Com resultados expressivos, ginástica brasileira celebra 2018.
Após um ano com grandes resultados, conquista de vagas para a Olimpíada de Tóquio-2020 será uma das principais metas para o ano de 2019
O balanço da Ginástica Brasileira ao final da temporada de 2018 é bastante positivo, em todos os aspectos.
No segundo ano do ciclo para Tóquio-2020, as quatro modalidades olímpicas colecionaram resultados expressivos.
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Ano de muitas glórias para o esporte olímpico em 2018. (Foto: Olimpiadatododia.com.br) |
Na ginástica artística masculina, o mais importante foi a medalha de prata de Arthur Zanetti nas argolas, no Mundial de Doha (Catar), já na feminina podemos destacar o quinto lugar de Flávia Saraiva na final do solo no mesmo mundial.
Na rítmica, o espetacular resultado alcançado pela Seleção Brasileira de Conjunto, que conquistou medalha de ouro no Pan-Americano da modalidade, em Lima (Peru), na série de cinco arcos, com a maior nota da história de uma equipe das Américas em eventos internacionais.
No individual da GR, destaque para Natália Gaudio no Mundial de Sofia (Bulgária), terminando entre as 24 melhores do mundo no aparelho fita.
No trampolim, o principal feito do ano ficou com Camilla Gomes, obtendo o melhor resultado da história do Brasil no Mundial de São Petersburgo (Rússia), com a décima quarta posição.
Fora dos ginásios, a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) teve um importante ano no combate ao assédio no esporte, com a realização de diversas medidas do seu Programa de Prevenção e Combate ao Assédio, como a criação do Código de Ética, do Comitê de Ética e Integridade, da Cartilha de Combate ao Assédio, das palestras e seminários educativos, das assinaturas do Termo de Cooperação com o Ministério Público e do Termo de Convivência entre ginastas e treinadores, que trouxe entre outros pontos regras de convívio que visam proteger a integridade dos ginastas.
Todas estas regras e documentos são encontrados no Canal de Ética da CBG, que também foi lançado este ano.
“Foi um ano de muitas conquistas, trabalho, aprendizado e superação. Conseguimos já no primeiro semestre do ano ser a modalidade com maior número de medalhas nos Jogos Sul-Americanos realizados em Cochabamba (Bolívia). Obtivemos outros resultados inéditos, como a classificação das Seleções Masculina e Feminina de Ginástica Artística para as finais por equipes em um mesmo Mundial, a histórica nota da Seleção de Conjunto de Ginástica Rítmica no Pan-Americano de Lima, o décimo quarto lugar no Mundial de Trampolim com Camila Lopes, as duas medalhas de ouro da Ginástica Aeróbica na Copa do Mundo da Bulgária, entre outros feitos históricos”, afirmou Luciene.
“Participamos dos principais eventos internacionais sem deixar de dar atenção ao calendário nacional de todas as nossas modalidades, realizando campeonatos nas cinco regiões do país, promovendo e desenvolvendo a Ginástica em todo território nacional”, completou a presidente da CBG, que ressaltou ainda as ações da entidade nas questões de gestão e governança.
“Fora da área de competição, a CBG aprimorou ainda mais a sua gestão, realizando diversas ações e medidas no sentido de combater e proteger os ginastas contra todas as formas de assédios. E a CBG continuará com seus esforços para aprimorar ainda mais seus programas, tornando-se um exemplo no combate ao assédio no esporte, visando garantir um ambiente sempre saudável para nossos atletas, influenciando assim, positivamente a sociedade”, disse Luciene, que fez questão de destacar os principais parceiros da CBG.
“Todas as nossas atividades só foram possíveis de serem realizadas porque temos ao nosso lado a CAIXA, como patrocinadora máster e que acredita na Ginástica Brasileira, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) e o Ministério do Esporte nos apoiando”, afirmou.
Confira abaixo como foi o ano de 2018 na Ginástica Brasileira.
Ginástica Artística: A temporada começou com a participação na Copa do Mundo por Aparelhos em Melbourne (Austrália), no final de fevereiro.
A competição serviu para testar integrantes da nova geração da ginástica artística.
