Verstappen vence décima consecutiva e bate recorde.
Em dobradinha da RBR, bicampeão levou a melhor após 15 voltas de duelo com Sainz, pole position e terceiro na corrida.
Triunfo superou a marca de Vettel de nove vitórias sucessivas em um ano.
Max Verstappen suou, mas jogou água no vinho dos tifosi e faturou o Grande Prêmio da Itália deste domingo (3) após 15 voltas de um minucioso duelo com Carlos Sainz, pole e terceiro colocado.
Sua décima segunda vitória do ano e décima consecutiva bateu o recorde estabelecido por Sebastian Vettel em 2013, de nove triunfos sucessivos numa temporada.
Sergio Pérez chegou em segundo lugar e completou a vigésima oitava dobradinha da RBR ao superar Charles Leclerc e depois o próprio Sainz na corrida.
Este foi o segundo triunfo do holandês no Circuito de Monza, casa da rival Ferrari.
Max também se torna o primeiro piloto em cinco anos a vencer duas vezes na pista.
Mais nova terceira colocada do campeonato de construtores, a Ferrari conseguiu salvar ao menos o pódio com Sainz, mas não foi fácil.
Leclerc cedeu à pressão de Pérez e sua tentativa de retaliação no fim da prova não rendeu.
O próprio espanhol também teve que fechar a porta para o mexicano a todo custo, mas não evitou a dobradinha da RBR na casa da escuderia italiana, que sofreu ainda com a briga de seus pilotos pelo terceiro lugar entre as voltas 47 e 51, a última, na qual Leclerc chegou a escapar do traçado.
A prova teve problemas antes mesmo de seu início de fato: Yuki Tsunoda, que largaria em décimo primeiro lugar, parou no gramado da Parabolica com falha no motor da AlphaTauri.
A largada foi abortada e a abertura da corrida postergada por 23 minutos.
De 53 voltas, ela foi reduzida para 51.
Resultado:
Max Verstappen (RBR)
Sergio Pérez (RBR) +6s064
Carlos Sainz (Ferrari) +11s193
Charles Leclerc (Ferrari) +11s377
George Russell (Mercedes) +23s028
Lewis Hamilton (Mercedes) +42s679
Alexander Albon (Williams) +45s106
Lando Norris (McLaren) +45s449
Fernando Alonso (Aston Martin) +46s294
Valtteri Bottas (Alfa Romeo) +1m04s056
Liam Lawson (AlphaTauri) - 1m10s638
Oscar Piastri (McLaren) +1m13s074
Logan Sargeant (Williams) +1m18s557
Guanyu Zhou (Alfa Romeo) +1m20s164
Pierre Gasly (Alpine) +1m22s510
Lance Stroll (Aston Martin) +1m27s266
Nico Hulkenberg (Haas) - 1 volta
Kevin Magnussen (Haas) - 1 volta
Esteban Ocon (Alpine) - ABANDONOU
Yuki Tsunoda (AlphaTauri) - NÃO LARGOU
A Fórmula 1 retorna daqui a duas semanas em 17 de setembro, com o Grande Prêmio de Singapura, décima quinta etapa da temporada.
Veja calendário e possíveis contas para o tri de Verstappen.
A prova italiana foi marcada por duelos intensos, dos quais decorreram uma série de contatos e punições a pilotos como Lewis Hamilton, George Russell, Oscar Piastri e Logan Sargeant.
A Mercedes e a McLaren se viram mais distantes de RBR e Ferrari, com isso, disputando as posições adjacentes abaixo da líder e da equipe da casa.
Entre os nomes no top 10, entretanto, destaca-se Alexander Albon, mais uma vez pontuando para a Williams ao largar em sexto e chegar em sétimo.
Seu colega, Sargeant, chegou perto de pontuar pela primeira vez ao ocupar a décima primeira colocação, mas foi punido no fim da prova.
Com o triunfo, Verstappen dispara na liderança do campeonato com 364 pontos, abrindo 145 sobre o vice-líder Pérez.
Alonso permanece em terceiro mas vê Hamilton se aproximar, bastando seis pontos para superá-lo na tabela.
A RBR agora anota 583 pontos no Mundial de equipes que ainda tem a Mercedes como vice-líder, mas uma nova terceira força: Ferrari, que ultrapassa a Aston Martin com 228 pontos contra 217 da rival.
