Isaquias Queiroz e Ana Marcela Cunha vencem o Prêmio Brasil Olímpico 2018.
Noite no Rio também rende homenagens a Jackie Silva, campeã olímpica do vôlei de praia em 1996, e Geraldo Bernardes, sensei de Rafaela Silva. Jesus Mórlan é lembrado na cerimônia
A noite foi de aplausos e muita comemoração.
Isaquias Queiroz e Ana Marcela receberam o Prêmio nesta noite. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Em mais uma edição do Prêmio Brasil Olímpico, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) reconheceu o esforço e premiou os melhores atletas do ano no país.
Em festa em um teatro na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a entidade levou ao palco os destaques de cada modalidade e também revelou os grandes vencedores de 2018 como Atleta do Ano no masculino e feminino.
Entre os homens, Isaquias Queiroz levou a melhor.
Foi a terceira vitória dele no prêmio, ele havia ganho em 2015 e 2016.
Já entre as mulheres, Ana Marcela Cunha foi a vencedora, repetindo o seu feito de 2015.
O prêmio de Atleta da Galera, através de votação na internet, ficou com o ciclista Henrique Avancini.
"Estar do lado de Gabriel Medina e Pedro Barros é uma honra muito grande para mim. Estou muito feliz e devo tudo às pessoas que estiveram comigo esse tempo todo, em especial ao meu técnico Jesus Mórlan, que não está mais conosco. Sem o apoio da minha comissão técnica e dos meus apoiadores eu não teria chegado ao nível que estou hoje", disse Isaquias Queiroz.
A comemoração também rendeu homenagens a Jackie Silva, campeã olímpica do vôlei de praia em 1996, com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva.
Em seu discurso, ela lembrou da sua luta por igualdade no esporte. O outro premiado foi Geraldo Bernardes, sensei de Rafaela Silva, lembrado com o Troféu COI.
No masculino, Isaquias concorreu com Gabriel Medina, do surfe, e Pedro Barros, do skate, todos vindos de uma temporada impressionante em 2018.
Melhor para Isaquias, que conquistou três medalhas no Mundial de Portugal este ano.
No feminino, Ana Marcela Cunha não ficou para trás.
A maratonista aquática teve como adversárias Ana Sátila, da canoagem slalom, e Marta, do futebol. Ana levou a melhor após ter sido eleita a melhor maratonista aquática pela Final este ano.
Em 2018, ela conquistou o Circuito Mundial.
Além de todas as entregas, o Prêmio Brasil Olímpico teve um momento de emoção.
O Comitê Olímpico do Brasil prestou homenagem póstuma a Jesus Mórlan, espanhol e grande comandante da canoagem velocidade do Brasil, e Bebeto de Freitas, um dos melhores técnicos e gestores da história do vôlei.
O espanhol faleceu em novembro, vítima de câncer.
E Bebeto morreu em março, após infarto em Belo Horizonte. Jesus teve seu nome dado ao troféu de técnico do ano em esportes individuais, entregue a Fernando Possenti, treinador de Ana Marcela Cunha.
E Bebeto de Freitas batizou o troféu de técnico de esportes coletivos, dado a Renan Dal Zotto, do vôlei masculino.
Troféu Adhemar Ferreira da Silva: Campeã olímpica em 1996, no vôlei de praia, Jackie Silva foi a homenageada do ano no Troféu Adhemar Ferreira da Silva, que tem como objetivo homenagear atletas e ex-atletas que representem os valores que marcaram a carreira e a vida de Adhemar, bicampeão olímpico no salto triplo, tais como ética, eficiência técnica e física, esportividade, respeito ao próximo, companheirismo e espírito coletivo.
No seu discurso, a ex-jogadora ressaltou sua luta pela igualdade no esporte, rejeitando o rótulo de polêmica.
"Estou muito feliz, porque isso é o reconhecimento do meu trabalho. Minha história começou em 1986, quando o voleibol deu um grande passo na história, tornando-se o primeiro esporte a ter patrocinadores na camisa. Mas acontecia uma coisa estranha: só homens tinham patrocínio. Em protesto, coloquei o meu uniforme no avesso e fui cortada da seleção. Foi então que fui para os Estados Unidos jogar vôlei de praia e anos depois trouxe uma medalha para o Brasil", contou Jaqueline.
A carioca, de 56 anos, cravou seu nome na história do esporte nacional ao se tornar a primeira brasileira a conquistar, ao lado de Sandra Pires, o ouro olímpico.
A final do vôlei de praia nos Jogos de Atlanta 1996 marcou também as primeiras medalhas de atletas brasileiras, já que Adriana Samuel e Mônica Rodrigues ficaram com a prata, ao serem derrotadas por Jackie/Sandra por dois sets a zero.
