Balanço da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) mostra que Copa América na pandemia deu prejuízo de R$ 277 milhões.
Sem público e com troca de sede, torneio também perdeu receitas de TV sem a participação de Austrália e Catar.
Lucro com competições de clubes reduziu déficit em 2021 para R$ 106 milhões.
A Conmebol divulgou o seu balanço financeiro do exercício de 2021 com um rombo de US$ 22,7 milhões (R$ 106 milhões, no câmbio desta sexta-feira, 1º de abril), que será coberto com as reservas de contingência da entidade.
E este resultado está diretamente ligado à Copa América realizada no Brasil em 2021, e vencida pela Argentina.
A pandemia de Covid-19 não provocou somente arquibancadas vazias.
O prejuízo foi grande.
Custos com protocolos sanitários, vacinação, mudança de sede a menos de duas semanas do início da competição e a desistência de convidados que trariam aportes da televisão também entram na conta.
Segundo o presidente da comissão de finanças da Conmebol, Ramón Jesurún, a ausência do púbico teve um impacto negativo de US$ 49 milhões.
Ele cita os valores em carta publicada no início do relatório financeiro.
Houve liberação da Prefeitura para que 10% de cada setor do Maracanã fossem ocupados na final entre Brasil e Argentina.
Somam-se a esse valor outros US$ 6.7 milhões com a troca de sedes, da Argentina e Colômbia para o Brasil, em cima da hora, e mais US$ 2.3 milhões de custos com medidas sanitárias e de saúde.
Um total de US$ 59 milhões (R$ 277 milhões).
Os números constam em carta do dirigente que abre o documento.
Além disso, Catar e Austrália, que participariam como convidados, não vieram, também em função do coronavírus, e as esperadas receitas de venda de direitos de transmissão nos dois países não entraram.
Não há estimativas dessas receitas nos documentos, já que não chegaram a entrar na contabilidade, somente no planejamento.
Mas quem pagou a conta do prejuízo causado pela realização da Copa América em meio à pandemia? Os clubes.
Ou melhor, as competições de clubes. No total, foram US$ 365 milhões de receitas (R$ 1.7 bilhão), incluindo transmissão, patrocínio, licenças e bilheteria.
As despesas foram de US$ 194 milhões (R$ 909 milhões) com a Taça Libertadores da América, US$ 79 milhões (R$ 370 milhões) com a Copa Sul-Americana, e US$ 11 milhões (R$ 51,5 milhões) com demais torneios de clubes subsidiados pela entidade, ou seja, despesas totais de US$ 284 milhões (R$ 1.3 bilhão).
Só nesta rubrica, portanto, lucro em torno de US$ 81 milhões (R$ 380 milhões).
Subtraídos os cerca de US$ 59 milhões (R$ 277 milhões) do déficit da Copa América, se chega aproximadamente ao prejuízo do exercício em 2021.
Jesurún explicou como o buraco nas contas será coberto e elogiou a realização da competição mesmo nessas condições.
Ele citou na carta de abertura do balanço que o prejuízo foi reduzido para US$ 22.7 milhões (R$ 106 milhões) ao fim do exercício.
"Sem dúvidas, um dos maiores desafios de 2021 se apresentou com a mudança de sede da Copa América, que foi transferida ao Brasil faltando somente 13 dias para que fosse iniciada a tão esperada competição. A mudança de sede da Copa América gerou custos de US$ 6.7 milhões (R$ 31 milhões), e a ausência de público nos estádios teve um impacto de US$ 49.9 milhões (R$ 234 milhões) de prejuízo. Além disso, a Conmebol teve de arcar com custos de cumprimento de todos os protocolos sanitários, vacinação e outros, representando mais um déficit de US$ 2,3 milhões (R$ 11 milhões). Apesar disso, conseguimos reduzir este impacto e encerrar o exercício de 2021 com um déficit de US$ 22,7 milhões (R$ 106 milhões), montante que será coberto pelas de reservas de contingências constituídas no exercício de 2019, sempre e quando o Congresso aprovar".
No documento, o presidente comissão de finanças afirma ainda que a instituição está "sólida" com patrimônio líquido de US$ 123 milhões (R$ 576 milhões).
"Terminamos o exercício de 2021 com US$ 450 milhões (R$ 2.1 bilhões) de receitas operacionais, e 93,4% foram reinvestidos. A solidez da nossa instituição está mais do que garantida, com ativos totais de US$ 321 milhões (R$ 1.5 bilhão) e um patrimônio líquido de US$ 123 milhões (R$ 576 milhões), disse o cartola".
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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