Atletas, Startups e Organizações de Impacto que marcaram 2024.
Uma jornada pelos projetos e iniciativas que estão revolucionando o impacto social através do esporte e da inovação.
CEO e fundador da Esporte Educa, primeira EduSportech brasileira com foco em reescrever a relação do esporte com a educação dentro do país
Caro leitor, estamos nos últimos dias do ano, uma época que naturalmente desperta sentimentos de solidariedade, fraternidade e esperança.
Por isso, o tema de hoje será a solidariedade e os atletas que têm feito a diferença nesse setor tão inspirador.
Após a publicação da minha coluna “Atletas Mais Comercializáveis de 2024: Brasileiros, Mulheres e a Força do Personal Branding”, recebi uma provocação do bem da querida Daiany França Saldanha.
Além de colega do mercado esportivo, ela é referência social no terceiro setor.
“Ivan, que tal falarmos dos atletas mais solidários também? E escrever sobre os projetos sociais esportivos mais relevantes no Brasil?”
Não apenas achei a proposta bacana, como percebi que o final de ano era o momento perfeito para abordar essa pauta.
Convidei Daiany para co-criar esta coluna comigo, e hoje tenho o prazer de dividir este espaço com uma coautora tão especial.
Ao longo de 2024, tive o privilégio de publicar 23 colunas aqui no MKT Esportivo, totalizando 29.278 palavras.
Compartilhei tendências globais, inovações no mercado de tecnologia e startups, cases inspiradores de grandes marcas e análises sobre a relevância da educação no esporte.
Cada texto foi pensado para conectar ideias, provocar debates e, acima de tudo, destacar como o esporte e a educação podem caminhar juntos para criar uma sociedade mais justa.
Buscando sempre inovar, já explorei diferentes formatos, incluindo colunas em formato de séries, onde 2 ou mais textos se complementavam para aprofundar um tema.
Hoje, trago mais uma novidade: pela primeira vez, compartilho este espaço com uma coautora.
Daiany, que é CEO da Líderes Esportivos e líder da frente de esportes do Instituto MOL, traz uma bagagem incrível e insights valiosos que enriqueceram essa discussão.
Juntos, vamos destacar os projetos solidários que estão transformando vidas por meio do esporte e celebrar os atletas que usam sua influência para impactar positivamente a sociedade.
Esporte e solidariedade: O legado social de atletas brasileiros
Historicamente, atletas têm sido agentes de transformação social, utilizando suas trajetórias de sucesso como inspiração e suas redes de influência para impulsionar mudanças sociais.
No Brasil, iniciativas como o Instituto Elisângela Maria Adriano, que promove o atletismo como ferramenta de inclusão social, e o Instituto Vinícius Júnior, que transforma a educação em escolas públicas e promove a educação antirracista, como atletas podem ampliar o impacto de suas histórias pessoais em benefício de comunidades.
O potencial transformador do esporte vai muito além das competições.
Ele é um canal poderoso para o engajamento social, a mobilização de recursos e o fortalecimento de uma cultura de doação, especialmente quando liderado por figuras carismáticas e admiradas pela sociedade.
Imagine o impacto se essas torcidas, clubes e atletas unissem forças para transformar o mundo?
Por que o esporte é um mobilizador único frente às outras indústrias?
O esporte conecta pessoas de todas as idades, gêneros e origens sociais, criando uma rede natural de engajamento que poucas outras indústrias conseguem replicar.
Dados da FIFA (Federação Internacional das Associações de Futebol) mostram que o futebol é acompanhado por mais de 5 bilhões de pessoas, consolidando-se como o maior fenômeno social global.
No Brasil, o impacto econômico do futebol é imenso, representando 0,72% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, além de possuir uma capacidade incomparável de gerar visibilidade e adesão emocional.
Segundo o estudo Doar Brasileiro: o esporte como mobilizador de doações, conduzido pelo Instituto MOL, as torcidas e os ídolos esportivos têm um papel fundamental na construção de confiança para as doações.
A pesquisa revelou que:
93% dos entrevistados consideram positiva a associação de atletas com campanhas de doação.
58% disseram que anúncios em eventos esportivos os incentivariam a doar.
24% doariam motivados por um convite de seu clube de coração.
A credibilidade de atletas e clubes esportivos atua como um facilitador essencial para superar a desconfiança de potenciais doadores, um dos maiores desafios enfrentados pelas organizações da sociedade civil.
Isso fica evidente ao analisarmos o nível de engajamento da torcida do Corinthians, que até o momento já arrecadou impressionantes R$ 33,6 milhões para ajudar a quitar o estádio.
E veja bem, não estamos falando de um problema social, mas de uma dívida milionária herdada de gestões anteriores do clube que foram irresponsáveis.
Exemplos de sucesso: Mobilização e impacto social
Um caso emblemático foi a campanha “Jogando Junto, Pela Reconstrução do RS”, liderada por Grêmio e Internacional em 2024.
A ação arrecadou quase 30 milhões para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, mostrando o poder de mobilização do esporte quando aliado a causas sociais. Inclusive nesse ano a FIFA premiou Thiago Maia, volante do Internacional.
