Brasil garante vaga por equipes na ginástica feminina das Olimpíadas.
Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira confirmam posto nos Jogos de Paris 2024 e ainda aguardam por vagas em finais no Mundial da Antuérpia.
O Brasil está de volta à disputa por equipes femininas da ginástica artística das Olimpíadas.
Nem precisou esperar o fim das classificatórias desta segunda-feira (2) no Mundial da Antuérpia para Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Júlia Soares confirmarem a vaga para o país.
Na terceira posição faltando apenas três subdivisões para o fim da prova na Bélgica, a equipe do Brasil está garantida em Paris 2024.
Depois de ficar fora dos Jogos de Tóquio como equipe, apenas Rebeca e Flávia competiram no Japão, o Brasil novamente vai ter um time completo nas Olimpíadas, com direito a cinco ginastas.
Elas se juntam às duas vagas individuais que o país conquistou no masculino durante o Mundial da Antuérpia.
Arthur Nory ainda pode levar um terceiro posto individual na final da barra fixa, no domingo (1º).
"A gente sente muito orgulho, a gente está muito feliz de estar aqui. Em 2021, eu e a Rebeca fomos para as Olimpíadas sozinhas e a gente sabe o quanto faz falta ter uma equipe. Nós somos pessoas muito dedicadas. Nosso foco principal esse ano é estar nas Olimpíadas com todo mundo junto. É mostrar para as meninas o quão importante é estar nos Jogos Olímpicos para elas saberem a garra que a gente tem", disse Flávia Saraiva.
Com 164,297 pontos, as brasileiras só estão atrás dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, duas equipes já classificadas pelo pódio do Mundial do ano passado.
Assim, mesmo que todas as oito equipes restantes ultrapassem o Brasil, uma das nove vagas ainda estaria nas mãos do time verde-amarelo.
A tendência é que apenas Japão, China e França ameacem a posição do Brasil, que também tem bem encaminhado um posto no top 8 da final do Mundial da Antuérpia.
"Isso é exatamente o que eu sempre sonhei. Hoje a gente tem uma escola de ginástica. A gente não vive só dos talentos únicos, tanto dos atletas, quanto de treinadores. Hoje a gente conseguiu estruturar uma escola de ginástica no Brasil que nos proporciona viver isso", disse Jade Barbosa.
Rebeca Andrade comandou o Brasil.
A ginasta de 24 anos pode repetir o feito do Mundial de 2022 e se classificar para cinco finais.
Somando 56,599 pontos, está na quarta posição do individual geral, prova em que defende o título.
Também deve brigar por medalhas no salto (segunda colocada), na trave (quarta colocada) e no solo (terceira colocada).
Só vai ficar fora da decisão das barras assimétricas.
Flávia Saraiva também está com a vaga na final praticamente assegurada.
É a sexta colocada do individual geral, com 54,699 pontos, e a quarta do solo, com 13,833 pontos.
O sportv 3 transmite ao vivo todas as finais do Mundial da Antuérpia, e o Globo Esporte acompanha em tempo real os brasileiros nas disputas por medalhas, a partir de terça-feira (03/10).
Classificatória do Brasil prova a prova
Trave: Como em 2022, Julia abriu a participação do Brasil no Mundial, mais segura desta vez.
Com uma apresentação firme, conseguiu 13,200 pontos e trouxe confiança para a equipe.
Na sequência, a experiente Jade Barbosa teve alguns desequilíbrios ao longo da apresentação, mas sem quedas (12,400 pontos).
Flávia Saraiva também fez uma apresentação limpa, com acrobacias plásticas e poucos desequilíbrios.
Tirou 13,400 pontos.
O Brasil ainda entrou com recurso para aumentar em três décimos a nota de dificuldade de Flavinha, mas a arbitragem rejeitou o pedido.
Rebeca fechou a primeira rodada cravando a saída e fez a melhor pontuação do grupo brasileiro com 13,800 pontos, mostrando que o Brasil chegou forte no Mundial de 2023.
Solo: Jade fez uma boa apresentação, apesar de pisar fora numa das sequências acrobáticas.
Perdeu três décimos por conta da falha, mas ainda tirou 12,833.
Julia fez uma série praticamente sem erros e levantou a torcida brasileira presente na arena Sportpaleis, na Antuérpia.
Ginasta de 18 anos conseguiu uma boa nota dos jurados com 13,200 pontos.
Estrela mais aguardada da manhã, Rebeca mostrou pela primeira vez ao público a nova coreografia ao som de Beyoncé e Anitta e foi muito aplaudida.
Apesar de cravar apenas uma das chegadas das sequências acrobáticas, a atual campeã mundial tirou 14,033 pontos, maior nota do grupo.
A última a fechar para o Brasil foi Flavinha.
A brasileira praticamente cravou a série e ficou com 13,833 pontos.
Salto: Julia abriu o salto com um elemento mais simples e conseguiu uma nota de 12,866 pontos.
Jade saiu sorridente após uma boa execução de uma dupla pirueta, garantindo 13,833 pontos.
Na sequência, Flavia também fez o Yurchenko com dupla pirueta e conseguiu uma boa nota (13,866 pontos).
Campeã olímpica em 2021 no salto, Rebeca ficou fora da final do Mundial em 2022 por ter falhado no segundo salto, mas conseguiu se recuperar em 2023.
Mostrou boa execução nos dois voos.
Primeiro um Cheng quase cravado (14,900), depois um bom Yurchenko com dupla pirueta (14,366).
Com a média de 14,633 pontos, terminou em segundo no ranking do aparelho, apenas atrás de Simone Biles, que homologou o salto mais difícil da ginástica feminina, o Biles II, na classificatória de domingo (1º).
Barras: O Brasil só teve problemas nas barras. Lorrane Oliveira abriu a apresentação do país com uma queda no aparelho (12,033).
Flavinha acertou sua série e conseguiu 13,600.
Vice-campeã mundial das barras em 2021, Rebeca falhou em um dos movimentos e tirou 13,866 pontos, ainda uma boa nota, mas que dificilmente vai lhe render uma vaga na final do aparelho, está com o oitavo posto para a decisão no momento e não pode ser ultrapassada por ninguém.
Jade Barbosa fechou o dia com um 12,766 nas barras.
Masculino fora por equipes, mas com 2 vagas no individual: O Brasil não conseguiu a vaga por equipes masculinas na ginástica artística das Olimpíadas de Paris 2024.
Depois de ter feito uma boa classificatória no sábado apesar dos desfalques de peso de Arthur Zanetti e Caio Souza, a seleção brasileira viu adversários ultrapassá-la na manhã do último domingo (1º), terminando o Mundial da Antuérpia na décima terceira colocação, um posto abaixo da zona de classificação, mas com direito a uma vaga individual.
Um segundo posto foi conquistado por Diogo Soares pelo desempenho no individual geral.
Arthur Nory foi à final da barra fixa e também pode se garantir nas Olimpíadas no próximo domingo (8).
As próximas oportunidades para classificação olímpica no individual geral serão na Copa do Mundo de 2024, onde duas vagas por gênero sairão em cada aparelho.
E as vagas remanescentes serão distribuídas durante o Campeonato Continental de 2024, com base no desempenho no individual geral, sendo concedida uma vaga por continente, tanto no masculino quanto no feminino.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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