Corinthians fica perto de anunciar naming rights: valores, prazos e impactos nas finanças do estádio.
Clube tem acordo fechado com a farmacêutica Hypera Pharma, mas ainda não assinou contrato.
Pagamento está entre R$ 300 milhões e R$ 320 milhões e deve facilitar pagamento da Caixa.
O Corinthians está muito próximo de anunciar a venda dos naming rights da Arena Corinthians para a farmacêutica Hypera Pharma.
A informação, publicada por veículos como Máquina do Esporte, UOL e Veja, foi checada pelo blog com pessoa próxima à negociação.
A Hypera Pharma (antiga Hypermarcas) é mesmo a empresa que está próxima de nomear o estádio.
O negócio está 99% fechado, porém, até a tarde desta sexta-feira (28), o contrato ainda não tinha sido assinado.
O blog apurou que o valor está entre R$ 300 milhões e R$ 320 milhões pelo período de 20 anos.
Em média, para facilitar comparações, o contrato está estimado entre R$ 15 milhões e R$ 16 milhões anuais.
Curiosamente, as pessoas à frente da negociação são as mesmas que fecharam o patrocínio da Hypermarcas ao Corinthians no início da década. Andrés Sanchez, atual presidente, também estava no cargo em 2010.
O investimento da Hypermarcas contribuiu para elevar a remuneração de Ronaldo, que recebia parte dos patrocínios da camisa.
Muito ou pouco?
Poucos estádios no Brasil têm naming rights.
O Allianz Parque, do Palmeiras, possui um contrato estimado em R$ 300 milhões por 20 anos, ou R$ 15 milhões anuais.
No entanto, este acordo foi anunciado em abril de 2013.
Desde então é muito provável que tenha havido correção da inflação por meio de algum índice previsto em contrato.
A Arena MRV, do Atlético-MG, ainda está sendo construída.
A construtora que lhe dará nome se comprometeu a investir R$ 60 milhões por um período de dez anos.
Portanto, R$ 6 milhões anuais.
De qualquer maneira, o torcedor precisa ter cuidado ao comparar valores.
O direito de dar nome ao estádio corresponde "apenas" à propriedade comercial mais valiosa de um pacote.
Este tipo de patrocínio geralmente inclui placas para exposição de marca dentro do estádio, camarotes, entre outras maneiras de compensar o patrocinador pelo gasto.
A comparação só ficaria perfeita com todos esses detalhes.
Comparações com outros tipos de patrocínios, como os que aparecem no uniforme, são ainda menos precisas.
Inserções de marcas em camisas são comuns no futebol brasileiro desde os anos 1970.
Ainda não existe uma cultura apropriada para naming rights no Brasil, como acontece na Europa e principalmente nos Estados Unidos.
A equação da Arena Corinthians: Ainda é cedo para conclusões definitivas sobre o impacto positivo que o contrato de naming rights, quando assinado, terá sobre as contas da Arena Corinthians.
Faltam informações importantes para uma análise mais abrangente, como as condições de pagamento do patrocínio.
É possível prever o destino do dinheiro por causa do contrato de financiamento entre o fundo imobiliário que administra o estádio, sociedade entre Corinthians e Odebrecht, e a Caixa Econômica Federal, agente repassadora do empréstimo público feito pelo BNDES.
O contrato do empréstimo prevê que toda a receita com naming rights deve, obrigatoriamente, ser direcionada para a aceleração do pagamento deste financiamento público.
A prioridade para o pagamento valerá enquanto ocorrerem uma das duas condições:
Montante devido à Caixa for maior do que R$ 200 milhões: Se não houver nenhuma mudança contratual na relação com a Caixa, como o Corinthians ainda assinará o contrato de naming rights com a Hypera Pharma, como o valor devido ainda é muito superior a R$ 200 milhões, tudo indica que este patrocínio tem finalidade travada.
O Corinthians vinha pagando a Caixa com a operação da própria Arena, ou seja, a diferença positiva entre as bilheterias e as despesas para manutenção do estádio e realização das partidas.
Com os naming rights, em teoria, este pagamento ficará um pouco mais fácil de ser executado.
Por último, precisamos lembrar que a dívida da Arena Corinthians está dividida em três partes.
Além da Caixa, correspondente a cerca de um terço, os outros dois terços se dividem entre debêntures emitidas pelo fundo imobiliário e aporte feito pela Odebrecht na época das obras.
Desde o princípio, o Corinthians se compromete a pagar apenas a Caixa.
Na visão do clube, o restante é problema da Odebrecht.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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