma das maiores taxas de ocupação da história. 

Mas quem pagou essa conta?

Naturalmente, o torcedor brasileiro. 

Que tem se acostumado a pagar cada vez mais para poder assistir ao seu time do coração.

Campeão nacional pela segunda vez seguida, o Palmeiras foi o líder nesse quesito. 

Em média, seu torcedor teve de desembolsar R$ 70,93 para ir às partidas do clube como mandante. 

Foi o único time a passar a barreira dos R$ 70 de tíquete médio. 

Acompanharam o clube alviverde entre os vendedores de bilhetes mais caros o Grêmio (R$ 67,58), o Flamengo (R$ 65,44) e o Corinthians (R$ 58,60).

O mais “generoso” com seu torcedor foi o Fortaleza. 

Em média, o fã do clube vice-campeão da Copa Sul-Americana pagou R$ 15,38 para assistir aos jogos do time. 

Logo acima dele ficaram Goiás (R$ 24,59), Bahia (R$ 32,12), América-MG (R$ 32,31) e Coritiba (R$ 32,35). 

Curiosamente, três dos cinco ingressos mais baratos foram de clubes que acabaram rebaixados para a do Campeonato Brasileiro da Série B.

Reportagem: Maquinadoesporte.com.br

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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