Com modelo SAF (Sociedade Anônima do Futebol) na base, Novo Hamburgo alia negociações e resultados.
Desenvolver as categorias de base e se fortalecer a partir das suas revelações é o objetivo de qualquer clube, principalmente aqueles com menor poder de investimento.
Um exemplo de sucesso nesse trabalho é o Novo Hamburgo, equipe gaúcha que vem se destacando por aliar negociações e resultados expressivos.
Localizado a 43 km de Porto Alegre, o clube tem alguns trunfos, como o Estádio do Vale, usado pelo Internacional durante a reforma do Beira-Rio para a Copa do Mundo de 2014.
O título estadual de 2017 e, atualmente, o forte trabalho nas categorias de base.
O projeto é gerido de forma independente, como uma SAF, pela empresa Vale World.
Um dos diretores e responsáveis pelo trabalho, Jerônimo Freitas falou com exclusividade ao DaBase.com.br e explicou a estrutura desenvolvida na instituição.
“Todos departamentos trabalham com objetivos de produção, coordenadores das escolinhas, coordenadores das categorias de alto rendimento, além da estrutura profissional que fica full time a disposição dos atletas, como dois fisioterapeutas, academia, psicóloga, nutricionista, dentista e assistência social”, detalhou.
Um dos pilares do projeto do Novo Hamburgo é a relação com clubes grandes. Atualmente, o ECNH (Esporte Clube Novo Hamburgo) fecha negócios com Palmeiras, Avaí, Chapecoense, Criciúma, Grêmio, Botafogo, Athletico-PR, Ceará, Vasco e Fortaleza.
Na visão de Jerônimo, essas negociações são fundamentais, contando sempre com um modelo de participação futura e trazendo a família para a conversa.
“A importância da negociação para o nosso projeto é vital. A inserção desses atletas em equipes de alto nível chama a atenção de novos atletas. Assim conseguimos girar um bom número de meninos no clube (hoje, temos em torno de 500 atletas). O modelo de negócio é buscando sempre percentual futuro dos atletas, o qual é definido junto ao clube interessado e a família do atleta, de uma forma que fique bom para todas as partes”, Jerônimo Freitas.
O projeto fora das quatro linhas tem como consequência bons resultados em campo.
O décimo primeiro colocado do Ranking DaBase na Região Sul e quinquagésimo primeiro colocado no Ranking Nacional, o Novo Hamburgo tem mostrado que quer recuperar seus postos no Top 10 e Top 50, respectivamente.
Em 2022, o time foi vice-campeão da EFIPAN (Encontro de Futebol Infantil Pan-Americano) após vitorias sobre Palmeiras e Coritiba.
O clube também tem bons números na Copa Brasileirinho das categorias sub-17 e sub-14, e na BG Prime, Sul-Brasileiro, na qual parou nas quartas de final nas categorias sub-15 e sub-14 e foi vice-campeã no sub-13.
Jerônimo Freitas destacou que a participação e o desempenho nos torneios de base são decisivas tanto para a formação dos atletas quanto para a formulação de parcerias e negócios com outros clubes.
“Buscamos hoje as melhores competições de nível nacional, com objetivo de proporcionar aos atletas essa experiência de jogar contra grandes clubes e não sentir, não tremer a perna. Obtivemos grandes resultados em diversas competições nesse sentido, como vencer Palmeiras, Curitiba, Internacional, Grêmio, Cruzeiro, entre outros. Isso faz com que os meninos conheçam e saibam que temos potencial para ir mais além”, Jerônimo Freitas.
“Sobre a marca do clube/base, tivemos um boom com a repercussão, pois hoje temos parcerias firmadas com grandes times como Palmeiras e Athletico-PR, os quais têm olheiros diretamente ligados ao que acontece no Novo Hamburgo” , completou.
Mas não é só o olhar esportivo e comercial que retêm os investimentos do Novo Hamburgo.
O clube desenvolve o projeto Gol de Placa, que trabalha com crianças deficientes.
O diretor explicou seu funcionamento e o valor que essas iniciativas têm para o ECNH.
“Projeto pioneiro de inclusão onde, dentro das categorias de base, temos um time de meninos com deficiência (Down, cadeirantes, autistas, deficiência intelectual entre outras). O projeto funciona gratuitamente e os treinos ocorrem uma vez por mês no Estádio do Vale. A ideia é levar para o atleta deficiente toda a realidade de um jogador, como comprometimento, atenção e responsabilidades. Dentro das quatro linhas existe a cobrança normal de jogo para todos eles”, contou.
Com a temporada de 2022 praticamente encerrada, o Novo Hamburgo volta suas atenções para 2023, quando o objetivo é crescer ainda mais.
Jerônimo Freitas aponta que fortalecer o setor de negociações e seguir com bons desempenhos será importante para a consolidação do projeto.
“Fomentar mais negócios, proporcionando mais possibilidades aos nossos atletas. No Complexo do Vale, está sendo desenvolvido mais um campo para melhor atender a todas as categorias. E no que diz respeito às competições buscar sempre os melhores resultados para que isso não reflita bem só dentro de campo como também em nossa estrutura profissional”, concluiu.
Reportagem: Dabase.com.br
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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