segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Fábrica do Caju

Semifinais da Taça Libertadores da América têm três dos quatro goleiros formados no Athletico.

Bento, Weverton e Santos se reencontram na Taça Libertadores da América. 

Furacão se consolida na formação de goleiros e tem 'segredo' revelado. 

Athletico e Palmeiras abrem a semifinal nesta terça-feira (30).

As semifinais da Taça Libertadores da América evidenciam o Athletico como um dos principais clubes formadores do país. 

Três dos quatro semifinalistas tem goleiros formados pelo Furacão como titulares: Santos, do Flamengo, Weverton, do Palmeiras, e Bento, que está no time atleticano atualmente.

A tradição na formação de defensores vem desde 1942 e está registrada no nome do seu Centro de Treinamento: Centro de Treinamentos Alfredo Gottardi ou também conhecido como Caju. 

Ele foi o primeiro atleta paranaense a ser convocado pela seleção brasileira.

De lá para cá, a escola de goleiros atleticanos se consolidou com passagens pela seleção brasileira e títulos marcantes nas Olímpiadas. 

Mas, afinal, o que é feito de diferente pelo clube? 

Qual é o segredo do Furacão?

Bento, Weverton e Santos fazem parte de uma geração de goleiros rubro-negros. 

Além da ligação que os conecta na equipe, todos passaram pelas mãos do preparador Luciano Júnior. 

Atualmente, ele cuida da preparação dos goleiros das categorias de base do Palmeiras.

Contratado em 2013 pelo Athletico, o profissional acompanhou e fez parte da evolução dos três defensores. 

Weverton tinha chegado recentemente da Portuguesa para ser o titular, enquanto Santos era tido como uma das promessas do clube, com minutos no time profissional.

"Era um período de reformulação, onde eu fiz parte de um ciclo. Foi me dada a tarefa de trabalhar com grandes goleiros e com um potencial muito bom, como o Weverton e o Santos, além do Rodolfo. Foi um período feliz e que rendeu frutos ao Athletico", comentou.

"O Weverton chegou em 2012 e participou de parte da campanha do acesso em 2013. Já o Santos estava há alguns anos no clube. Eu confiava muito no potencial dos dois, a questão era potencializar o valor deles. Foi um trabalho duro, prazeroso. Uma das características presentes nos dois é aceitar desafios", analisou Luciano Júnior.

Já Bento fazia parte do sub-15 rubro-negro. 

Ainda estava longe dos planos. 

Só em 2015 deu seus primeiros passos no sub-17. 

Da escolinha do Furacão, com 14 anos, até chegar o time profissional. 

E ao seu lado teve duas referências importantes.

"Foi muito bom para a formação do Bento (acompanhar os ciclos de Weverton e Santos). Ele é um atleta oriundo das escolinhas. Quando ele passa a treinar no CT, ainda muito jovem, ele foi um dos jogadores que mais participou de atividades com o time profissional. Esse convívio teve uma participação muito grande na formação deste atleta", disse o ex-preparador atleticano.

"Goleiro costuma ser muito unido. É um núcleo em separado, né. O aspecto família é muito forte entre os goleiros. Bento foi muito querido, Paulo Autuori sempre gostou muito dele, pelo seu desenvolvimento, pela sua postura. Apesar da pouca idade, sempre mostrou ser um atleta dedicado", sobre os trabalhos entre Santos, Bento e Weverton.

Seleção, mística do Centro de Treinamento do Caju: Weverton e Santos tiveram caminhos parecidos em suas convocações. 

Weverton foi o nome escolhido para substituir Fernando Prass, lesionado, nos Jogos Olímpicos de 2016, sua primeira convocação.

Já Santos apareceu em amistosos em 2019, sem atuar pela seleção principal, mas também trilhou o caminho pela seleção olímpica, em 2021. 

Ambos foram titulares e tiveram um papel importante na conquista do ouro.

Aos 23 anos, Bento pode seguir o mesmo caminho, como relata o ex-preparador de goleiros atleticano, Luciano Júnior.

"Acredito sim, ele tem qualidade e potencial para isso. Se continuar nessa curva de ascensão, com certeza vai brigar por uma convocação, seja Olímpica ou principal. O Weverton foi convocado com 27 anos. Ele conseguiu. O mais importante é trabalhar para conseguir", destacou.

A formação do Athletico é referência no Brasil. Para Júnior, é fruto de muito trabalho nas categorias de base, mas com uma mística encima da camisa número um rubro-negra.

"Eu posso falar do período que fiquei bebendo desta água. Sempre teve muito trabalho dos profissionais que ali estão. Se tratando do CT do Caju, tem uma mística a respeito da camisa 1, é muito forte. O nome já é oriundo de um dos grandes goleiros. O universo conspira junto com o trabalho e vai trazendo este aspecto", concluiu.

O Athletico recebe o nesta terça-feira (30), às 21h30 (horário de Brasília), na Arena da Baixada, pelo jogo de ida da semifinal da Taça Libertadores da América. 

E as metas estarão bem representadas por Bento e Weverton.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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