Paralimpíadas de Tóquio celebram a diversidade e dão adeus aos Jogos em festa de encerramento.
Cerimônia marca o fim das Paralimpíadas, faz passagem de bastão para Paris e pede mundo mais inclusivo para pessoas com deficiência.
Daniel Dias tem último ato nos Jogos.
Ao som de "What a Wonderful World" (que mundo maravilhoso), a chama das Paralimpíadas foi apagada neste domingo (5).
A canção eternizada na voz de Louis Armstrong refletiu o desejo de um mundo melhor e mais inclusivo para as pessoas com deficiência.
Ao se despedir dos Jogos na cerimônia de encerramento, Tóquio celebrou a diversidade e deixou uma mensagem de esperança em uma festa de muitas cores e ritmos.
Depois de 12 dias de disputas nas arenas de Tóquio, os japoneses deram adeus aos Jogos em grande estilo.
Sem a presença de público por causa da pandemia do coronavírus, os atletas paralímpicos se reuniram no estádio de Tóquio para um show de luzes e músicas.
Assim como no encerramento das Olimpíadas, houve uma cerimônia simbólica de passagem de bastão.
A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, entregou a bandeira do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) para o brasileiro Andrew Parsons, presidente do IPC, que passou o pavilhão para Anne Hidalgo, prefeita de Paris.
A contagem regressiva para os Jogos de 2024 começou: faltam 1.088 dias.
Show de luzes e som: A festa começou ressaltando a magia das Paralimpíadas.
Quase 100 pessoas deram um show de luzes e muita música, com destaque para o betabox da artista japonesa RIN.
Diferentemente de outras cerimônias, os atletas já acompanharam tudo dentro do estádio, à exceção dos porta-bandeiras.
A festa teve muitas performances, com muitas cores e ritmos, destacando aspectos da cultura japonesa e dando protagonismo às pessoas com deficiência.
Os mascotes Miraitowa e Someity também entraram na dança.
Parada das nações: Apenas os porta-bandeiras das 162 delegações participaram de uma parada das nações bem mais rápida do que a tradicional.
Eles colaram espelhos numa representação do maior prédio de Tóquio, simbolizando a construção de uma cidade onde as diferenças brilham.
A torre foi erguida ao fim do desfile das bandeiras.
Afeganistão presente na cerimônia: Os atletas do Afeganistão Zakia Khudadadi e Hossain Rasouli, que não puderam participar da cerimônia de abertura por causa da tensão política no país após a tomada de poder pelo Talibã, entraram no estádio como porta-bandeiras.
Eles estão sob proteção do Comitê Paralímpico Internacional e já receberam oferta de refugio da Austrália.
Último ato de Daniel Dias: Maior medalhista paralímpico da história do Brasil, Daniel Dias fez seu último ato em Paralimpíadas.
O nadador de 33 anos disse adeus aos Jogos somando três bronzes em Tóquio para a coleção agora de 27 medalhas.
Ele teve a honra de ser o porta-bandeira brasileiro na festa de encerramento para se despedir.
Daniel Dias ainda voltou à cena para ser empossado como novo representante eleito do Conselho de Atletas do IPC.
Além do brasileiro, foram eleitos a italiana Martina Caironi (atletismo), a cubana Omara Durand (atletismo), o japonês Takayuki Suzuki (natação), a holandesa Jitske Visser (basquete sobre cadeira de rodas) e a iraniana Zahri Nemati (tiro com arco).
Discurso do presidente do IPC: O brasileiro Andrew Parsons, presidente do IPC, agradeceu aos atletas, aos japoneses e a todos os envolvidos nos Jogos pela realização do evento em meio à pandemia do coronavírus.
Ele ressaltou o papel dos atletas paralímpicos na construção de um mundo mais inclusivo para as pessoas com deficiência, que representam 15% da população mundial.
"Juntos, contra todas as probabilidades, conseguimos.
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 não foram apenas históricos, foram fantásticos.
Em 12 dias mágicos, os atletas deram ao mundo confiança, alegria e esperança.
Quebraram recordes.
Aqueceram os corações.
Abriram mentes.
É importante ressaltar que os atletas mudaram vidas.
No Japão, existe uma bela filosofia antiga chamada Kintsugi.
Significa abraçar as imperfeições que todos nós temos, não para escondê-las, mas para celebrá-las.
Durante nosso carnaval esportivo, celebramos a diferença, exibimos o melhor da humanidade e mostramos unidade na diversidade.
No entanto, nossa jornada não pode terminar aqui.
Esta noite, veja isso não como uma Cerimônia de Encerramento, mas uma abertura para um futuro brilhante e inclusivo.
Estamos em uma encruzilhada crucial para o nosso planeta.
Nenhuma máscara pode cobrir suas falhas.
À medida que reconstruímos melhor, 15% da população mundial não pode ficar para trás.
Devemos ver além dos atletas que tiveram um desempenho tão bom aqui e ver os 1,2 bilhão de pessoas com deficiência.
Eles podem e querem ser cidadãos ativos em um mundo inclusivo.
Este era o desejo de Sir Ludwig Gutmann, nosso fundador.
Por meio do WeThe15, queremos desenvolver o legado de Gutmann.
Queremos fornecer um movimento global em campanha publicamente por visibilidade, acessibilidade e oportunidade.
Como um sábio atleta disse perfeitamente esta semana: 'Pessoas com deficiência não deveriam ter que fazer coisas excepcionais para serem aceitas'.
O esporte abriu a porta.
Agora é hora de todos nós desempenharmos nosso papel para quebrar as barreiras que nos separam.
Finalmente, chegou a hora de declarar encerrados os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
Convido os atletas paraolímpicos de todo o mundo a se encontrarem novamente em Paris, França, em três anos, onde mais uma vez, você vai inspirar e animar o mundo com sua excelência esportiva"
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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