Al-Ittihad se recusa a jogar no Irã por estátua de general no gramado.
Busto de líder Qassem Soleimani, na saída do túnel do vestiário, gera tensão diplomática, e time saudita não entra em campo para enfrentar Sepahan.
Uma tensão diplomática provocou o cancelamento da partida do Al-Ittihad, de Benzema, Fabinho e Kanté, contra o Sepahan, em Isfahan, no Irã, pela Champions League da Ásia.
O time saudita se recusou a entrar no gramado do Estádio Naghsh-e Jahan devido à presença de um busto do general Qassem Soleimani, polêmico líder iraniano, morto em 2020.
A partida estava marcada para começar às 13 horas (horário de Brasília).
Os dois clubes e a AFC (Associação Asiática de Futebol) ainda não se manifestaram em seus canais oficiais, mas a imprensa saudita e iraniana indica que o jogo está cancelado.
O Al-Ittihad se retirou do estádio.
Qassem Soleimani era líder da Guarda Revolucionária Islâmica e morreu em janeiro de 2020, em Bagdá, no Iraque, após um bombardeio ordenado pelos Estados Unidos.
Sua morte gerou muita tensão na região à época.
Ele era muito popular no Irã e próximo ao aiatolá Ali Khamenei, que ocupa o posto há mais de 30 anos.
Outros dois bustos estavam próximos ao de Qassem Soleimani, cujas identidades não foram reveladas.
A equipe visitante entendeu o ato como provocação. Segundo a imprensa saudita, o Al-Ittihad tomou a decisão com respaldo de um representante da AFC (Confederação Asiática de Futebol) presente no local.
A FIFA (Federação Internacional de Futebol) proíbe manifestações políticas em partidas e, especialmente, pelos clubes.
O time dos brasileiros Fabinho, Romarinho, Igor Coronado e Marcelo Grohe pode ser declarado perdedor por W.O., mas o caso deve ser investigado.
O Sepahan corre risco de punição pela presença da imagem do líder político no estádio.
Há ainda a possibilidade de a partida ser remarcada, em local neutro.
Lesionado, Benzema não viajou ao Irã.
O clube visitante nem sequer entrou para o aquecimento.
Jornalistas presentes no estádio relatam que os jogadores sauditas do Al-Ittihad e dirigentes também se queixaram de faixas com mensagens políticas na torcida do Sepahan.
A imprensa local indicou que o Al-Ittihad estava disposto a jogar, caso a estátua de Qassem Soleimani fosse retirada do gramado.
Os administradores do estádio não se dispuseram a aceitar o pedido, e o clube saudita manteve a decisão de não ir para a partida.
Clubes da Arábia Saudita voltaram a jogar no Irã depois de sete anos.
Desde 2016, partidas entre as duas equipes eram realizadas em campos neutros devido à tensão política entre os dois países.
O Al-Nassr estreou na Champions League Asiática em território iraniano, com vitória por 2 a 0 sobre o Persepolis, em Teerã.
Nesta terça-feira (3), o Al-Hilal, de Neymar, também vai atuar na capital iraniana, contra o Nassaji Mazarandan.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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