O destaque ficou com Isabel Barbosa, que conquistou duas medalhas de prata, no solo e na trave.
Em março, a ginástica masculina marcou presença no DTB Pokal Team Challenge, em Stuttgart (Alemanha).
E a equipe brasileira conquistou um ótimo resultado, terminando na segunda colocação na classificação, atrás apenas da Rússia, somando 165,929 pontos.
O time brasileiro foi formado por Arthur Zanetti (primeiro nas argolas, segundo no salto e terceiro no solo), Luís Porto (quarto no solo e décimo primeiro no salto), Francisco Barreto (primeiro na barra fixa, quarto no cavalo com alças, décimo primeiro nas argolas e nono nas paralelas) e Péricles Silva (oitavo no cavalo com alças, quarto nas paralelas e quinto na barra fixa).
Lucas Bittencourt completou a equipe, tendo disputado a qualificação.
Em abril, o Brasil levou suas equipes adulta e juvenil para o tradicional Trofeo Cittá di Jesolo de Ginástica Artística Feminina, em Jesolo (Itália).
E o saldo foram duas medalhas de prata no time adulto. Uma por equipe (Carolyne Pedro, Flavia Saraiva, Jade Barbosa e Luiza Domingues) e outra no solo, com Flavinha.
O mês de maio teve como ponto alto a participação nos Jogos Sul-Americanos, realizados em Cochabamba (Bolívia).
O Brasil terminou como campeão geral da competição, ao ter conquistado 21 medalhas, sendo dez de ouro, sete de prata e quatro de bronze.
Tanto as seleções feminina e masculina foram campeãs por equipe. Levaram ouro também Arthur Zanetti (argolas e salto), Caio Souza (barra fixa), Flavia Saraiva (trave e assimétricas), Luiza Domingues (salto), Francisco Barreto (cavalo com alças), Thaís Fidelis (solo).
Em junho, Gustavo Polato, um dos destaques da nova geração da ginástica artística masculina, encerrou com medalha sua participação na Copa do Mundo de Koper, na Eslovênia, ao levar o bronze na barra fixa.
Também em junho, os ginastas da Seleção Brasileira Juvenil Feminina e Masculina alcançaram o objetivo de se classificar para a Olimpíada da Juventude de Buenos Aires, durante o Pan-Americano da modalidade, também realizado na capital argentina.
Além da classificação, o Brasil ainda conquistou 7 medalhas neste torneio.
O mês de setembro reservou a disputa do Pan-Americano de Ginástica Artística, em Lima (Peru), evento que também era classificatório para os Jogos Pan-Americanos que serão disputados na capital peruana, no próximo ano.
Na ginástica masculina, destaque para as medalhas de ouro conquistadas por Caio Souza na barra fixa e no salto, além da prata de Francisco Barreto na barra fixa.
No feminino, Flavia Saraiva foi o principal nome da equipe, conquistando duas pratas (solo e trave) e um bronze (individual geral).
Por equipes, o time feminino ficou na segunda posição, enquanto o masculino terminou em terceiro lugar.
Em outubro, novos pódios para a ginástica artística.
Os Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires (Argentina) apresentaram ao mundo o talento do jovem Diogo Soares, de 16 anos, que conquistou bronze no individual geral e prata na barra fixa.
O ponto alto, contudo, foi a participação no Campeonato Mundial de Doha (Catar).
Com um desempenho considerado histórico, as equipes feminina e masculina alcançaram todos os objetivos traçados.
Além da medalha de prata obtida por Arthur Zanetti nas argolas, a ginástica brasileira conseguiu aumentar sua presença em finais em Doha, com sete participações.
Pela primeira vez em Mundiais, as seleções feminina e masculina chegaram a uma final por equipes no mesmo evento.
Por fim, as duas equipes brasileiras também alcançaram a meta de terminar a competição entre os 24 primeiros colocados e se qualificaram para disputar o Mundial de Stuttgart (Alemanha) em 2019 com time completo.
Desta forma, poderão brigar pelas nove vagas restantes aos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020.
Após o Campeonato Mundial, os ginastas Arthur Nory, Flavia Saraiva e Jade Barbosa participaram de eventos internacionais realizados na Suíça.
