Sainz vence e rompe jejum de 434 dias da Ferrari.
Espanhol faturou segunda vitória da carreira e se tornou primeiro piloto não-RBR a triunfar na temporada 2023 da Fórmula 1.
Norris e Hamilton completam pódio e tri de Verstappen pode ser adiado para o Catar.
Foi dominante, mas não faltou emoção: a Ferrari encerrou os 434 dias sem vitória na Fórmula 1, desde o Grande Prêmio da Áustria de 2022, com o triunfo de Carlos Sainz no Grande Prêmio de Singapura deste domingo (17).
Líder de ponta a ponta, o espanhol gerenciou a pressão dos rivais para ser o primeiro piloto não-RBR a vencer em 2023.
Lando Norris foi segundo e Lewis Hamilton terceiro, após batida de George Russell na volta final.
Além do desempenho digno dos idos de 2019 para a escuderia italiana, o dia foi para a RBR esquecer: largando em décimo primeiro lugar e décimo terceiro lugar, Max Verstappen e Sergio Pérez não tiveram ritmo para avançar; alvo fácil da Ferrari, McLaren e Mercedes, terminaram respectivamente em sexto e nono.
Foi a primeira corrida desde o Grande Prêmio do Bahrein de 2022 sem a dupla no pódio.
Na ocasião, eles abandonaram após quebras.
O triunfo ainda pôs fim à sequência de 15 vitórias da RBR, entre Abu Dhabi em 2022 e a Itália, 15 dias atrás.
E a briga no pódio não decepcionou: Charles Leclerc herdou a vice-liderança na largada e foi prejudicado por um pit stop lento, após safety car acionado pela batida de Logan Sargeant na volta 19.
Aí, Russell e Norris entraram de vez no jogo com Hamilton correndo por fora.
O monegasco até retornou ao top 3 com a troca de pneus das Mercedes na volta 44, mas foi superado pela dupla nas voltas seguintes.
Perto da bandeirada, um "trem de asa traseira aberta" se formou entre Sainz, Norris, Russell e Hamilton.
Porém, a prova de George acabou metros antes, no muro da curva 7 na última volta.
Os três primeiros cruzaram a linha de chegada separados por menos de 1 segundo.
Resultado:
Carlos Sainz (Ferrari)
Lando Norris (McLaren) +0s812
Lewis Hamilton (Mercedes) +1s269*
Charles Leclerc (Ferrari) +21s177
Max Verstappen (RBR) +21s441
Pierre Gasly (Alpine) +38s441
Oscar Piastri (McLaren) +41s479
Sergio Pérez (RBR) +54s534
Liam Lawson (AlphaTauri) +1m05s918
Kevin Magnussen (Haas) +1m12s116
Alexander Albon (Williams) +1m13s417
Guanyu Zhou (Alfa Romeo) +1m23s649
Nico Hulkenberg (Haas) +1m26s201
Logan Sargeant (Williams) +1m26s889
Fernando Alonso (Aston Martin) +1m27s603
George Russell (Mercedes) - 1 volta
Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - ABANDONOU
Esteban Ocon (Alpine) - ABANDONOU
Yuki Tsunoda (AlphaTauri) - ABANDONOU
A Fórmula 1 retorna já no próximo fim de semana em 24 de setembro com o Grande Prêmio do Japão, válido como a décima sexta rodada da temporada.
Restam seis corridas para o fim do campeonato.
O resultado adiou o título de Verstappen até o Grande Prêmio do Catar, pelo menos: o holandês poderia chegar no máximo a 400 pontos no Japão, incluindo o ponto extra da volta mais rápida.
Se o bicampeão tiver o melhor aproveitamento possível e Pérez não pontuar, os dois sairão de Suzuka separados por 177 pontos, com 180 pontos restantes em disputa.
Verstappen segue líder absoluto do campeonato com 374 pontos, dez a mais.
Porém, Hamilton entra no top 3 do Mundial, superando Fernando Alonso com dez pontos de vantagem e a 43 do vice-líder Pérez.
Liam Lawson, nono colocado, vai a décimo nono na tabela.
No campeonato de construtores, a RBR agora vai a 597 pontos, 308 a mais que a segunda colocada Mercedes.
Sainz também quebrou um jejum pessoal de um ano e dois meses, desde sua primeira vitória na Fórmula 1 na Inglaterra em julho do ano passado.
Porém, a maior vantagem que teve foi um 4s9 para Leclerc até a primeira rodada de pit stops.
Dali, manteve Russell a menos de 1s dele e depois Norris, que descontou quase 1s5 do espanhol entre as voltas 48 e 59.
Entretanto, o espanhol administrou o próprio ritmo, conseguiu evitar ser ultrapassado nos boxes (undercut) com as diferenças mínimas entre os pilotos e gerenciou a distância para os rivais de modo a mantê-los sob risco de ultrapassagem pelos carros de trás no decorrer da disputa, sobretudo com o uso da asa traseira móvel pelos segundo, terceiro e quarto colocados.
O britânico da McLaren faturou seu pódio de número nove da carreira e o terceiro de 2023.
