quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Vitória japonesa nas eliminatórias

Japão vence China em Saitama e segue na zona de classificação para a Copa do Mundo.

Junya Ito, principal jogador dos Samurais Azuis na fase final das Eliminatórias, fez a diferença ao criar jogada de pênalti e marcar de cabeça em vitória por 2 a 0.

O Japão foi econômico e pouco eficiente no ataque, mas não teve dificuldades em vencer a China por 2 a 0 hoje no Saitama Stadium 2002 e manter a segunda colocação no Grupo B das Eliminatórias Asiáticas. 

Yuya Osako, de pênalti, e Junya Ito, de cabeça, marcaram para os Samurais Azuis, que na próxima terça-feira (1º) enfrentam a líder Arábia Saudita, de novo em Saitama, em um jogo que pode deixar os japoneses bem próximos da vaga na Copa do Mundo ou agravar de novo a crise.

Por causa dos tropeços no início da campanha, Hajime Moriyasu está com a corda no pescoço e sua popularidade nunca esteve tão baixa. 

Talvez não tão baixa quanto o pior momento de técnicos anteriores, por exemplo, Takeshi Okada recebeu telefonemas com ameaças de morte, Shu Kamo foi demitido em um hotel no Cazaquistão (e teve que voltar sozinho para casa) e já teve até passeata em Tóquio pedindo a saída de Zico. 

O Moriyasu Japan está em uma situação em que qualquer resultado negativo pode comprometer a vaga direta na Copa do Catar e causar a demissão do treinador. Mas pelo menos hoje contra a China a situação não era tão feia assim.

Se o panorama da seleção japonesa não é dos melhores, na chinesa é muito pior. Além da crise na liga local, os Dragões acabaram de trocar de técnico. 

Saiu Li Tie e entrou Li Xiaopeng. 

Entre os jogadores naturalizados, os únicos disponíveis eram Jiang Guangtai (Tyias Browning), que foi titular, e A Lan (Alan), que parece não estar na melhor forma física e foi substituto hoje. Luo Guofu (Aloísio) estava suspenso, Fei Nanduo (Fernandinho) deixou o grupo e voltou ao Brasil por um "problema de saúde na família" e Ai Kesen (Elkeson) não foi convocado. 

Um time que já não estava bem, que não disputou nenhuma partida em casa por causa das restrições que seu governo impõe durante a pandemia (eles estão mandando seus jogos nos Emirados Árabes Unidos), que só ganhou do lanterna Vietnã (no sufoco) e chegou ao Japão ainda mais enfraquecido.

O Japão também tinha uma considerável dose de problemas, com vários lesionados, incluindo a dupla de zaga titular, Yoshida e Tomiyasu, o atacante Furuhashi, o ponta Mitoma e o goleiro Tani. Asano estava no elenco, mas apresentou sintomas de gripe e não foi relacionado porque seu teste de covid foi inconclusivo. 

Sem falar nos problemas causados pelo próprio Moriyasu, muito criticado por ignorar nomes como Nakajima, Okugawa, Hiroki Ito, Hatate, Ayase Ueda, entre outros que estão em boa forma por seus clubes. 

Podemos dizer que o técnico japonês está sendo o mais cauteloso possível para evitar mudanças mais radicais neste momento em que não há mais margem para erro.

Cauteloso ele foi também na escalação, mantendo o 4-3-3 que deu certo nas últimas rodadas e deu mais estabilidade defensiva com um trio de volantes (Endo, Tanaka e Morita), mas reduziu o poder de fogo da equipe, que tem vencido sempre por placares baixos. 

Hoje era uma boa oportunidade para fazer saldo, já que a China entrou com uma postura bem defensiva e só ameaçou a meta de Gonda em dois chutes que foram para fora. 

Mas o homem-gol Yuya Osako só conseguiu converter uma penalidade máxima e Junya Ito, o nome da partida, completou o placar no início do segundo tempo após cruzamento do ex-colega de Kashiwa Reysol Yuta Nakayama. 

Chances não faltaram para fazer mais gols, mas o time também não quis se arriscar com uma pressão mais intensa e mesmo no segundo tempo, quando Kubo entrou no lugar de Endo mudando a formação para o 4-2-3-1, o ritmo da partida caiu naturalmente. 

Para vencer uma frágil China foi suficiente, mas para derrubar a Arábia Saudita vai ser preciso mais que isso.

Eliminatórias - Japão 2 X 0 China

Saitama Stadium 2002, Saitama - Público: 11.753

Gols: Yuya Osako (aos 13 minutos do primeiro tempo), Junya Ito (aos 16 minutos do segundo tempo).

Notas:

Shuichi Gonda - 6,0 - Não fez nenhuma defesa, já que as duas únicas finalizações da China foram para fora.

Hiroki Sakai - 6,0 - Atacou bem mais que Nagatomo e participou de lances de perigo, inclusive da jogada do pênalti. Na defesa, cometeu alguns erros, mas não comprometeu.

Ko Itakura - 6,5 - Teve pouco trabalho, mas foi sempre seguro.

Shogo Taniguchi - 6,0 - Atuação tranquila apesar de um ou outro passe na fogueira, além de cometer uma falta em que a China levou perigo.

Yuto Nagatomo - 6,0 - OK na defesa, mas ajudou pouco o ataque.

Wataru Endo - 6,5 - Na ausência de Yoshida, começou pela primeira vez uma partida com a braçadeira de capitão. 

Foi o dono do meio-campo, sempre perfeito na cobertura e com boa saída de bola.

Ao Tanaka - 6,5 - Perfeito na defesa, não deixou a China jogar. Entre os três volantes, é o com mais chegada à frente e participou de vários lances.

Hidemasa Morita - 6,5 - Fez bem seu trabalho defensivo. 

No ataque, destacou-se por um belo passe de calcanhar para finalização de Minamino.

Junya Ito - 7,5 (Melhor em campo) - Desde o início o mais perigoso japonês em campo. Participou da maioria das jogadas, criou o lance do pênalti e marcou de cabeça o segundo gol. 

O ponta do Genk, que marcou pelo terceiro jogo seguido nas Eliminatórias, tem sido o principal nome do Japão nesta fase final.

Yuya Osako - 6,5 - Converteu o pênalti e chegou a 25 gols pela seleção japonesa, ultrapassando Shunsuke Nakamura como nono maior artilheiro de todos os tempos dos Samurais. 

Teve uma grande chance de fazer mais um, mas chutou para fora.

Takumi Minamino - 6,0 - O mais apagado do ataque japonês. 

Até mostrou disposição e participou bastante, mas errou muitos passes e desperdiçou uma grande chance ao chutar para fora dentro da área e sem marcação. 

Não vive grande fase e é o principal candidato a perder o lugar no time ao lado de Nagatomo.

Daizen Maeda - 5,5 - Recém-transferido para o Celtic, o artilheiro da J.League foi o primeiro a sair do banco e jogou pouco mais de meia hora como centroavante, mas não foi muito acionado. 

Quem sabe contra a Arábia Saudita ele possa aparecer mais.

Yuta Nakayama - 6,5 - É zagueiro de origem, mas no momento é a melhor alternativa para Nagatomo na lateral esquerda e mostrou hoje por que muitos já o querem como titular. 

Na primeira jogada que fez, cruzou para o gol de Ito. 

Também foi seguro na defesa.

Takefusa Kubo - 6,0 - Entrou no lugar de Endo e jogou como armador central, mudando a formação para o 4-2-3-1. 

Buscava sempre o jogo, mas não foi decisivo. 

Teve uma chance de finalizar, mas pegou mal na bola e mandou para fora.

Genki Haraguchi - Sem nota - Jogou os cinco minutos finais na ponta esquerda. 

Sem tempo para ter algum impacto.

Ritsu Doan - Sem nota - Entrou em campo junto com Haraguchi e jogou pela direita. 

Criou uma boa chance em jogada individual, mas chutou para fora.

Hajime Moriyasu - 6,5 - Cauteloso na escalação ao entrar com três volantes, mas pelo menos conseguiu uma vitória relativamente tranquila e sem passar sufoco. 

Vai ter que jogar mais que isso para não sofrer contra a Arábia Saudita.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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