sexta-feira, 27 de março de 2020

Sem mata-mata

Clubes decidem ter calendário sólido. 
Futebol brasileiro ainda manter a mesma fórmula. (Foto: Imirante.com)
É a vitória dos pontos corridos.

Reunião definiu preferência dos dirigentes por manutenção do turno e returno.

O Campeonato Paulista de 1968 foi decidido no Parque Antarctica, com o Santos vencendo o Palmeiras por 3 a 1. 

O time de Pelé ainda tinha mais três jogos a realizar e o de Ademir da Guia ainda precisaria entrar em campo catorze vezes, porque tinha partidas adiadas por sua participação na Taça Libertadores da América. 

O título precoce e disparado do Santos fez com que a Federação Paulista mudasse o formato do torneio no ano seguinte. 

Teve quadrangular final e, mesmo assim, o Santos foi campeão.

No dia 21 de junho de 1969, no Morumbi, São Paulo 0 a 0 Santos, foi o jogo do título, na última rodada do quadrangular compartilhado com Corinthians e Palmeiras. 

Pelé foi tricampeão dois anos seguidos, no mesmo dia 21 de junho. 

Em 21 de junho de 1969, tricampeão paulista pelo Santos. 

Em 21 de junho de 1970, tricampeão mundial pela seleção brasileira.

A crise do coronavírus e a aparente supremacia do Flamengo poderiam fazer dirigentes oportunistas gritarem a favor do mata-mata. 

Especialmente pela informação de que a CBF pretende concluir todos os torneios paralisados antes de iniciar o Brasileirão. 

Mas os 32 presidentes reunidos por teleconferência na quinta-feira (26) unanimemente optaram pela manutenção da fórmula do turno e returno e pontos corridos.

A decisão se baseou em razões técnicas e, principalmente, econômicas. 

Manter os pontos corridos significará manter as 38 rodadas e, portanto, o mesmo contrato de televisão. 

Também o mesmo acordo com os patrocinadores.

Enquanto passamos os últimos 17 anos debatendo "eu gosto dos pontos corridos" X "eu prefiro o mata-mata", desta vez os dirigentes parecem ter entendido que há vantagens inestimáveis no turno e returno. 

As datas, o número de jogos garantido, os contratos de pay-per-view mantidos, porque o torcedor do Vasco, mesmo brigando contra o rebaixamento, vai querer ver seu time, em vez do jogo do título do rival. 

É um exemplo hipotético.

Além disso, o formato do Brasileirão ainda não facilitou a hegemonia de nenhum clube. 

Em 2012, o Fluminense foi campeão pela segunda vez em três anos, ao vencer o Palmeiras e deixá-lo a uma rodada do rebaixamento. 

Em 2018, o Palmeiras foi campeão brasileiro pela segunda vez em três anos e o Fluminense salvou-se do descenso na última rodada.

Ainda pode acontecer muita coisa, se a pandemia persistir até agosto, setembro ou outubro. 

Bate três vezes na madeira. 

Mas, neste momento, os pontos corridos saíram vitoriosos.

Reportagem: Blog do PVC

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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