Para Hamilton, o terceiro lugar no Circuito de Marina Bay valeu sua centésima nonagésima sexta aparição no top 3 e a quinta desta temporada.
Outro destaque da corrida foi Liam Lawson: substituto de Daniel Ricciardo na AlphaTauri, o neozelandês foi nono colocado e conquistou seus primeiros dois pontos na Fórmula 1, após três Grandes Prêmios na categoria.
A prova começou sem Lance Stroll, que não largou devido aos danos em sua Aston Martin após a forte batida na classificação deste sábado, e por ainda sentir dores por causa do choque.
Com Guanyu Zhou largando do pit lane após trocar componentes do carro, só 18 estavam no grid.
Partindo da pole position, Sainz manteve a posição com tranquilidade à frente de Leclerc, que passou Russell para assumir a vice-liderança da prova.
Logo atrás deles, Hamilton freou tarde demais e escapou da pista, retornando para o traçado na frente de Norris, quarto colocado, e o colega de equipe.
Ele devolveu a posição para Russell na segunda volta da prova mas manteve-se em terceiro.
Kevin Magnussen, sexto no grid, caiu para oitavo; e o líder Verstappen, de cara, ganhou uma posição e foi de décimo primeiro para décimo lugar.
Pérez, por outro lado, manteve-se em décimo terceiro lugar e ainda se envolveu em um toque que ocasionou o abandono de Yuki Tsunoda na volta de abertura.
Zhou ocupava a última colocação.
Destaques da prova:
De ponta a ponta, Sainz (e como perder um pódio): Munido de pneus macios, Leclerc manteve-se na cola de Sainz durante as voltas iniciais, gerenciando a diferença de 1 segundo para o companheiro.
Na volta 10, a Ferrari pediu ao piloto de Mônaco que abrisse 3 segundos de vantagem sobre Russell para proteger-se.
Assim, ele viu também a distância para o líder aumentar.
A dupla manteve o ritmo parelho nos giros seguintes, quando a escuderia também pediu que Leclerc abrisse uma distância maior para Sainz apesar do temor ao risco de Russell.
No entanto, a batida de Logan Sargeant na curva 8 separou as duas Ferraris, na volta 19: o calouro da Williams perdeu a asa dianteira e voltou para a pista, direcionando-se ao pit lane.
Mesmo assim, a direção de prova optou pelo safety car, que levou os cinco primeiros aos boxes: Sainz, Leclerc, Russell, Norris e Hamilton.
Com o movimento na área, a Ferrari segurou o carro 16 e com isso, a troca de Leclerc durou 5s7.
Ele caiu para sexto e recuperou apenas uma posição nas voltas seguintes, abrindo caminho para Russell e Norris.
A quebra de Esteban Ocon virou o jogo para o monegasco: a Mercedes chamou seus pilotos na volta 44 aos boxes, sob safety car virtual.
Com isso, Leclerc subiu para terceiro lugar mas acabou superado por Russell e Hamilton, terminando em quarto devido a batida do jovem britânico na volta final.
Dessa vez, não deu: Verstappen se moveu com facilidade nas sete voltas iniciais, de décimo primeiro lugar a oitavo lugar.
Porém, ficou estacionado atrás da Alpine de Esteban Ocon enquanto Pérez seguia em décimo terceiro lugar.
A dupla permaneceu imóvel por 13 voltas até a batida de Sargeant, quando a direção de prova acionou o safety car.
Com os cinco primeiros visitando os boxes no vigésimo segundo giro, Verstappen subiu para segundo, já que seus pneus duros dispensavam uma troca.
Pérez também foi para quarto lugar, mas a dupla não durou muito nas posições herdadas: Russell e Norris ultrapassaram o bicampeão, que caiu para quarto e entrou na mira de Hamilton.
Ele já era sexto enquanto Pérez ocupava o sétimo lugar na vigésima quarta volta.
A dupla só fez seus pit stops na volta 41, trocando os compostos duros pelos médios.
A parada os jogou para fora da zona de pontuação, embora ambos tenham se recuperado nos giros seguintes.
Dia para esquecer: Não foi só a RBR que teve um domingo (17) ruim em Marina Bay.
Fernando Alonso, que passou as primeiras voltas defendendo seu sexto lugar de Esteban Ocon, foi punido com 5 segundos por cortar a linha da entrada dos pits ao fazer sua troca de pneus na volta 22.
O bicampeão se viu novamente em um duelo com o ex-companheiro da Alpine na volta 37 e perdeu o oitavo lugar para ele.
Na volta 43, o aniversariante do dia, Ocon, parou com uma quebra no câmbio, acionando o safety car virtual na prova.
Dois giros depois, Alonso visitou o pit lane para cumprir sua punição e sofreu ainda com a dificuldade dos mecânicos em encaixar os pneus macios no carro.
E não parou por aí: na quadragésima sétima volta o veterano da Aston Martin ainda rodou sozinho, caindo para o último lugar.
Valtteri Bottas também abandonou a corrida, mas não foi o último a deixar a prova antes da bandeirada: Russell desperdiçou um pódio ao carimbar o muro da curva 7 na sexagésima segunda e última volta, quando estava aproximando-se de Norris, vice-líder.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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