O brasileiro levou o troféu ‘fair play’ da entidade na famosa premiação anual o FIFA The Best.
Outros exemplos incluem a fundação do Futbol Club Barcelona, que destina 0,7% de suas receitas para projetos sociais, e iniciativas como as campanhas de arrecadação de alimentos realizadas durante partidas do Campeonato Brasileiro, envolvendo mais de 200 clubes em uma rede nacional de solidariedade.
Atletas solidários: um exemplo a ser seguido: Além dos institutos já citados, figuras como Neymar Júnior, Flávio Canto, Guga Kuerten, Ana Moser e Janeth Arcain têm usado sua influência para beneficiar comunidades em situação de vulnerabilidade.
Em paralelo, iniciativas de atletas internacionais, como Cristiano Ronaldo, Serena Williams e Lionel Messi, reforçam que o esporte é uma linguagem universal de solidariedade e impacto social.
E, se você busca algo verdadeiramente lindo e inspirador, convido você a conhecer a história de Sadio Mané.
O jogador senegalês tem transformado sua vila natal com projetos de infraestrutura que incluem escolas, hospitais e acesso à internet, além de oferecer apoio financeiro a todas as famílias locais.
Uma verdadeira lição de como o esporte pode mudar vidas!
O Brasil, com sua paixão inigualável pelo esporte, tem o potencial de liderar uma nova era na cultura de doação.
Unindo a força de suas torcidas, o carisma de seus ídolos e o alcance de suas iniciativas, é possível mobilizar recursos significativos para transformar vidas.
Como ampliar esse impacto no Brasil?
Para consolidar o esporte como um mobilizador social, podemos explorar estratégias como:
Parcerias entre clubes e organizações sociais: destinar um percentual fixo de receitas para projetos filantrópicos, como faz o Futbol Club Barcelona.
Engajamento das torcidas: promover campanhas de doação em dias de jogos, incentivando a doação de alimentos, itens de necessidade básica ou valores simbólicos junto à compra de ingressos.
Apoio de atletas: estimular jogadores a se envolverem pessoalmente em campanhas sociais, ampliando sua atuação para além das doações financeiras.
Educação e conscientização: utilizar a visibilidade do esporte para promover causas como a inclusão social, a educação antirracista e a igualdade de gênero, áreas onde muitos institutos já atuam.
Além dessas estratégias, é importante destacar outros players que buscam fazer a transformar a sociedade brasileira por meio do esporte:
Esporte Educa: Fundada por mim (Ivan) é uma startup que usa tecnologia para transformar vidas, construindo pontes entre esporte e educação.
Criada para garantir que qualquer atleta possa conciliar sua carreira esportiva com os estudos, a iniciativa está disponibilizando até fevereiro R$ 15 milhões em bolsas, impactando diretamente as famílias e abrindo novos caminhos para o futuro.
Instituto MOL, Doar Brasileiro, Esporte: Incentiva a cultura de doação no Brasil, conectando o esporte com a mobilização de recursos para causas sociais.
O Grupo MOL é famoso por diversas iniciativas além do esporte que já mobilizaram mais de R$ 80 milhões em doações para 225 organizações em todo Brasil, o grupo foi fundado em 2007 por Roberta Faria e Rodrigo Pipponzi , sua frente esportiva é liderada por Daiany que hoje é coautora dessa coluna.
Play For Cause: É uma Startup que tem uma plataforma que conecta esporte e solidariedade, que tem como fundador o empreendedor social André, arrecadando fundos para instituições sociais por meio de leilões de itens e experiências exclusivas.
Desde sua fundação, já arrecadou + de R$ 2 Milhões impactando mais de 100 organizações em 18 estados brasileiros.
Sou do Esporte: O Prêmio Sou do Esporte, a maior premiação esportiva independente do Brasil, é reconhecido internacionalmente pelo movimento #PlayTheGame.
Focado em promover a governança no esporte, o prêmio celebra confederações, federações, empresas e atletas que inovam, geram impacto social e adotam boas práticas, contribuindo para o desenvolvimento do esporte no país.
Institutos de atletas que transformam o Brasil: Abaixo está uma lista de institutos de atletas e ex-atletas que representam a força do esporte como vetor de transformação social:
Fundação Fenômenos: Fundada pelo ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário, a fundação desenvolve projetos sociais voltados para a educação e inclusão social de crianças, adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade.
Fundação Gol de Letra: Criada pelos ex-jogadores de futebol Raí e Leonardo, a fundação atua na educação integral de crianças e jovens, promovendo atividades educacionais, culturais e esportivas para o desenvolvimento pessoal e comunitário.
Instituto Ana Moser: Fundado pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser, o instituto promove a inclusão social por meio do esporte, oferecendo oportunidades para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade.
Instituto Ayrton Senna: Criado em homenagem ao piloto Ayrton Senna, o instituto trabalha para melhorar a qualidade da educação pública no Brasil, impactando milhões de estudantes desde sua fundação.
