Brasil fatura o bronze na Copa América de basquete, primeiro passo para chegar a Tóquio 2020.
Seleção massacra Porto Rico por 95 a 66, em revanche por derrota de 2017 que a tirou do Mundial.
Oito times das Américas vão em busca de 4 vagas para seletiva mundial, que define 10 times na Olimpíada.
Brasil vence Porto Rico e conquista o bronze. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Sede da Copa América feminina de basquete, Porto Rico trazia uma lembrança amarga para as brasileiras: na última edição do torneio, há dois anos, as porto-riquenhas derrotaram o Brasil no jogo pelo terceiro lugar, faturaram o bronze e, pela primeira vez, se classificaram para o Mundial, disputado ano passado.
Mundial que não teve a seleção verde-amarela, algo que não acontecia desde 1959.
Pois o trauma ficou num passado não tão distante.
Neste domingo (29), em San Juan, com apenas Tati e Rapha Monteiro, no time atual, das jogadoras que estavam na derrota de 2017, o Brasil bateu Porto Rico por 95 a 66 para garantir a medalha de bronze na Copa América.
Damiris foi a cestinha, com 28 pontos, além de nove rebotes e oito assistências.
Entrou na seleção da Copa América.
Erika saiu de quadra com 16 pontos e 10 rebotes.
Se, em 2017, a Copa América foi classificatória para o Mundial de 2018, desta vez a competição continental abriu o caminho das equipes das Américas por uma vaga na Olimpíada de Tóquio, no próximo ano, apenas Estados Unidos, campeões mundiais, e Japão, país-sede, estão garantidos nos Jogos Olímpicos.
Oito times desta Copa se classificaram para uma seletiva das Américas que vai levar quatro seleções para o pré-olímpico mundial.
Essa seletiva será em novembro, em duas sedes (Canadá e Argentina).
Nesta repescagem, só no ano que vem, estarão 16 seleções de todos os continentes, sendo quatro americanas - disputando 10 vagas olímpicas.
O Brasil começou o jogo desperdiçando quatro ataques, sendo um deles uma bandeja perdida por Débora, mas o três primeiros pontos vieram com Patty.
Se a bola de três não caiu na semifinal contra o Canadá (foram cinco acertos em 21 tentativas), neste domingo (29), a seleção abriu 8 a 3 com duas bolas de longa distância.
Mas as porto-riquenhas viraram para a 10 a 8 depois de dois lances livres de Rosado.
Mais consistente no ataque, e a na distribuição de jogo de Débora, o Brasil conseguiu assumir o comando do placar a três minutos do fim do primeiro quarto, Clarissa fez 17 a 12 para as brasileiras.
Erika anotou mais quatro para deixar a maior vantagem no jogo: 21 a 12.
Pouco depois, a liderança ampliou a 10 pontos (24 a 14) mas, no fim, 24 a 17.
No segundo período, Salaman marcou duas cestas seguidas, em contra-ataques, para Porto Rico reduzir para três pontos (26 a 23).
Alana respondeu com uma bola de três, abrindo novamente seis pontos (29 a 23).
Solta em quadra, aos 37 anos, Erika chegou ao oitavo ponto na partida para deixar o Brasil novamente com 10 de frente: 36 a 26.
E foi a pivô o grande nome da equipe do técnico José Neto no primeiro tempo do jogo.
Erika marcou 12 pontos, seis rebotes e três assistências, e o Brasil foi para o intervalo com 44 a 33.
Tainá, o destaque do Brasil na conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos, aumentou a vantagem para a seleção no início do terceiro período: 48 a 35.
Na véspera, na semifinal, contra as canadenses, Tainá tinha ido mal, acertando apenas um dos 12 arremessos de quadra.
Damiris fez 51 a 35, com 16 pontos de ponta, na maior liderança do jogo.
Dominantes nos rebotes, a equipe nacional conseguia, muitas vezes, ter muita chance de atacar novamente, e arriscar nas bolas de três.
Assim, Tati deixou o placar em 63 a 44.
Alana, na sequência, novamente: 66 a 44.
Era o marcador dilatando para o Brasil, que, com Damiris, poucos depois, fez 68 a 45 (23 pontos de frente).
Damiris, de três, com o cronômetro perto de zerar, marcou 76 a 49.
Três pontos, de novo, de Damiris puseram o Brasil com 81 a 51 no primeiro minuto do último quarto.
E o que foi a falha contra as canadenses virou o ponto alto neste domingo (29).
Isabela Ramona acertou de três (11 em 20 tentativas da seleção) para impor 84 a 53.
Dominante, a equipe verde-amarela manteve o ritmo forte, deixando sempre a diferença na casa dos 30, 32 pontos.
Final de partida: vitória brasileira por 95 a 66.
Foi o segundo pódio do técnico José Neto em duas competições comandando a seleção feminina: o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em agosto, e, agora, o bronze na Copa América.
O Brasil não ficava entre os três primeiros da Copa América desde o bronze em 2013.
A esperança por Tóquio está viva.
Na decisão do torneio, as americanas souberam impor seu favoritismo e venceram por 67 a 46.
A partida foi dominada pelas defesas, mas o trio americano Tina Charles, Sylvia Fowles e Jordin Canada comandou as ações ofensivas e foi responsável por mais da metade dos pontos da equipe no confronto.
A FIBA (Federação Internacional de Basquetebol) promoveu na noite desse domingo (29), o sorteio dos grupos do Torneio Pré-Olímpico Feminino das Américas, que acontece entre os dias 14 e 17 de novembro, na Argentina e no Canadá.
A Copa América em Porto Rico deu vaga na competição para as oito primeiras colocadas entre as dez seleções participantes.
O Brasil caiu no grupo B, com Argentina, Estados Unidos e Colômbia.
No Grupo A, estão República Dominicana, Canadá, Cuba e Porto Rico.
Vale lembrar que embora já esteja classificada para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, a seleção americana optou por participar da competição.
As duas melhores equipes de cada grupo se classificam para o Pré-Olímpico Mundial, que será disputado em fevereiro de 2020.
As disputas do grupo do Brasil irão acontecer em Bahía Blanca, na Argentina.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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