terça-feira, 5 de setembro de 2023

Manifestação para São Januário

Ministra Anielle Franco se manifesta a favor da liberação de São Januário: "A Barreira é a alma do Vasco".

Estádio está impedido de receber público desde o dia 22 de junho. 

Ministra da Igualdade Racial encaminhará ofício à PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) do Ministério Público do Rio.

A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, entrou na campanha para que São Januário seja liberado para receber público. 

O estádio está interditado para torcida desde o dia 22 de junho, quando houve tumulto no entorno após a partida contra o Goiás.

Em uma conta nas redes sociais, Anielle Franco afirmou que o Ministério da Igualdade Racial enviará um ofício à Procuradoria Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro externando preocupação com a estigmatização que a decisão de interditar o estádio para o público criou. 

Um dos argumentos da procuradoria cita a violência no entorno de São Januário e na comunidade da Barreira do Vasco.

"Sou flamenguista, essa foto é de quando fui atleta pelo Vasco, mas preciso falar de algo que vai além do esporte: a interdição do Estádio de São Januário e o que isso escancara. O Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, é um patrimônio que vai além do Clube de Regatas Vasco da Gama e de seus torcedores, e sua interdição tem prejudicado sobretudo a geração de renda dos trabalhadores da região, que são majoritariamente pessoas negras e pobres. Após conflito entre torcidas, a justiça do RJ, a pedido do Ministério Público do Estado, interditou o Estádio de São Januário. Na decisão, apontou-se que a proximidade com a favela da Barreira do Vasco é um dos motivos para que não se tenha condições de segurança no estádio. Os órgãos de justiça não devem perpetuar em suas decisões ações e atos discriminatórios, fomentar a criminalização e racismo vai contra a nossa constituição e o dever do Estado brasileiro. Nós do Ministério da @igualracial_gov encaminharemos um ofício ao PGJ do @MP_RJ externando nossa preocupação com a estigmatização que esta decisão criou. Fui atleta do Vasco e tenho um carinho pelo time. Tenho respeito pela história de um clube de origem popular e negra. Sou favelada e tenho o compromisso de trabalhar contra a criminalização das nossas favelas e do nosso povo. Esta decisão afeta a geração de renda e impacta toda a cidade. A Barreira é parte fundamental da alma do clube, é também dali as pessoas que trabalham em dias de jogos. O sustento de mais de 20 mil pessoas que moram na favela depende dos jogos do Vasco no estádio. O Observatório do Trabalho Carioca da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, constatou a queda 60% na receita do comércio da Barreira. O racismo ocorre dentro e fora do campo, nossa equipe pretende fazer uma escuta com os trabalhadores da região para pensarmos junto com órgãos do estado e do município medidas de mitigação deste impacto. Toda solidariedade ao Clube de Regatas Vasco da Gama, sua torcida e todos os moradores de favelas e periferias afetados por esta ação. Fui capitã do time e tenho um carinho pelo time. Avancemos no combate ao racismo e todo e qualquer tipo de discriminação e criminalização".

A manifestação da ministra é considerada muito importante para o Vasco, no momento em que o recurso do Vasco chega a Brasília. 

O clube entrou nesta terça com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para que o estádio seja liberado para receber público.

O Vasco também entende que a manifestação da torcida no último domingo (3), quando milhares de torcedores assistiram ao jogo contra o Bahia em frente a São Januário, na Barreira do Vasco, tornou o caso nacional.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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