A largada: Sainz conseguiu sustentar a pole position e defender-se de Verstappen. Leclerc, por outro lado, não atacou o bicampeão da RBR e ainda viu a aproximação de Russell por dentro, nas curvas seguintes.
Entretanto, o piloto de Mônaco manteve-se no terceiro lugar.
Logo atrás, Piastri subiu do sétimo para o sexto lugar ao ultrapassar Alexander Albon, e Lando Norris ganhou a oitava colocação de Lewis Hamilton.
Destaque para a largada de Nico Hulkenberg, de décimo terceiro lugar para décimo lugar.
Nos mínimos detalhes: Sainz e Verstappen abriram a segunda volta separados por 1 segundo.
Na quinta, a desvantagem do bicampeão já havia caído para meio segundo, com o uso da asa traseira móvel já liberado.
Max chegou de vez no sexto giro da corrida e os dois dividiram a curva 1 roda com roda, mas o espanhol saiu na frente do primeiro duelo direto com o ex-colega dos tempos de STR.
O confronto permitiu que Leclerc chegasse perto do holandês, também reduzindo sua desvantagem para menos de 1 segundo.
Porém, o monegasco perdeu o fôlego e se distanciou posteriormente.
O bicampeão conseguiu nova aproximação de Sainz na abertura da volta 9 e, novamente, o líder conseguiu manter-se à frente traçando uma linha defensiva no meio da pista nas entrada da primeira curva.
A diferença entre os dois seguiu apertada enquanto Max abria distância para Leclerc.
Na décima quinta volta, enfim, a manobra que valeu a liderança da prova: Sainz travou os pneus na entrada da primeira curva, facilitando para o bicampeão fazer a Curva Grande por fora e cercar o ferrarista.
Os dois chegaram a ficar lado a lado, com carros separados por poucos centímetros na chegada das próximas sequências de curvas.
Sainz, entretanto, não conseguiu evitar a manobra de Verstappen na Curve di Lesmo.
Em quatro voltas, Max já tinha 4 segundos sobre o novo vice-líder, cujos pneus médios estavam muito desgastados devido ao duelo.
O holandês visitou os boxes na volta 21 para trocar os pneus médios pelos duros e prosseguiu sem novas trocas até o fim da disputa, retornando para a liderança ao superar Lewis Hamilton na volta 25.
Clima esquentou na briga pelo pódio: E se Verstappen seguia inalcançável lá na frente, restavam duas posições importantes para decidir: o resto do pódio. Pérez começou sua jornada rumo à dobradinha da RBR a partir da volta oito, quando colou em George Russell de olho na quarta colocação.
Os dois voltaram a se aproximar no décimo primeiro giro e três voltas depois saíram da pista.
No entanto, o piloto da Mercedes defendeu a posição até a décima quinta volta, quando as duas Ferraris entraram na mira de Checo.
O mexicano fez seu pit stop na volta 22 e retornou para a pista em sexto lugar, atrás de Sainz e Leclerc.
O espanhol e Russell inauguraram as trocas de pneus dos primeiros colocados dois giros antes, substituindo os pneus médios pelos duros.
Na vigésima primeira, foi a vez de Leclerc, que logo abriria 0s6 de vantagem para Pérez.
O trio entrou na zona de pódio na vigésima sétima volta, ultrapassando Lewis Hamilton em pista.
Pérez quase bateu com Leclerc na volta 31: freou tarde demais e se queixou pelo rádio porque o rival não lhe deixava espaço.
No entanto, o piloto da RBR passou o ferrarista sem dificuldades na reta principal, ao abrir o giro seguinte, e assumiu o terceiro lugar que defendeu mesmo das aproximações posteriores do monegasco.
Checo começou a pressionar Sainz pela vice-liderança com dez voltas para a bandeirada e passou os giros seguintes na cola do espanhol.
Ele conseguiu a posição no quadragésimo quinto giro.
Porém, saiu da pista e precisou devolver o posto que tomaria, do jeito certo, na volta 46.
Mais duelos acirrados: Não faltaram outros incidentes e até punições em Monza.
O primeiro foi Russell, que levou 5 segundos por empurrar Ocon para fora da pista na volta 20, quando deixava o pit lane.
