terça-feira, 25 de julho de 2023

Luiz Mello não é mais CEO do Vasco SAF

Diretor financeiro Lúcio Barbosa assume o cargo interinamente.

A 777 Partners definiu, na manhã desta terça-feira (25), a troca no comando do Vasco SAF (Sociedade Anônima do Futebol). 

Luiz Mello dá lugar a Lúcio Barbosa, diretor financeiro, que assume o cargo interinamente.

O Globo Esporte apurou e ouviu diversos relatos de que a decisão se deu devido aos resultados da SAF, à má avaliação do trabalho e à pressão interna e externa pela saída de Mello do principal cargo do Vasco. 

Por enquanto, o executivo seguirá no grupo da 777 Partners, mas não terá mais nenhuma relação com o Vasco. 

A Vasco SAF, no entanto, nega a informação e diz que o CEO está sendo promovido para um cargo do grupo no exterior, uma vez que o Vasco é uma referência administrativa interna entre os clubes da 777.

Lúcio Barbosa, que atua como diretor financeiro da SAF do Vasco desde 2022, foi o escolhido para o lugar de Mello no comando da gestão. 

Ele já participa no novo cargo de uma reunião do Conselho de Administração nesta terça-feira (25).

Em comunicado, Josh Wander, proprietário da 777, agradeceu o CEO que está de saída e elogiou Barbosa.

"Quero agradecer a Luiz Mello por seus esforços nos últimos dois anos, principalmente durante a transição do clube para a SAF. Também quero agradecer a Lucio Barbosa, que terá todo o apoio de nossa equipe de profissionais de classe mundial para comandar a evolução do clube. Como todos os que se importam profundamente com o Vasco da Gama, quero ver resultados melhores do que vimos até agora nesta temporada. Gostaria de garantir aos nossos incríveis torcedores que todos os envolvidos com o clube estão trabalhando duro todos os dias para deixá-los orgulhosos e estou confiante de que começaremos a mostrar melhores resultados em breve", disse Josh.

A saída de Luiz Mello era um pedido antigo de dirigentes do clube associativos, insatisfeitos com trabalho do CEO. 

Houve, inclusive, duas reuniões do Conselho de Administração da SAF no mês passado, em que o trabalho de Mello foi questionado. 

Após avaliar a situação, a 777 tomou a decisão de troca no comando da gestão da SAF, mas manterá o executivo no grupo.

Luiz Mello assumiu o cargo de CEO do Vasco em janeiro de 2021, no início da gestão do presidente Jorge Salgado, um mês antes do rebaixamento da equipe para a Série B. 

Na ocasião, não havia negociação em andamento para o clube virar empresa.

Com a aprovação da Lei da SAF no Congresso, em agosto de 2021, Luiz Mello liderou o processo do Vasco de busca por parceiros interessados em comprar o futebol e assumir a dívida do clube. 

Em fevereiro de 2022, houve o anúncio do acordo com a 777, que foi concluído em setembro, após aprovação de conselheiros e sócios. 

O grupo americano decidiu manter Mello no cargo de CEO, desta vez à frente da SAF.

Desde o início do processo, houve muitas críticas à permanência de Luiz Mello. 

Inicialmente, elas foram internas, principalmente de vice-presidentes que levantaram possível conflito ético por ele passar a trabalhar do lado de quem vendeu para o de quem comprou. 

A 777 descartou qualquer problema. 

Com os maus resultados em campo nos últimos meses, a pressão aumentou.

Conselheiros do Vasco alegaram que, por ser sócio do Flamengo na ocasião, Luiz Mello mentiu no termo de posse como CEO da SAF, ao declarar que "não detém, direta ou indiretamente, vínculo associativo [...] de clube ou entidade de prática desportiva, exceto pelo acionista fundador, o CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA".

Em entrevista ao Globo Esporte há um mês, Luiz Mello negou qualquer irregularidade no termo de posse e relatou que recebeu ameaças de morte.

"Meu único grande descontentamento neste processo todo é quando as críticas extrapolam o lado profissional. Tenho sido ameaçado de morte, minha família está exposta, meu telefone está circulando em redes sociais. Há, deste lado, uma pessoa que está fazendo o seu melhor, que está aplicando todo o seu esforço e conhecimento em prol do Vasco sete dias por semana", afirmou o executivo na ocasião.

A mudança de CEO ocorre na reta final da janela de transferências, principal esperança dos torcedores para mudar a situação do time, afundado na lanterna do Brasileirão, com apenas nove pontos em 15 jogos. 

A responsabilidade por contratações e saídas segue com o diretor esportivo Paulo Bracks.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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