Antes da medalha olímpica, Jackie Silva havia participado de duas edições de Jogos Olímpicos no vôlei de quadra, em 1980, em Moscou, e 1984, em Los Angeles.
Em 2009, foi eleita a décima personalidade mundial esportiva a receber o Prêmio Atleta pelo Esporte da UNESCO, por desenvolver por meio de seus instituto, o projeto social "Atletas Inteligentes" para valorizar a união entre o esporte e a presença dos jovens nas escolas.
Troféu COI: Mentor de Rafaela Silva, ouro na Rio 2016, e Flávio Canto, bronze em Atenas 2004, o sensei Geraldo Bernardes recebeu o Troféu COI durante o Prêmio Brasil Olímpico.
Em 2018 a premiação levou o tema "Olimpismo em ação". Geraldo é o criador do Instituto Reação, ONG que já beneficiou mais de 10 mil crianças em áreas carentes do Rio de Janeiro.
"Isso é uma sensação grande, já tive várias emoções na minha vida e agora é uma emoção diferente por ter um reconhecimento de quem trabalha pelo esporte. Divido isso com todos integrantes do Instuto Reação, inclusive com o Flávio Canto, que foi meu aluno. Se Deus permitir, vou morrer nos tatames, transformando vidas e ajudando pessoas menos favorecidas", disse Geraldo.
O Troféu COI é destinado a pessoas que trabalham a igualdade de gênero no esporte, a atividade física, a educação e o desenvolvimento do ser humano, além da ajuda aos refugiados.
Geraldo, por exemplo, foi o técnico de judô de dois dos refugiados que competiram na Rio 2016, Popole Misenga e Yolande Bukasa.
Além de Flávio e Rafaela, Geraldo também foi técnico da seleção brasileira de judô.
Em 1979, no Mundial, comandou o Brasil.
Em Seul, na Olimpíada de 1988, esteve com Aurélio Miguel no ouro inédito.
Esteve também com Rogério Sampaio, Henrique Guimarães, Carlos Honorato e Tiago Camilo.
Hoje, tem núcleos do Reação na Rocinha e na Cidade de Deus, ambas no Rio de Janeiro.
Melhores do ano por modalidade
Atletismo: Darlan Romani
Badminton: Ygor Coelho
Basquete: Yago Mateus
Basquete 3x3: Luiz Felipe Soriani
Beisebol: Felipe Burin
Boxe: Beatriz Ferreira
Canoagem Slalom: Ana Sátila
Canoagem Velocidade: Isaquias Queiroz
Ciclismo BMX (Freestyle): Leandro Neto
Ciclismo BMX (Racing): Anderson Ezequiel de Souza Filho (Andinho)
Ciclismo Estrada: Vinicius Rangel Costa
Ciclismo Mountain Bike: Henrique Avancini
Ciclismo Pista: Kacio Fonseca da Silva Freitas
Desportos na Neve: Jaqueline Mourão
Desportos no Gelo: Isadora Williams
Escalada Esportiva: Thais Makino Shiraiwa
Esgrima: Alexandre Camargo
Futebol: Marta Silva
Ginástica Artística: Arthur Zanetti
Ginástica Trampolim: Camilla Gomes
Ginástica Rítmica: Natália Gaudio
Golfe: Luiza Altmann
Handebol: Eduarda Amorim
Hipismo adestramento: João Victor Oliva
Hipismo CCE: Márcio Carvalho Jorge
Hipismo saltos: Pedro Veniss
Hóquei sobre grama: Rodrigo Faustino
Judô: Érika Miranda
Karatê: Vinicius Figueira
Levantamento de pesos: Fernando Saraiva Reis
Maratona Aquática: Ana Marcela Cunha
Nado Artístico: Maria Clara Lobo
Natação: Revezamento (Pedro Spajari /Gabriel Santos/Marcelo Chierighini/Marco Antonio Ferreira Junior)
Pentatlo moderno: Maria Iêda Guimarães
Polo Aquático: Gustavo Guimarães
Remo: Uncas Tales Batista
Rugby: Bianca dos Santos Silva
Saltos Ornamentais: Ingrid de Oliveira
Skate: Pedro Barros
Softbol: Fernanda Ayumi Missaki
Surfe: Gabriel Medina
Taekwondo: Edival Pontes (Netinho)
Tênis: Marcelo Melo
Tênis de mesa: Hugo Calderano
Tiro com arco: Marcus Vinícius D´Almeida
Tiro esportivo: Julio Almeida
Triatlo: Manoel Messias
Vela: Martine Grael e Kahena Kunze
Vôlei: Douglas Souza
Vôlei de praia: Agatha Bednarczuk / Duda Lisboa
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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