Lando Norris e Oscar Piastri também tiveram seu momento após pit stop do australiano na volta 24, quando eram décimo e décimo primeiro lugar.
O britânico da McLaren ainda protagonizou outro duelo com Alexander Albon na trigésima nona volta e precisou devolver a sexta colocação ao rival por cortá-lo por fora da pista.
Longe da briga entre RBR e Ferrari, restou à equipe duelar com a Mercedes.
Hamilton, que fez 28 voltas com os pneus duros e depois os substituiu por médios, passou algum tempo em nono lugar até colar em Piastri na volta 40.
No giro seguinte, porém, o heptacampeão bateu no calouro da McLaren na curva 4 e foi punido em 5 segundos.
Oscar, que ainda levaria a mesma sanção após incidente posterior com Lawson, teve que visitar os boxes para trocar o bico do carro, cedendo caminho para Sargeant entrar no top 10.
Mas o novato da Williams foi superado por Valtteri Bottas e ainda levou 5 segundos por um contato com o finlandês da Alfa Romeo, perdendo a chance de pontuar.
Verstappen diz ter forçado erro de Sainz para vencer na Itália.
Bicampeão deu detalhes de como esperou 15 voltas para dar bote certeiro em rival da Ferrari e conquistar décima segunda vitória da temporada neste domingo; carro da RBR sofreu com falha no fim da prova em Monza.
Pole position do Grande Prêmio da Itália deste domingo (3), Carlos Sainz segurou como pôde sua vantagem até enfim ceder à superioridade da RBR de Max Verstappen.
O espanhol, porém, lutou como pode para se defender do bicampeão, que o superou em uma ultrapassagem que veio após 15 voltas de muita pressão e um erro crucial do ferrarista.
Após o triunfo, Max deu detalhes de sua estratégia pela vitória.
"Tínhamos bom ritmo. Estávamos nos saindo bem com os pneus mas eles (Ferrari) tinha muita velocidade. Foi dificil chegar perto e conseguir uma manobra na curva 1, então precisei forçá-lo a cometer um erro. Por sorte chegou um ponto no qual ele travou os pneus e eu tinha melhor tração na saída da curva 2. Basicamente foi a partir dali que pudemos fazer nossa própria corrida", revelou Max.
Sainz conseguiu se manter à frente na largada, embora o holandês tenha reduzido rapidamente sua curta desvantagem de 1 segundo.
Mesmo com o impulso extra da asa traseira aberta, porém, Verstappen suou para superá-lo: chegou a encostar rodas com o rival, queixou-se do excesso do espanhol para se defender e quase ficou à mercê de Charles Leclerc ao ser repelido e teve que recuar diante das linhas defensivas seguidas pelo espanhol no meio da pista.
Max foi auxiliado pelo rádio por Gianpiero Lambiase, seu engenheiro, e manteve-se atento diante de cada ponto fraco da Ferrari, sobretudo a dificuldade do SF-23 com os pneus.
Aí, o bicampeão encontrou o momento certo na décima quinta volta: Sainz travou os pneus na entrada da curva 1, facilitando o trabalho de Max para cercá-lo na Curva Grande e pular para a ponta na Curve di Lesmo.
"Eu só estava tentando me manter paciente. Era uma corrida muito longa. Dava pra vê-los ter muita dificuldade com os pneus traseiros, era só escolher bem o meu momento", adicionou o holandês.
A partir daí, gerenciar a corrida não foi tão difícil apesar da vantagem do carro da Ferrari nas longas retas do Circuito de Monza.
Entretanto, Max precisou se atentar ao seu RB19 nos estágios finais da corrida, quando foi orientado a abrir uma vantagem segura de Pierre Gasly, retardatário.
"Tudo pareceu bem no resto da corrida. Só tive que gerenciar um probleminha no fim, mas tivemos, por sorte, uma boa vantagem então eu pude tirar o pé", acrescentou.
Com o triunfo em Monza, o décimo sucessivo do ano, Verstappen quebrou o recorde de maior número de vitórias consecutivas numa temporada, um recorde de mais de 70 anos que pertencia a Sebastian Vettel em 2013 (nove vitórias).
Daqui a duas semanas, a Fórmula 1 dará início ao tour pela Ásia, Oriente Médio e Américas, já na reta final do campeonato.
A próxima etapa será o Grande Prêmio de Singapura em 17 de setembro.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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