terça-feira, 19 de setembro de 2023

Subida abençoada

Time de padre (e prefeito!), Catanduva consegue acesso inédito no Paulista cinco temporadas após fundação.

Disputando apenas a quinta Bezinha de sua curta história, Santo deixa adversários tradicionais para trás e deixa a última divisão paulista.

Em sua quinta participação no Campeonato Paulista da segunda divisão, a popular Bezinha, o Catanduva fez história. 

O Santo conquistou o primeiro acesso e vai disputar a Série A3 de 2024, deixando para trás equipes tradicionais do estado como Paulista, Mogi Mirim, União Barbarense, Rio Branco, XV de Jaú e América-SP, por exemplo.

A trajetória do Catanduva até chegar ao acesso é claramente ascendente. 

Fundado no fim de 2017, o clube disputou a Bezinha pela primeira vez em 2018. 

E o desempenho, conforme o esperado, não empolgou: eliminação na primeira fase e a Trigésima colocação entre os 40 participantes.

No ano seguinte, a melhora foi considerável. 

O time avançou nas duas primeiras fases e só foi eliminado às vésperas do mata-mata. 

O desempenho seria semelhante na temporada seguinte que a equipe disputou o torneio, mas isso não aconteceu em 2020, já que no ano em questão, o Santo esteve licenciado da disputa.

Já em 2022, o Catanduva viu a inédita classificação para o mata-mata escapar pelos dedos. 

A equipe ia ficando com a vaga com um empate diante da Itapirense, mas viu o Itararé virar o jogo com o Ska Brasil nos minutos finais e tomar o seu lugar.

Pegando no tranco: Quem vê o Catanduva selar o acesso com uma ótima vitória fora de casa sobre o Taquaritinga pode até achar que o time nadou de braçadas durante toda a Segundona. 

Mas na prática não foi bem assim.

Com uma campanha irregular no início, o Santo ganhou embalo no decorrer da competição até conquistar a vaga para a Série A3 do ano que vem.

Nas duas primeiras fases, o time não liderou seus respectivos grupos e, em ambos os casos, só conquistou a classificação para a etapa seguinte na última rodada.

Na terceira fase, o time passou invicto e contando os jogos das quartas de final, que viriam a seguir, chegou a acumular uma série de 11 jogos sem saber o que é perder.

Agora, o clube tem a chance de conquistar o primeiro título de sua história. 

Catanduva e União São João se enfrentam nos dois próximos sábados valendo o troféu de campeão do Paulista da segunda divisão.

O primeiro jogo será no dia 23 de setembro, às 16 horas (horário de Brasília), no estádio Silvio Salles, em Catanduva. 

Já a volta acontece no dia 30 de setembro, às 15 horas (horário de Brasília), no estádio Hermínio Ometto, em Araras.

Entre a caneta e a batina: O Catanduva é um clube um tanto quanto peculiar. 

Isso porque foi fundado e pertence a ninguém menos que um padre. 

Que, por sinal, é o prefeito da cidade de Catanduva.

O sacerdote Osvaldo de Oliveira Rosa, no caso, é o mandatário. 

Dono de 90% da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do clube, ele se divide entre as muitas funções com a ajuda do irmão, o também padre Ernesto, presidente-executivo do time.

Até mesmo a fundação do clube, em 2017, passa por um processo curioso. 

Na ocasião, o padre Osvaldo criou uma escolinha de futebol para atrair crianças da comunidade para a catequese. 

A regra era de que apenas quem estivesse frequentando as aulas do estudo religioso pudesse participar dos treinos.

O dinheiro do clube vem do próprio bolso do padre, além de apoiadores locais. 

O Catanduva conta ainda com três patrocinadores, dois dos quais são empresas de propriedade do próprio dono da agremiação.

O padre garante ainda que não há dinheiro público na receita do time. 

O sacerdote ainda exerce a função de cartola "raiz", negociando o "bicho" (premiação) com os jogadores. 

Que certamente receberam uma boa fatia pelo acesso.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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