Comitê Paralímpico Internacional (CPI) libera participação de atletas dos dois países em evento que terá início na sexta-feira (4), mas com o nome de "Atletas Paralímpicos Neutros".
O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) divulgou na manhã desta quarta-feira (2) que os atletas da Rússia e de Belarus, países diretamente ligados na invasão à Ucrânia iniciada na última semana, vão poder competir as Paralimpíadas de Inverno, mas com uma bandeira neutra.
Segundo a entidade, as nações não serão incluídas no quadro de medalhas e o nome oficial será "Atletas Paralímpicos Neutros" e não "Comitê Paralímpico Russo", como foi nos Jogos de Tóquio, quando o país foi punido por conta de doping.
"O IPC e o Movimento Paralímpico em geral estão muito preocupados com a violação grosseira da Trégua Olímpica pelos governos russo e belarrusso nos dias anteriores aos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022. O Conselho de Administração do IPC está unido em sua condenação a essas ações e concordou que elas não podem passar despercebidas ou não tratadas", disse Andrew Parsons, brasileiro que preside o Comitê Paralímpico Internacional.
Há três dias, o Comitê Olímpico Internacional (COI), sugeriu que as Federações Internacionais de cada esporte banissem os atletas russos e belarussos de suas competições.
Algumas entidades já anunciaram que vão seguir a risca o pedido, como atletismo, tênis de mesa, canoagem e tiro esportivo.
Outras, como natação e ginástica, vão banir as bandeiras e o hino nacional dos países, mas vão deixar os atletas competirem.
Em caso de medalha de ouro da Rússia ou de Belarus, o hino tocado no pódio será o hino oficial das Paralímpiadas.
Durante as Olimpíadas de 2021 (verão) e 2022 (inverno) e as Paralimpíadas de 2021 (verão), quando um russo ganhava o título olímpico, uma música de Tchaikovsky era tocada.
Na ocasião, a punição aos russos era por conta de um escândalo de doping.
"Agora que essa decisão foi tomada, espero que todos os participantes tratem os atletas neutros como fariam com qualquer outro atleta nesses Jogos, não importa o quão difícil isso possa ser. Ao contrário de seus respectivos governos, esses atletas e dirigentes paralímpicos não são os agressores, eles estão aqui para competir em um evento esportivo como todo mundo", completou Parsons.
A Rússia é uma das potências das Paralimpíadas de Inverno, ficou em segundo lugar no quadro de medalhas da última edição, em 2018, quando já disputou a competição sem poder usar sua bandeira nem uniformes.
Na ocasião, a punição foi por conta de um grande escândalo de doping, em que até o Ministério do Esporte estava envolvido, e o país competiu com o nome Atletas Paralímpicos Neutros.
Já a delegação da Ucrânia, outro país envolvido no conflito, mas que, neste momento, é o país que está sofrendo uma invasão e luta para se defender, já chegou na China.
O país, que também é uma das potências paralímpicas, ficou em quinto lugar no quadro de medalhas de 2018, enviou 20 atletas, que saíram do país na última terça-feira (1º).
Segundo o IPC, a decisão foi tomada guiada pelos princípios fundamentais da entidade, que incluem um compromisso com a neutralidade e imparcialidade política e uma crença inabalável no poder transformador do esporte.
Esses são os principais componentes da nova Constituição do IPC que foi aprovada na Assembleia Geral do IPC de 2021, realizada há pouco mais de três meses.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário