segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Deu pro Bronze

Brasil fatura o bronze na Copa América de basquete, primeiro passo para chegar a Tóquio 2020.

Seleção massacra Porto Rico por 95 a 66, em revanche por derrota de 2017 que a tirou do Mundial. 

Oito times das Américas vão em busca de 4 vagas para seletiva mundial, que define 10 times na Olimpíada.
Brasil vence Porto Rico e conquista o bronze. (Foto: Globoesporte.globo.com)
Sede da Copa América feminina de basquete, Porto Rico trazia uma lembrança amarga para as brasileiras: na última edição do torneio, há dois anos, as porto-riquenhas derrotaram o Brasil no jogo pelo terceiro lugar, faturaram o bronze e, pela primeira vez, se classificaram para o Mundial, disputado ano passado. 

Mundial que não teve a seleção verde-amarela, algo que não acontecia desde 1959. 

Pois o trauma ficou num passado não tão distante. 

Neste domingo (29), em San Juan, com apenas Tati e Rapha Monteiro, no time atual, das jogadoras que estavam na derrota de 2017, o Brasil bateu Porto Rico por 95 a 66 para garantir a medalha de bronze na Copa América.

Damiris foi a cestinha, com 28 pontos, além de nove rebotes e oito assistências. 

Entrou na seleção da Copa América. 

Erika saiu de quadra com 16 pontos e 10 rebotes.

Se, em 2017, a Copa América foi classificatória para o Mundial de 2018, desta vez a competição continental abriu o caminho das equipes das Américas por uma vaga na Olimpíada de Tóquio, no próximo ano, apenas Estados Unidos, campeões mundiais, e Japão, país-sede, estão garantidos nos Jogos Olímpicos. 

Oito times desta Copa se classificaram para uma seletiva das Américas que vai levar quatro seleções para o pré-olímpico mundial. 

Essa seletiva será em novembro, em duas sedes (Canadá e Argentina). 

Nesta repescagem, só no ano que vem, estarão 16 seleções de todos os continentes, sendo quatro americanas - disputando 10 vagas olímpicas.

O Brasil começou o jogo desperdiçando quatro ataques, sendo um deles uma bandeja perdida por Débora, mas o três primeiros pontos vieram com Patty. 

Se a bola de três não caiu na semifinal contra o Canadá (foram cinco acertos em 21 tentativas), neste domingo (29), a seleção abriu 8 a 3 com duas bolas de longa distância. 

Mas as porto-riquenhas viraram para a 10 a 8 depois de dois lances livres de Rosado. 

Mais consistente no ataque, e a na distribuição de jogo de Débora, o Brasil conseguiu assumir o comando do placar a três minutos do fim do primeiro quarto, Clarissa fez 17 a 12 para as brasileiras. 

Erika anotou mais quatro para deixar a maior vantagem no jogo: 21 a 12. 

Pouco depois, a liderança ampliou a 10 pontos (24 a 14) mas, no fim, 24 a 17.

No segundo período, Salaman marcou duas cestas seguidas, em contra-ataques, para Porto Rico reduzir para três pontos (26 a 23). 

Alana respondeu com uma bola de três, abrindo novamente seis pontos (29 a 23). 

Solta em quadra, aos 37 anos, Erika chegou ao oitavo ponto na partida para deixar o Brasil novamente com 10 de frente: 36 a 26. 

E foi a pivô o grande nome da equipe do técnico José Neto no primeiro tempo do jogo. 

Erika marcou 12 pontos, seis rebotes e três assistências, e o Brasil foi para o intervalo com 44 a 33.

Tainá, o destaque do Brasil na conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos, aumentou a vantagem para a seleção no início do terceiro período: 48 a 35. 

Na véspera, na semifinal, contra as canadenses, Tainá tinha ido mal, acertando apenas um dos 12 arremessos de quadra. 

Damiris fez 51 a 35, com 16 pontos de ponta, na maior liderança do jogo. 

Dominantes nos rebotes, a equipe nacional conseguia, muitas vezes, ter muita chance de atacar novamente, e arriscar nas bolas de três. 

Assim, Tati deixou o placar em 63 a 44. 

Alana, na sequência, novamente: 66 a 44. 

Era o marcador dilatando para o Brasil, que, com Damiris, poucos depois, fez 68 a 45 (23 pontos de frente). 

Damiris, de três, com o cronômetro perto de zerar, marcou 76 a 49.

Três pontos, de novo, de Damiris puseram o Brasil com 81 a 51 no primeiro minuto do último quarto. 

E o que foi a falha contra as canadenses virou o ponto alto neste domingo (29). 

Isabela Ramona acertou de três (11 em 20 tentativas da seleção) para impor 84 a 53. 

Dominante, a equipe verde-amarela manteve o ritmo forte, deixando sempre a diferença na casa dos 30, 32 pontos. 

Final de partida: vitória brasileira por 95 a 66.

Foi o segundo pódio do técnico José Neto em duas competições comandando a seleção feminina: o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em agosto, e, agora, o bronze na Copa América. 

O Brasil não ficava entre os três primeiros da Copa América desde o bronze em 2013. 

A esperança por Tóquio está viva.

Na decisão do torneio, as americanas souberam impor seu favoritismo e venceram por 67 a 46. 

A partida foi dominada pelas defesas, mas o trio americano Tina Charles, Sylvia Fowles e Jordin Canada comandou as ações ofensivas e foi responsável por mais da metade dos pontos da equipe no confronto.

A FIBA (Federação Internacional de Basquetebol) promoveu na noite desse domingo (29), o sorteio dos grupos do Torneio Pré-Olímpico Feminino das Américas, que acontece entre os dias 14 e 17 de novembro, na Argentina e no Canadá. 

A Copa América em Porto Rico deu vaga na competição para as oito primeiras colocadas entre as dez seleções participantes. 

O Brasil caiu no grupo B, com Argentina, Estados Unidos e Colômbia. 

No Grupo A, estão República Dominicana, Canadá, Cuba e Porto Rico.

Vale lembrar que embora já esteja classificada para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, a seleção americana optou por participar da competição. 

As duas melhores equipes de cada grupo se classificam para o Pré-Olímpico Mundial, que será disputado em fevereiro de 2020. 

As disputas do grupo do Brasil irão acontecer em Bahía Blanca, na Argentina.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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