Vasco rebate presidente do Flamengo sobre Maracanã e diz que rival "infringe cláusulas" do contrato.
Clube reforça interesse em administrar o estádio e refuta pontos de entrevista concedida por Rodolfo Landim.
O Vasco divulgou nota, nesta sexta-feira, em que rebate declarações dadas pelo presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, sobre o Maracanã e reforçou o interesse em participar da administração do estádio.
O clube ainda diz que o rival está infringindo cláusulas do contrato de concessão provisória.
"Landim não diz que, a partir do início de 2021, procuramos Clube de Regatas do Flamengo e Fluminense Football Club com o objetivo de um acordo para a participação do Vasco na gestão do Maracanã, algo que não foi possível. É de conhecimento público que Clube de Regatas do Flamengo e Fluminense Football Club têm um acordo mútuo de exclusividade para a gestão do estádio público", diz a nota.
"Ao contrário do que faz parecer, a diretoria do Clube de Regatas do Flamengo tem constantemente infringido cláusulas da Permissão Temporária de Uso do Maracanã. Nela, por exemplo, está consignado que todos os clubes devem utilizar o estádio sob as mesmas condições. No ano passado, o Fluminense Football Club, quando mandante, pagava R$ 90 mil reais de locação do estádio por jogo, valor previsto na proposta apresentada pelo Clube de Regatas do Flamengo ao Estado. Já ao Vasco foi cobrado R$ 250 mil por partida da Série B, além de não ter sido repassada a usual participação do mandante na receita de bares e restaurantes do estádio", argumenta o Vasco.
Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente do Flamengo, que hoje administra o Maracanã junto com o Fluminense, disse que a dupla procurou o Vasco para que ele fizesse parte do consórcio que administra o estádio.
A diretoria vascaína diz que não houve contato na atual gestão.
"Ninguém aqui está privilegiando ninguém. Eu fico preocupado porque vejo comentários da torcida do Vasco, que estão entregando para Flamengo e Fluminense. Não estão entregando a ninguém. O Vasco teve chance de se associar ao Flamengo e ao Fluminense, mas no início de todo esse processo preferiu não se juntar", disse Landim.
O presidente rubro-negro revelou que, na proposta feita ao Vasco, Flamengo e Fluminense poderiam mandar algumas partidas em São Januário.
"Essas coisas já chegamos para conversar com o Vasco. Quer ter um número de datas aqui? Então ceda ao consórcio algumas datas suas. A gente troca, alguma vez joga aqui, o Flamengo e Fluminense podem jogar no campo do Vasco, mas o Vasco não quis, não aceitou a proposta", acrescentou Landim.
O Vasco desmente a declaração do rival e diz que que ofereceu a "possibilidade de o Fluminense mandar alguns de seus jogos em nosso estádio de São Januário para compor o calendário".
Nos últimos dias, o assunto voltou a ser polêmica por declarações de Claudio Castro.
A relação entre Vasco e o governador do Rio ficou abalada.
Em novembro do ano passado, o Governo do Rio de Janeiro adiou a licitação do Maracanã e renovou por seis meses a concessão a Flamengo e Fluminense, que agora têm contrato de administração do estádio até abril deste ano.
Na ocasião, o Vasco havia encaminhado dois pedidos para gerir a arena provisoriamente e ficou sem resposta.
O processo de licitação foi paralisado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que executou uma avaliação técnica e pontuou diversos trechos que precisariam ser modificados.
O TCE, então, determinou que a licitação fosse refeita.
Ela está em fase de elaboração na Casa Civil do Estado, e não há data para o recomeço do processo.
Leia a nota do Vasco na íntegra:
"O Vasco da Gama se vê obrigado a esclarecer algumas informações dadas pelo presidente do Clube de Regatas Flamengo, Rodolfo Landim, em entrevista à coluna Panorama Esportivo do jornal O Globo, e gostaria de trazer a público os fatos como eles são:
1) Não é verdade que o Flamengo ofereceu ao Vasco a oportunidade de participar da gestão do Maracanã neste processo licitatório em curso.
