Clima instável, pista molhada, largada adiada e grid misturado.
O GP da Argentina tinha todos os ingredientes para ser uma corrida disputada e emocionante.
E até foi, só que para os quatro primeiros, que brigaram incansavelmente pela liderança durante toda a corrida, realizada neste domingo e vencida por Carl Crutchlow.
Mas, por outro lado, a segunda prova do ano foi manchada por falta de fair play e mais uma polêmica envolvendo Marc Márquez e Valentino Rossi.
O espanhol da Honda, numa luta incessante para ganhar posições, forçou demais em diversos adversários e, na hora de passar o "Doutor", acabou jogando-o no chão.
O pole da prova era Jack Miller.
O australiano conquistou a posição de honra no sábado após ousar e usar pneus de pista seca em um momento onde a maioria dos pilotos apostava nos compostos de pista molhada.
Moto GP em dia de fúria!!! (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Como a direção de prova decretou corrida sob chuva, todos os pilotos foram para o grid com pneus de chuva, menos Miller.
Como a pista começou a secar rápido os 23 pilotos, com exceção do australiano, entraram para os boxes para pegar a moto calçada com os pneus de pista seca.
Assim criou-se uma questão: deveriam os pilotos largarem do pitlane, enquanto Miller que optou por permanecer na grelha, largaria da posição original?
Tudo para que os times que mudaram de ideia não ganharem vantagem sobre o pole, o que gerou uma imensa confusão.
A decisão final foi que os demais competidores deveriam largar três filas atrás do primeiro colocado, dando a ele pequena vantagem na hora em que as luzes vermelhas se apagassem, protagonizando uma cena curiosa.
Quando a largada estava finalmente prestes a ser dada, a moto do piloto da Honda morreu.
Neste caso, ele deveria ter recolhido para os boxes para largar do pitlane.
Em vez disso, Marc fez a moto pegar no tranco e retornou para o seu colchete de sexto colocado, usando a contramão.
Por isso, foi punido com um ride thru, quando o piloto precisa cruzar o pitlane respeitando a velocidade limite.
Isso fez com que Márquez, que era primeiro após a primeira volta, caísse para décima nona.
Pois bem, a partir daí, o espanhol começou a escalar o pelotão, mas de forma agressiva, enconstando nos rivais e distribuindo pedidos de desculpas.
Quando era sétimo, encontrou Rossi pelo caminho. Na hora da ultrapassagem, forçou sobre o italiano e o jogou no chão, para a ira do Doutor.
Por todos os lances, Márquez foi punido com 30 segundos, que se somaram ao tempo total de prova.
O espanhol ainda tentou ir nos boxes da Yamaha conversar com Valentino, mas foi enxotado de lá pelo staff do italiano.
Com a punição, Marc fechou a prova em décimo oitavo.
Apesar da queda, Rossi conseguiu levantar a moto e terminar em décimo nono.
Com a corrida finalmente em andamento, um pequeno pelotão dianteiro se formou com quatro pilotos: Jack Miller, Alex Rins, Johann Zarco e Carl Crutchlow.
O quarteto se revezou nas primeiras posições conforme completavam as voltas.
Bastava que um dos pilotos do grupo errasse um pouco na pita molhada para que os outros três o superassem.
E foi o que aconteceu com Miller que, na ponta, cometeu um grande erro e acabou fora da briga.
Com o pelotão reduzido a três competidores, Crutchlow assumiu a ponta, mas não demorou muito para que Zarco o passasse.
Só que o britânico da LCR deu o troco e retomou a posição na penúltima volta, resistindo às investidas do francês para garantir a sua primeira vitória na temporada.
Além do tombo de Rossi, causado por Márquez, o outro incidente que marcou a prova foi o tombaço de Dani Pedrosa.
Em uma disputa de posição, o espanhol tocou em um rival, espalhou e foi para a parte molhada da pista.
A moto perdeu a traseira e acabou ejetando o piloto, que caiu feio no chão.
Apesar do tombo, Pedrosa não se machucou.
A MotoGP retorna no dia 22 de abril, com o GP das Américas, realizado no Circuito de Austin, no Texas, EUA.
Tanto o treino classificatório quanto a corrida serão realizados às 16 horas (horário de Brasília).
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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