segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Contrato rescindido

Schalke 04 rescinde contrato de patrocínio com estatal russa após 15 anos de parceria.

Maior empresa de exportação de gás natural do mundo, Gazprom é uma das principais parceiras da UEFA (União das Associações Europeias de Futebol).

Entenda a relação da empresa com o futebol europeu.

O Schalke 04, tradicional clube alemão, anunciou nesta segunda-feira (28) que rescindiu contrato com a Gazprom, empresa estatal russa do ramo de energia.

O clube já tinha anunciado na quinta-feira passada (24), quando começou a guerra na Ucrânia, a retirada do nome do patrocinador das camisas. 

Agora, o fim de vez da parceira de 15 anos com a maior empresa de exportação de gás natural do mundo.

“A diretoria do FC Schalke 04 decidiu, com a aprovação do conselho fiscal, encerrar prematuramente a parceria entre FC Schalke 04 e Gazprom. A plena capacidade financeira do clube mantém-se inalterada após esta decisão”, diz comunicado oficial do Schalke.

O patrocínio que ligava o clube e a empresa russa prosseguiria até 2025 e deveria render 9 milhões de euros (R$ 52 milhões) por ano ao Schalke, clube da cidade de Gelsenkirchen, local histórico do futebol da bacia do Ruhr, que foi rebaixado no ano passado para a segunda divisão.

Em caso de volta à Bundesliga, o contrato previa um aumento do patrocínio, até 15 milhões de euros por temporada.

Gazprom e o futebol europeu: A Gazprom é a maior empresa russa do ramo de energia e também a maior exportadora de gás do planeta, sendo fornecedora fundamental para diversos países europeus com economia forte. 

A gigante é patrocinadora do Schalke desde 2007 e tem outros investimentos importantes no futebol europeu, também sendo uma parceira antiga da Uefa, a ponto de patrocinar a Liga dos Campeões.

Inclusive, é a gigante russa que dá nome comercial ao Estádio Krestovsky, em São Petersburgo, local para onde a final da Liga dos Campeões 2021/22 está marcada. 

Casa do Zenit, clube também patrocinado pela empresa, e palco de duelos na Copa do Mundo de 2018, o estádio, porém, pode deixar de receber a decisão por conta do conflito entre russos e ucranianos. 

O Comitê Executivo da UEFA se reunirá nesta sexta-feira para tomar uma decisão sobre o evento, marcado para 28 de maio.

Estritamente ligada ao governo russo, empresa tem forte investimento no futebol: Fundada em 1989, na reta final da antiga União Soviética, a Gazprom provém do Ministério da Indústria do antigo regime. 

Apesar do processo de privatização, a empresa tem mais de metade das ações pertencentes ao governo russo, que, desta forma, toma decisões sobre seu comando e sobre a exportação de gás.

O investimento nos esportes passou a ser uma das formas da empresa fortalecer sua marca e chegou ao futebol em 2005, com a compra da maioria das ações do Zenit, que, a partir daí, passou a ser uma equipe dominante no futebol russo e ganhou notoriedade no continente, conquistando, inclusive, uma Liga Europa, em 2008.

A Gazprom também financiou a construção do Estádio Krestovsky, que se tornou uma das mais imponentes sedes da Copa do Mundo de 2018 e também foi palco da final da Copa das Confederações, um ano antes. 

E, agora, tinha o objetivo de receber sua primeira decisão da Liga dos Campeões, que, inicialmente, estava marcada para o ano passado, mas foi adiada por conta dos problemas de calendário relacionados à pandemia da Covid-19.

Após iniciar a atuação junto ao Zenit, a Gazprom passou a expandir seus braços pelo futebol europeu e se tornou patrocinadora do Schalke 04 em 2007. 

A escolha por um clube tradicional da Alemanha foi vista como estratégica, uma vez que o país é um dos maiores importadores do gás exportado pela empresa na Europa. 

Depois, em 2010, veio o patrocínio ao Estrela Vermelha, da Sérvia, um país que tem posição fundamental no Leste Europeu e por onde gasodutos importantes da empresa passam.

Há, ainda, uma relação indireta da empresa com o Chelsea, através de seu dono: Roman Abramovich. 

O magnata russo comprou o clube em 2004, pouco antes de vencer as ações de sua empresa de petróleo para a Gazprom por bilhões de euros. 

Nos anos seguintes, Abramovich investiu milhões de euros consecutivamente no Chelsea e transformou a pequena equipe inglesa em gigante continental, agora bicampeã europeia e campeã mundial.

A relação com a Uefa, por sua vez, começou em 2012. 

A gigante russa passou a patrocinar a Liga dos Campeões e a Supercopa da UEFA naquele ano e vem renovando contratos com a confederação europeia, abrindo caminho para que São Petersburgo fosse escolhida para ser palco de uma final do torneio.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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