terça-feira, 3 de maio de 2022

Sem TV Globo, FFERJ tem queda de receita e enfrenta problemas financeiros

O balanço de 2021 mostra o resultado para as finanças da FFERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) do primeiro ano completo sem contrato com a Globo pelos direitos de transmissão do Carioca. 

O cenário é de queda significativa de receita, para os padrões da entidade, e um déficit ao fim do ano que ficou em R$ 1,57 milhão.

A receita operacional bruta da FFERJ caiu de R$ 22,1 milhões em 2020 (quando teve superávit de R$ 666 mil) para os R$ 13 milhões de 2021. 

Em 2019, último ano pré-pandemia, a receita da FFERJ chegou a bater R$ 31 milhões.

Só nos direitos de transmissão, a entidade arrecadou R$ 7,2 milhões a menos de um ano para outro: saiu dos R$ 9,2 milhões de 2020 e foi para R$ 1,95 milhão em 2021. 

A FFERJ era parte do contrato com a Globo pelo Carioca e tinha direito a 10% do valor total pago anualmente pela emissora. 

Com o rompimento na reta final de 2020, gerado por desentendimento em relação à aplicação da Lei do Mandante (à época, uma Medida Provisória), o jeito foi levar o estadual para a Record. 

No primeiro ano do contrato, a emissora pagou R$ 11 milhões pela competição.

A expectativa é que 2022 tenha resultado melhor, até porque a Record pagou R$ 15 milhões pela edição deste ano. 

Contabilmente, a FFERJ ainda registrou que tem a receber R$ 2 milhões da Globo como uma cota de TV pendente.

A mudança em relação à exposição do Carioca afetou também as receitas com publicidade e patrocínio, que tiveram redução de R$ 2 milhões, indo dos R$ 6 milhões em 2020 e fechando nos R$ 4 milhões de 2021.

A temporada passada foi ainda mais desafiadora para a FFERJ porque o público só voltou ao estádio na reta final de 2021. 

Isso não foi suficiente nem para que o percentual arrecadado com a bilheteria dos jogos dos clubes ao menos empatasse com os R$ 2,5 milhões de 2020, o balanço traz R$ 1,56 milhão nesse item ano passado.

A única linha de receita do balanço que aumentou em 2021 foi a de taxas de registro, transferência e multas do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). 

É como se a entidade precisasse recorrer a uma "carga tributária" para amenizar o problema financeiro. 

Em 2020, a FFERJ embolsou R$ 2,81 milhões. 

Em 2021, R$ 4,1 milhões.

A FFERJ recebe 10% da bilheteria dos jogos com mando de clubes do Rio realizados fora do estado e 5% quando as partidas acontecem dentro do seu território.

A entidade teve problemas com fluxo de caixa e atrasou salários de funcionários. 

Até hoje tem gente que trabalhou para a FFERJ e não recebeu o valor devido. 

Segundo o balanço, a Federação até enxugou gastos: as despesas caíram de R$ 20,2 milhões para R$ 14,2 milhões. 

Mas isso não foi suficiente para evitar o saldo negativo de R$ 1,5 milhão no ano. 

Poderia ser pior se não houvesse o repasse da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de R$ 1,29 milhão.

Reportagem: Uol.com.br/esportes

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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