segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Boicote durante a Copa do Mundo

Paris e mais cinco cidades da França anunciam boicote à Copa do Mundo.

Prefeituras comunicam que não vão fazer eventos ou disponibilizar telões para transmissões de jogos do Mundial em protesto contra o Catar.

A prefeitura de Paris anunciou, nesta segunda-feira (3), que não vai organizar eventos ou disponibilizar telões na cidade para transmissões dos jogos da Copa do Mundo. 

A decisão é um ato em protesto contra o Catar, país sede do Mundial, e acompanha a postura de outras cinco cidades francesas: Lille, Estrasburgo, Reims, Bordeaux e Marselha.

Secretário de Esportes de Paris, Pierre Rabadan justificou a decisão à agência AFP (Agence France-Presse) pelas “condições da organização deste Mundial, tanto na vertente ambiental como social”. Rabadan, que é ex-jogador de rúgbi, também citou o fato de a Copa acontecer em dezembro.

O prefeito de Bordeaux, Pierre Hurmic, argumentou que ele teria se sentido cúmplice com as violações de direitos humanos pelo Catar caso permitisse transmissões dos jogos nas áreas públicas da cidade.

"Comprometidos com os valores do compartilhamento, da solidariedade no esporte e da construção de um lugar mais sustentável, não podemos contribuir para a promoção da Copa do Mundo de 2022 no Catar, que se tornou um desastre humano e ambiental", declarou Hurmic.

As decisões acompanham uma série de posicionamentos contrários à realização da Copa do Mundo no Catar por entidades internacionais e até mesmo seleções. 

Recentemente, a Dinamarca divulgou que seu uniforme no Mundial foi feito em protesto ao país.

De acordo com a ONG Anistia Internacional, foram cometidos abusos trabalhistas durante a construção dos estádios para a Copa do Mundo no Catar. 

Milhares de trabalhadores imigrantes ficaram meses sem receber salários, são proibidos de trocar de emprego e não podem formar sindicatos para lutar coletivamente por direitos.

Além dos riscos em diversos setores, existe ainda a suspeita sobre mortes de trabalhadores aparentemente saudáveis sem investigação apropriada ou compensação para as famílias. 

Levantamento do jornal Guardian indica que mais de 6 mil pessoas morreram direta ou indiretamente nas obras do Mundial desde 2010, quando o país foi escolhido.

Em comunicado contra a fornecedora de material esportivo da Dinamarca, o Supremo Comitê para Entrega e Legado, que organiza a Copa do Mundo no Catar, contestou a posição e rejeitou, com "todo o coração a banalização de nosso compromisso genuíno de proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores".

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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