Ponte Preta vence Novorizontino nos pênaltis e é campeã da Série A2.
Caíque França brilha com três defesas nas cobranças, e Macaca volta a conquistar um título depois de 53 anos.
Ecoou por Campinas neste sábado um grito preso, entalado, trancafiado.
Por 53 anos, e alguns meses.
As 17.094 pessoas que estiveram no Moisés Lucarelli na tarde de 08/04/2023 para acompanhar a grande decisão da Série A2 do Campeonato Paulista foram testemunhas oculares de um feito histórico: um título da Ponte Preta, algo que não acontecia em um torneio principal desde o fim de 1969 (também pela segunda divisão estadual da época).
Mais do que ver, sentiram - muitos pela primeira vez, o doce sabor de ser campeão.
Mas não sem antes uma dose extra de emoção, como é habitual na vida da Macaca.
Depois de empate por 0 a 0 no tempo normal com o Novorizontino, Caíque França brilhou nos pênaltis, com três defesas, para ser o herói da vitória por 3 a 2 nas cobranças, coroando com a taça a melhor campanha da competição e dando ao torcedor pontepretano um dia inesquecível.
Com o empate por 1 a 1 no jogo de ida, quem ganhasse no tempo normal levaria o título.
Mas a nova igualdade, desta vez sem gols, levou a decisão para os pênaltis.
Pela primeira vez na história decidindo um mata-mata de final no Majestoso, a Macaca afastou a sina de vice (foram 13 ao todo na era profissional) e as maldições em finais (perdeu oito) para fazer a festa em casa, diante de um novo recorde de público na competição (17.094).
Ainda que não seja a conquista de grande expressão que os alvinegros tanto sonham, é legítimo soltar o grito de "campeão".
Se for levar em conta os títulos na era amadora de 1927 e 1993, reconhecidos em 2021 pela Federação Paulista de Futebol como equivalentes à atual Série A2, a Macaca faturou a divisão pela quarta vez.
Os dois times já tinham conquistado o acesso para a elite estadual de 2024 e agora voltam as atenções para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro, com estreia já no próximo fim de semana.
O Novorizontino inicia a caminhada no sábado, contra o Vila Nova, em Goiânia, às 16 horas (horário de Brasília).
A Macaca também começa fora de casa, mas entra em campo no domingo (16), quando encara o Vitória, às 18 horas (horário de Brasília), em Salvador.
A tensão por disputar uma final deixou o primeiro tempo truncado e pegado, sem uma chance clara para algum dos lado.
Quando os times conseguiam chegar perto da área, faltava o capricho no último passe.
A Ponte Preta teve três lances assim, com Felipe Amaral, Elvis e principalmente Gui Pira.
O Novorizontino, por sua vez, arriscou em chutes de longe com Ricardinho, Reverson e Willian Lepo.
Sobrou vontade, mas faltou inspiração.
O baixo nível técnico do primeiro tempo ficou no vestiário, e a emoção tomou conta do Majestoso na etapa final, com boas oportunidades dos dois lados. Matheus Jesus levou perigo duas vezes antes dos 5 minutos do segundo tempo.
A resposta do Novorizontino foi com um chute de Rômulo que tirou tinta da trave.
Não fosse por Georgemy, Felipe Amaral teria aberto o placar aos 16 minutos do segundo tempo, com uma pancada.
Era lá e cá.
Reverson também assustou Caíque França.
A Macaca chegou a marcar, aos 24 minutos do segundo tempo, com Weverton, mas o gol foi anulado por impedimento.
Mas logo na sequência o lateral fez um "gol" ao salvar em cima da linha o rebote de Ronaldo.
O ritmo caiu na reta final.
Ainda houve tempo de Cássio Gabriel desperdiçar a última chance para a Ponte Preta, em cabeçada dentro da área, aos 48 minutos do segundo tempo.
O campeão seria conhecido nos pênaltis.
Caíque França defendeu a primeira cobrança do Novorizontino, de Ronaldo. Georgemy também pegou a batida de Matheus Jesus.
Ricardinho converteu o segundo pênalti do Tigre. Cássio Gabriel deixou tudo igual para a Macaca.
Caíque França foi buscar o chute de César Martins.
Ramon fez e deixou a Ponte na frente. Caíque França pegou de novo, desta vez na batida de Léo Tocantins.
Júnior Tavares teve a primeira chance para dar o título à Ponte Preta e parou em Georgemy.
Marlon fez e deixou o Novorizontino vivo.
Mas Elvis, o camisa da Macaca, mandou para as redes e deu início à festa no Majestoso!
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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