O ginásio do Ibirapuera é conhecido como um dos templos do vôlei nacional por já ter hospedado, em seus mais de 60 anos, um sem número de jogos memoráveis, nacionais e internacionais.
A primeira partida da final da Superliga masculina, neste sábado (28), fez jus à tradição da arena.
Em um jogaço de duas horas e 49 minutos de duração, o Cruzeiro venceu o Sesi-SP por 3 sets a 2 (com parciais de 25/23, 25/27, 26/24, 22/25 e 15/12) diante de 10.019 pessoas.
Com o resultado, o time celeste terá a torcida a seu favor para conquistar seu sexto título da competição, o quinto consecutivo.
A próxima partida será realizada no domingo (6) no ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte, a partir das 9h10 (horário de Brasília.
Caso o Sesi vença, o troféu será definido em um set extra, o chamado "golden set".
O jogo: No primeiro set, o time celeste foi liderado pelo oposto Evandro.
Com a habitual força no saque, ele ajudou com um ace e bloqueios para abrir uma vantagem que chegou a ser de 11 a 4.
O Sesi, que iniciou o jogo com muitos erros, sobretudo no serviço, consertou as falhas e chegou a empatar a parcial em 19 a 19.
O técnico Marcelo Mendez, então, sacou de quadra o capitão Filipe e pôs Rodriguinho, para melhorar a linha de recepção.
Com a alteração, no momento capital o visitante foi superior, abriu uma margem mínima e fechou em 25 a 23, após um saque errado de Douglas Souza.
Parecia que o segundo set seguiria no mesmo tom.
O Cruzeiro, sempre tendo Evandro como escape, chegou a abrir 9 a 6 e, depois, 16 a 12.
A maré mudou quando o técnico do Sesi, Rubinho, tirou Alan e colocou Franco em quadra.
Lentamente, o time paulistano tirou a diferença e passou pela primeira vez à frente graças a um bloqueio (19 a 18).
Diante da reação dos anfitriões, Marcelo Mendez promoveu a volta de Filipe no lugar de Rodriguinho.
A partir daí, a disputa foi emocionante, ponto a ponto e quase sem erros, até que um toque na rede do capitão cruzeirense selou o 27 a 25 em favor do mandante.
O alto nível prosseguiu no terceiro set e o equilíbrio deu o tom. 9 a 9.
10 a 10.
13 a 13.
14 a 14.
16 a 16.
18 a 18.
Só a partir daí uma das equipes conseguiu desgarrar.
E foi o Sesi, que abriu 20 a 18 depois de um ataque de Alan, que havia entrado em inversão no lugar de Franco.
Mas o Cruzeiro tinha Leal, que com um bloqueio deixou o placar 22 a 22.
E, após troca de pontos, atacou para pôr os atuais campeões à frente: 25 a 24.
A equipe tratou de aproveitar a vantagem e levou o set com um bloqueio de Isac (26 a 24) para ficar na liderança do jogo novamente.
A julgar pelo início fulminante, o Sesi levaria com folga a disputa para o tie-break.
Com Lipe e Lucão bem ofensivamente, chegou a abrir confortáveis 17 a 12 diante do rival.
Mas o Cruzeiro vendeu caro.
Carregado por Simon, chegou a virar e fazer 21 a 20 no marcador.
No vaivém de pontos que caracterizou o jogo, coube a Alan dar uma sequência decisiva de saques e pôr o Sesi na frente.
O ponto que definiu o 25 a 22 veio após polêmica.
Filipe atacou uma bola marcada fora pela arbitragem.
A comissão técnica mineira pediu desafio, mas o lance não passou no telão do ginásio, o que provocou protestos dos visitantes.
Pelas reclamações, o líbero Serginho foi punido com um cartão amarelo antes da volta para o quinto e decisivo set.
A parcial decisiva foi de oscilações. Primeiro, o Cruzeiro abriu 8 a 4, ancorado na potência de Leal e Evandro.
Depois, permitiu aos mandantes uma reação e ficou atrás do placar (9 a 8).
Mas tantos títulos não vêm à toa.
Na hora mais necessária, a equipe foi fria e objetiva.
Com dois bloqueios consecutivos em Lipe, abriu 14 a 11.
Leal, sempre ele, decretou: 15 a 12, vitória, e o sexto troféu nacional mais perto do que nunca.
Foram distribuídos cerca de 5.000 ingressos para torcedores, que os obtiveram gratuitamente em um portal do Sesi, a quem coube a organização desta primeira partida.
Outras mais de 5.000 entradas foram oferecidas a patrocinadores e à CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e seus parceiros.
Antes do jogo, a reportagem flagrou cambistas tentando comprar e vender bilhetes nos arredores do complexo, a polícia concentrou sua ronda nos portões de acesso ao ginásio.
As campanhas: O Sesi-SP, que havia sido terceiro colocado na fase de classificação, com 17 vitórias e cinco derrotas, chegou à decisão em alta, após passar invicto por Corinthians (2 a 0 no confronto) e Sesc-RJ (3 a 0) nos playoffs.
Por sua vez, o Cruzeiro foi a São Paulo com dificuldades a superar.
Líder da primeira fase, o time se viu à beira da eliminação na semifinal, quando perdeu as duas primeiras partidas contra o Taubaté.
Cruzeiro a uma vitória do título. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Ainda assim, teve forças para reagir e triunfar por 3 a 2 no embate.
Além dos obstáculos em quadra, a equipe mineira teve de lidar com um desmanche em seu elenco que parece implacável.
Principal destaque do time, o ponta Leal já comunicou que vai atuar pelo italiano Civitanova na próxima temporada.
Na sexta-feira (27), o levantador Uriarte disse ao técnico Marcelo Mendez que deixará o grupo para atuar pelo Taubaté a partir do segundo semestre.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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