O dirigente usa o desinteresse de outra gestão do Vasco, em 2019, em uma outorga precária pelo prazo de seis meses, para concluir que não queremos administrar o estádio.
Landim não diz que, a partir do início de 2021, procuramos Clube de Regatas Flamengo e Fluminense Football Club com o objetivo de um acordo para a participação do Vasco na gestão do Maracanã, algo que não foi possível.
É de conhecimento público que Clube de Regatas do Flamengo e Fluminense Football Club têm um acordo mútuo de exclusividade para a gestão do estádio público.
2) Ao criarmos o Consórcio Maracanã para Todos, manifestamos publicamente não só a intenção de gerir o Maracanã como trouxemos para o projeto dois gigantes da indústria de administração de arenas, a Legends e a WTorre.
A narrativa de que o Vasco “entrou para melar” é tão surreal que não merece comentário.
3) O Vasco está aguardando a nova publicação do Edital de Licitação do Maracanã, uma vez que o processo foi paralisado pelo TCE um dia antes do prazo de entrega das propostas, em outubro do ano passado.
O que interessa ao Vasco é um processo justo e transparente que seja concluído no prazo mais curto possível.
4) A narrativa de que a presença das empresas parceiras do Vasco no consórcio de gestão do Maracanã deixará o futebol em segundo plano não corresponde à realidade.
Nos unimos a estes parceiros para rentabilizar o estádio e oferecer ao público e a todos os clubes as condições um palco à altura do “maior do mundo”.
5) O Vasco é um clube de futebol com 125 anos de história, grande parte dela construída no gramado do Maracanã.
Entendemos que o futebol deva ser prioridade no estádio.
O Vasco reitera seu compromisso de abrir o Maracanã a todos os clubes e suas torcidas, em condições iguais. Infelizmente a recíproca não está sendo verdadeira.
O Clube de Regatas do Flamengo negou por duas vezes no ano passado o direito dos torcedores do Vasco verem seu time jogar no Maracanã, baseado em justificativas implausíveis produzidas por empresa contratada pelo próprio Clube de Regatas Flamengo.
Fomos obrigados a recorrer ao judiciário e tivemos nosso pleito acatado por duas instâncias do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
6) Ao contrário do que faz parecer, a diretoria do Clube de Regatas de Flamengo tem constantemente infringido cláusulas da Permissão Temporária de Uso do Maracanã.
Nela, por exemplo, está consignado que todos os clubes devem utilizar o estádio sob as mesmas condições.
No ano passado, o Fluminense Football Club, quando mandante, pagava R$ 90 mil reais de locação do estádio por jogo, valor previsto na proposta apresentada pelo Clube de Regatas do Flamengo ao Estado.
Já ao Vasco foi cobrado R$ 250 mil por partida da Série B, além de não ter sido repassada a usual participação do mandante na receita de bares e restaurantes do estádio, quebrando a igualdade de tratamento entre os clubes.
Isso sem contar com a absurda censura à exibição de uma mensagem institucional do Vasco com os dizeres “Desde 1898 o legítimo Club do Povo – Respeito Igualdade Inclusão”.
7) Diferentemente do que foi declarado, na busca de um entendimento para participar da gestão do Maracanã, oferecemos a possibilidade do Fluminense Football Club mandar alguns de seus jogos em nosso estádio de São Januário para compor o calendário, o que pode ser facilmente constatado na Nota Oficial publicada em 3/7/2022 em nosso site e amplamente divulgado pela imprensa.
8) O Vasco da Gama reitera sua solicitação de que o certame definitivo aconteça o mais rápido possível, com regras claras e transparentes e tenha como único norte o melhor para o Estado do Rio de Janeiro, todos os seus clubes e torcedores, sem influências de qualquer espécie.
Não temos dúvidas de que o Consórcio Maracanã para Todos é o mais bem preparado para administrar o estádio e que, se o resultado for técnico, será o vencedor do pleito.
9) Queremos, mais uma vez, tranquilizar a imensa torcida vascaína e reafirmar que o Vasco da Gama e a 777 Partners utilizarão todos os mecanismos ao nosso alcance para que nossos interesses sejam preservados".
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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