Instituto Bola Pra Frente: Fundado pelo ex-jogador de futebol Jorginho, o instituto utiliza o esporte como ferramenta de inclusão social, oferecendo atividades educacionais e esportivas para crianças e adolescentes em comunidades carentes.
Instituto Compartilhar: Criado pelo ex-atleta e técnico de vôlei Bernardinho, o instituto visa transformar vidas por meio do esporte e da educação, promovendo valores como disciplina, trabalho em equipe e respeito.
Instituto Elisângela Maria Adriano: Fundado pela ex-atleta de atletismo Elisângela Adriano, o instituto promove o atletismo como ferramenta de inclusão social, oferecendo treinamento e suporte para jovens talentos.
Instituto Gabriel Medina: Criado pelo surfista Gabriel Medina, o instituto apoia jovens talentos do surfe, oferecendo suporte financeiro e psicológico para crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos.
Instituto Guga Kuerten: Fundado pelo ex-tenista Gustavo Kuerten, o instituto promove a inclusão social por meio do esporte, beneficiando milhares de crianças em Santa Catarina.
Instituto Janeth Arcain: Criado pela ex-jogadora de basquete Janeth Arcain, o instituto oferece oportunidades esportivas e educacionais para crianças e jovens, visando o desenvolvimento integral e a inclusão social.
Instituto Neymar Júnopr: Fundado pelo jogador de futebol Neymar Júnior, o instituto apoia crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, oferecendo atividades educacionais, esportivas e culturais.
Instituto Patrícia Medrado: Criado pela ex-tenista Patrícia Medrado, o instituto promove o tênis como ferramenta de inclusão social, oferecendo aulas e atividades para crianças e jovens de comunidades carentes.
Instituto Paulinho: Fundado pelo jogador de futebol Paulinho, o instituto desenvolve projetos sociais voltados para a educação e o esporte, visando a inclusão social de crianças e adolescentes.
Instituto Reação: Criado pelo ex-judoca Flávio Canto, o instituto atende crianças e jovens em comunidades carentes, utilizando o judô como ferramenta de inclusão social e promoção de valores.
Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael): Fundado pelos ex-velejadores Lars e Torben Grael, o instituto promove a inclusão social por meio de esportes náuticos, oferecendo formação esportiva e profissionalizante para jovens em situação de vulnerabilidade.
Instituto Vicente Lenílson: Criado pelo medalhista olímpico Vicente Lenílson, o instituto é voltado para o desenvolvimento de jovens talentos no atletismo, oferecendo treinamento e suporte para atletas em formação.
Instituto Vinícius Júnior Fundação: Fundado pelo jogador de futebol Vinícius Jr., o instituto visa transformar a educação em escolas públicas, priorizando a aprendizagem e a capacitação de professores, além de desenvolver materiais educativos sobre antirracismo.
Mempodera: Fundado pela ex-lutadora Aline Silva, o projeto promove a inclusão social e o empoderamento de meninas e mulheres por meio da luta olímpica, oferecendo treinamento e suporte educacional.
Projeto Brasileirinhos: Criado pela ex-ginasta Daiane dos Santos, o projeto oferece atividades esportivas e educacionais para crianças e adolescentes, visando a inclusão social e o desenvolvimento integral.
O esporte possui uma dualidade única: além de ser uma das indústrias mais poderosas em mobilização e transformação social, é também um dos maiores mercados globais, movimentando bilhões. Seu diferencial está no Quinto P do marketing esportivo: a paixão.
Esse sentimento, capaz de engajar multidões, pode e deve ser canalizado para promover impacto social, fomentar projetos e startups sociais e fortalecer a cultura de doação.
Entretanto, é fundamental que o Brasil avance além da dependência da Lei de Incentivo ao Esporte. Embora importante, ela não deve ser a única solução.
O que aconteceria se essa lei fosse revogada? Exemplos como Mané construindo hospitais com recursos próprios, o Grupo MOL promovendo a cultura de doação, minha startup Esporte Educa, que disponibilizará R$ 15 milhões em bolsas, e a Play For a Cause, que já direcionou mais de R$ 2 milhões para ONGs (Organização das Nações Unidas), mostram que existem outros caminhos possíveis.
Espero que esta reflexão inspire você, leitor do MKT Esportivo, a agir e inovar.
O esporte não é apenas paixão; é uma ferramenta poderosa para construir um futuro melhor.
Como parte de uma audiência qualificada aqui do nosso portal, você tem o potencial de criar projetos transformadores e fortalecer a nossa indústria.
Se deseja criar uma startup de impacto social fique à vontade para me procurar ou se você quiser entender mais sobre o terceiro setor e captação de recursos descentralizados, recomendo conhecer a Líderes Esportivos, criada por Daiany que também escreveu essa coluna, a Líderes Esportivos capacita líderes e organizações esportivas no Brasil, promovendo o direito ao esporte com ênfase no empoderamento de meninas e mulheres.
Como dizia Nelson Mandela: “O esporte tem o poder de mudar o mundo!”
Feliz 2025!
Que esta coluna traga esperança e que os bons sentimentos preencham seu coração.
Até breve, caro leitor!
Reportagem: Mktesportivo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro