segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Planejamento para 2022

Otimismo com 2022 é um princípio de esperança com o que pode vir em 2023 e 2024.

Esporte olímpico do Brasil leva na bagagem boas experiências de um passado recente vislumbrando um ótimo futuro no começo da jornada de 2 anos e meio rumo a Paris.

Começo a fazer a mala rumo a 2022, abro a gaveta em busca do repelente para usar contra as coisas ruins do ano que passou e, de repente, ouço um barulhinho que remete à minha infância. Mas também lembra o mês de julho de 2021. 

Tic, tic, tic... faz a bolinha de tênis de mesa que veio comigo de Tóquio. 

Um presente esquecido em um ginásio que recebeu os Jogos Olímpicos de 1964 e também do ano passado.

Sigo arrumando a mochila para a virada, busco na estante a chave para trancar em 2021 o que não desejo mais lembrar das tristezas passadas e voam para minhas mãos três pássaros que vieram na bagagem do Japão. 

São tsurus, símbolos de longevidade e boa sorte. 

Origamis que ganhei de um voluntário, uma tradutora e outro que foi resultado de uma reportagem com atletas. 

Um pódio em que todos foram vencedores e essenciais no sucesso daqueles dias olímpicos de agosto.

Essas recordações de um passado nem tão distante são fundamentais para entender o que espero para próximo ano, ou melhor, para os próximos dois anos e meio que se iniciam neste Réveillon. 

Se 2021, na verdade, é a continuação de um 2020 que deixou de acontecer. 

O otimismo com 2022 é apenas o princípio de esperança com o que pode vir em 2023 e 2024.

O ano olímpico que passou foi o melhor da história do Brasil. 

Não só pelo recorde de 21 medalhas olímpicas em uma edição do Jogos, mas porque o pós-Olimpíadas mostrou que os há novos postulantes ao pódio. 

O mundo esportivo gira tanto quanto aquela bolinha de tênis de mesa usada em Tóquio. 

Talvez algum ponto feito ou sofrido por Hugo Calderano tenha sido graças ao efeito colocado nesta pequena esfera naquela fatídica partida de quartas de final. 

Mas o ponto é outro: o melhor mesa-tenista brasileiro da história, depois dos Jogos, se tornou o quarto do ranking mundial, prestes a virar o terceiro.

E se os sonhos olímpicos também podem voar tão alto quanto uma ave japonesa, porque não imaginar que um barco chamado tsuru não levaria uma dupla brasileira ao bicampeonato olímpico? 

O que alimentará os sonhos de Martine Grael e Kahena Kunze até 2024 se não um novo barco chamado macaron, croissant ou ratatouille? 

O que sabemos é que a culinária francesa continuará em alta com as velejadoras duplamente de ouro do Brasil.

Os desejos para 2022, então, passam por 2021. Que Ítalo voe e aterrisse com a prancha como num salto de Rebeca, que Ana Marcela reme com braços como se tivesse o remo e a força de Isaquias, que Alison passe pelos obstáculos como se estivesse com o skate de Rayssa, que os golpes de Mayra tenha a explosão de Fratus, e os diretos de Bia sejam tão surpreendentes quanto os resultados de Luisa e Laura. 

E vice-versa e em todos os 32 esportes olímpicos, até porque o ano novo recebe a maioria dos Mundiais, das mais diversas modalidades, voltam à cena.

Mas bom lembrar que nem só de laureados é feito o Monte Olimpo brasileiro. 

Assim como a medalha inédita do tênis de mesa está cada vez mais próxima, também está na mira o primeiro pódio olímpico do tiro com arco. 

E não dá para relevar a força com a qual as mulheres estão arremessando o levantamento de peso a outro patamar ou esquecer da campeã mundial de esgrima que mudou tudo, do técnico ao marido, a caminho dos Jogos no quintal de própria casa. 

Enfim, o futuro do Brasil olímpico tem passado e tem presente. 

E chega em 2022 lembrando da Torre de Tóquio mas projetando a Torre Eiffel.

No meio do caminho tem uma cordilheira de falta de apoio, falta de dinheiro, falta de incentivo para superar. 

Mas, se os desafios são enormes é bom lembrar que a vista para quem chega aos Andes também é linda. 

E é de lá, do Pan de Santiago no ano que vem, que o Time Brasil já terá uma visão melhor sobre como será provar o vinho francês em 2024. 

A degustação um ano antes serve como base para saber se é possível se deliciar como sabor de novos recordes em Paris.

Por enquanto, levamos na bagagem mais um ano olímpico de experiência para vislumbrar que a viagem que começa neste novo ciclo tem todas as lembranças e sonhos necessários para uma jornada inesquecível.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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