Vasco deve ter interino por dois jogos; 777 opinará na escolha do novo técnico.
Direção entende que demissão de Maurício Souza corrige rumo do futebol.
Escalação de Zé Gabriel enfraqueceu o comandante.
A pressão em Maurício Souza se tornou insustentável após a derrota para o Vila Nova e culminou na demissão do treinador neste domingo (24).
A decisão foi tomada em conjunto pelo presidente Jorge Salgado e pelo gerente de futebol Carlos Brazil em reunião com o técnico, no Centro de Treinamento Moacyr Barbosa, após a volta da delegação ao Rio, ele não teve contato com o elenco, que se reapresenta nesta segunda-feira (25).
O entendimento no clube é o de que o departamento de futebol corrigiu uma decisão equivocada ao ter contratado Maurício há exatos 42 dias.
Se as características diferentes entre treinador e elenco ficaram acentuadas nas últimas rodadas da Série B, o futuro é incerto.
O Vasco planeja ter o interino Emílio Faro comandando a equipe nos dois próximos jogos e terá ajuda da 777 na escolha do substituto.
Apesar de Jorge Salgado ser resistente à troca de treinadores, o presidente sofreu pressão de aliados pela demissão de Maurício.
Ele entendeu que o clima poderia piorar ainda mais na próxima quinta-feira, em São Januário, no jogo contra o CRB.
Sem o apoio da torcida, que “tem jogado contra”, como definiu um dirigente, com os protestos nas últimas rodadas, o Vasco não conseguiria reverter o atual momento.
O Vasco, sob o comando de Maurício, conquistou apenas cinco pontos dos 18 disputados nos últimos seis jogos.
É o atual terceiro da Série B, com 35 pontos, dez a menos do que o líder Cruzeiro, seis na frente do Londrina, o quinto colocado.
A demissão não teve o dedo da 777 Partners, empresa que está prestes a comprar a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) vascaína.
Ela, contudo, opinará na escolha do substituto.
A palavra final é do clube, mas o grupo americano tem opinado no departamento até que o processo seja concluído.
Tanto que não foi favorável ao nome na época da contratação.
Na verdade, a diretoria do Vasco foi unânime contra a vinda de Maurício, mas Salgado bancou a decisão de Carlos Brazil, que fica fragilizado após a campanha ruim do treinador.
Foram três vitórias, três derrotas e dois empates na Série B.
A leitura é que Maurício Souza também perdeu o comando do grupo.
A decisão de vetar Yuri Lara no último sábado (23) e escalar o time com Zé Gabriel, que não era titular desde o Carioca, enfraqueceu o comandante.
Os jogadores já não estavam alinhados com o modelo de trabalho de Maurício.
Ainda não há negociação em andamento para repor o comando técnico da equipe.
Acredita-se que o auxiliar técnico Emílio Faro será mantido pelo menos nos próximos dois jogos enquanto a diretoria busca a melhor solução.
Não é descartada a permanência de Faro até que a 777 assuma de fato a SAF, mas a tendência no momento é que as partes busquem outro treinador.
Após a saída de Zé Ricardo, a empresa tinha como favorito para assumir o cargo o técnico André Jardine, que atualmente está no México.
Pessoas ouvidas pela reportagem dão como improvável o Vasco ter alguma novidade à beira do campo já para quinta-feira (28).
Depois dos próximos dois jogos, contra CRB e Chapecoense, o time terá uma janela de 10 dias até o próximo compromisso, diante da Ponte Preta.
É possível que o clube use esse tempo para realizar mudanças.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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