No primeiro deles, o Memorial Artur Gander, o Brasil conquistou medalhas de ouro e prata com Jade Barbosa e Flavia Saraiva respectivamente.
O ginasta Arthur Nory finalizou sua participação na décima posição.
Em seguida, os mesmos ginastas participaram do Swiss Cup.
Neste evento, a ginasta Jade Barbosa subiu ao pódio na terceira colocação, resultado inédito para o Brasil.
Por fim, em novembro, a ginástica feminina teve um desempenho brilhante na Copa do Mundo de aparelhos em Cottbus (Alemanha).
O evento reúne uma série de oito campeonatos a serem realizados até 2020.
Os ginastas que somarem mais de três participações no torneio poderão buscar a classificação para a Olimpíada de Tóquio (Japão).
Com direito a duas dobradinhas no último dia de disputas (solo e trave), o Brasil encerrou sua participação com seis medalhas.
Rebeca Andrade foi o principal destaque, com duas de ouro (salto e trave) e uma prata (assimétricas). Flavia Saraiva levou ouro no solo e prata na trave.
Jade Barbosa conquistou uma medalha de prata no solo.
Ginástica Rítmica: A temporada de competições internacionais da Seleção Brasileira de Conjunto de Ginástica Rítmica foi aberta com a participação na Copa do Mundo de Guadalajara (Espanha), em maio.
Na final de cinco arcos, as brasileiras terminaram na sétima posição, ao lado de grandes potências da modalidade.
A segunda etapa da Copa do Mundo aconteceu também em maio, em Portimão (Portugal) e as brasileiras mostraram uma evolução ainda melhor.
O conjunto chegou às finais da série de cinco arcos e no conjunto misto (três bolas e duas cordas), terminando em quarto lugar nas duas provas.
No individual, um feito inédito: Natália Gaudio foi a primeira brasileira a avançar para uma final de Copa do Mundo, terminando em quarto lugar.
Na disputa dos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba (Bolívia), em junho, as brasileiras faturaram oito ouros e três pratas.
O Brasil venceu todas as disputadas da modalidade na Bolívia.
Em setembro, o Brasil participou do Mundial de Ginástica Rítmica em Sofia (Bulgária).
No individual, o melhor resultado foi de Natália Gaudio, que ficou em vigésima quarta na fita e ficou entre as 48 melhores no individual geral.
Já a seleção de conjunto cumpriu seu objetivo, ao ficar em décimo oitavo lugar e se classificar para o Mundial de 2019, que definirá vagas para a Olimpíada de Tóquio de 2020.
Ainda em setembro, o principal resultado da rítmica em 2018 aconteceu na disputa do Pan-Americano da modalidade, em Lima (Peru).
O Brasil somou seis medalhas na competição.
O melhor resultado veio na final dos cinco arcos, o conjunto brasileiro conquistou a medalha de ouro alcançando a maior nota na história (20,950) de uma equipe das Américas em eventos internacionais.
Além disso, alcançou o objetivo de classificar o individual e o conjunto para os Jogos Pan-Americanos de Lima de 2019.
Ginástica de Trampolim: A temporada internacional da ginástica trampolim começou na disputa dos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba.
Camilla Gomes confirmou o favoritismo e conquistou a medalha de ouro.
Em setembro, na disputa do Pan-Americano da modalidade, em Lima, o Brasil voltou para casa com mais duas medalhas.
No trampolim sincronizado masculino, Lucas Tobias e João Fonseca ficaram com a prata, enquanto que no feminino, Camilla Gomes e Daianne Lima levaram o bronze.
Além disso, alcançou seu objetivo na competição, obtendo três vagas para os Jogos Pan-Americanos de 2019, com duas vagas no feminino e uma no masculino.
O ponto alto da temporada veio na disputa do Campeonato Mundial, em São Petersburgo.
Pela primeira vez, duas ginastas brasileiras alcançaram a semifinal da competição.
Além disso, Camilla Gomes terminou na melhor colocação na história do Brasil na ginástica de trampolim, ficando em décimo quarto lugar.
Alice Gomes chegou uma posição abaixo, em décimo quinto lugar.
Reportagem: Olimpiadatododia.com.br
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro