terça-feira, 4 de agosto de 2020

Sem previsão

Data de Palmeiras-SP X Vasco-RJ vai depender de 'brecha' no calendário do futebol brasileiro.

A DEFINIR. 

Em letras garrafais e com preenchimento em amarelo, três das dez partidas da primeira rodada do Brasileirão estão sem destino. 

Todas foram adiadas por causa do conflito do calendário da Série A com as finais dos estaduais: Palmeiras-SP X Vasco-RJ, Corinthians-SP X Atlético-GO e, por último, Botafogo-RJ X Bahia-BA.

Mas por que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não adia rodada toda e dá um aparente respiro no calendário, que já está todo bagunçado por causa da pandemia?

O cenário era até previsível, já que a CBF sacramentou 9 de agosto, o próximo domingo, como data referência para a retomada do Brasileirão, antes mesmo da definição da retomada dos estaduais. 

O Carioca foi exceção. 

Para concretizar isso, 19 dos 20 clubes da Série A toparam mandar seus jogos fora da cidade de origem, caso fosse necessário.

Ainda assim, a cúpula da CBF considera os três adiamentos, dando preferência à conclusão dos estaduais, o resultado de um "diálogo" com as federações. 

Logo nos primeiros encontros com o presidente Rogério Caboclo a respeito do calendário nacional, foi dada às entidades filiadas a prerrogativa de retomarem os estaduais e, posteriormente, o Brasileirão voltaria. 

Com o passar do tempo e o avançar da pandemia, os dirigentes viram que a tarefa ficaria muito complicada e o choque com o "iceberg" seria inevitável.

Para evitar que o barco afunde, cada semana é preciosa. 

A CBF não abre mão de retomar o Brasileirão no próximo fim de semana porque o cronograma de partidas dela não leva em consideração apenas a conclusão da temporada de 2020. 

O olhar se estende até o fim de 2022, quando acontecerá a Copa do Mundo no Qatar.

Até chegar lá, a programação é intensa. 

Mesmo sem pausa de Natal e Ano Novo e sem parar nas datas FIFA, o Brasileirão 2020 já vai terminar em 24 de fevereiro 2021. 

A CBF quer retomar os estaduais do ano que vem já em março, abrindo o Brasileirão em maio e concluindo-o de forma "normal" em dezembro de 2021. 

A ideia é conceder férias aos jogadores para abrir 2022 o mais rápido possível. 

É que a Série A em ano de Mundial precisará acabar em outubro, já que o jogo de abertura da Copa do Qatar será em 21 de novembro.

O que fazer com as pendências de 2020?

Nas notas oficiais informando os adiamentos, a CBF disse que as novas datas seriam "oportunamente divulgadas pela Diretoria de Competições". 

O desfecho demanda tempo.

Além das rodadas da Série A, os meios de semana estão preenchidos por Copa do Brasil (que volta em 26 de agosto, na terceira fase), Taça Libertadores da América (a partir de 15 de setembro) e Copa Sul-Americana (a partir de 27 de outubro). 

Pelo menos até janeiro de 2021, não há uma quarta-feira sem jogos por essas competições. 

Mas a projeção é que o afunilamento dos torneios permitirá o encaixe dos jogos adiados.

O Bahia foi eliminado da Copa do Brasil, mas ainda disputa a Copa Sul-Americana. 

O Botafogo, por outro lado, ainda está vivo na competição nacional (falta o jogo de volta contra o Paraná), mas não se classificou para o torneio continental. 

O Palmeiras ainda disputa a fase de grupos da Taça Libertadores da América (são quatro rodadas pela frente), enquanto o Vasco ainda tem a volta da Copa do Brasil, contra o Goiás, para resolver. 

O Corinthians foi eliminado da Taça Libertadores da América na primeira fase e entrará na Copa do Brasil já nas oitavas de final. 

Só que o Atlético-GO está na terceira fase do torneio nacional.

No momento, não dá para prever quando a brecha vai aparecer.

A estratégia de esperar o afunilamento deve ser usada no desfecho do Campeonato Mineiro, caso o Atlético-MG chegue à decisão. 

O Galo, nesse cenário, enfrentaria Tombense ou Caldense. 

A tarefa de acoplar no calendário o jogo seria simplificada pelo fato de o time de Jorge Sampaoli só ter o Brasileirão para disputar. 

Em tese, 26 de agosto seria uma data viável.

Reportagem: O Globo Online

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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