sábado, 28 de maio de 2022

Conquistando recordes

Carlo Ancelotti conquista a Champions pela quarta vez e se isola como recordista de títulos.

Treinador italiano de 62 anos é também o único a chegar cinco vezes à decisão, entre outras marcas importantes.

O nome é Carlo Ancelotti, mas pode chamar de Mister Champions. 

A conquista da Liga dos Campeões da UEFA (União das Associações Europeias de Futebol) pelo Real Madrid sobre o Liverpool, neste sábado, consagrou dois ícones da competição: o clube mais vitorioso, agora com 14 taças, e o novo recordista de títulos como treinador. 

O italiano de 62 anos é o primeiro tetracampeão entre os 66 técnicos que já levantaram a taça em quase sete décadas de competição.

Ancelotti, campeão duas vezes com o Milan, em 2003 e 2007, já tinha conquistado a Champions com o Real Madrid, em 2014. 

Seus três títulos faziam dele um dos maiores vitoriosos, ao lado do inglês Bob Paisley (tri com o Liverpool em 1977, 1978 e 1981) e Zinedine Zidane, que levou o Real a três Champions seguidas, em 2016, 2017 e 2018. 

Até bater o Liverpool na final deste sábado (28) e assumir a liderança isolada.

Revelado pelo Parma, Ancelotti teve uma carreira vitoriosa como jogador. 

Ao lado do brasileiro Paulo Roberto Falcão, o meio-campista ajudou a Roma a conquistar o histórico título italiano de 1982/1983, quebrando um jejum de 40 anos, além de quatro Copas da Itália.

Depois, no Milan, seguiu a trajetória de sucesso, vencendo duas Copas da Europa (antecessora da Champions League), em 1989 e 1990, e dois Italianos, em 1988 e 1992, entre outras conquistas. 

Foi no rubro-negro italiano que ele encerrou a carreira de jogador, em 1992. 

Neste mesmo ano se tornou assistente de Arrigo Sachi, então técnico da seleção italiana. 

Ficou na comissão técnica da Azzurra até 1995, fazendo parte da Itália vice-campeã na Copa de 94, derrotada nos pênaltis pelo Brasil.

Como treinador, ele dirigiu Reggiana, Parma e Juventus sem grandes feitos, até assumir o Milan em 2001 para um trabalho vitorioso que durou oito anos e rendeu oito títulos ao clube, incluindo o Campeonato Italiano de 2003/2004 e a Copa da Itália de 2002/2003.

O ponto alto, naturalmente, foi a Champions League, com três finais e dois títulos. 

Na primeira disputa, em 2002/2003, derrotou a rival Juventus na decisão, nos pênaltis. 

Em 2004/2005, perdeu o título para o Liverpool em um vacilo histórico do rubro-negro italiano: após abrir 3 a 0 no primeiro tempo, permitiu o empate do time inglês na etapa final e depois foi derrotado na disputa de pênaltis.

CAMPEÃO EM CINCO PAÍSES: A revanche veio dois anos depois. 

Em 2007, o Liverpool era novamente o rival na decisão. 

Dessa vez, deu Milan: 2 a 1. 

Após deixar o Milan em 2009, Ancelotti se manteve entre os treinadores mais vitoriosos do futebol europeu.

No Chelsea, ganhou três títulos, incluindo o Inglês de 2009/2010. 

Foi campeão francês no Paris Saint-Germain em 2012/2013, assumindo em seguida o Real Madrid pela primeira vez. 

Logo na temporada inicial, chegou ao seu tricampeonato particular da Champions League, em uma decisão emocionante contra outro rival local, o Atlético de Madrid.

O Real Madrid perdia por 1 a 0 até os 47 minutos do segundo tempo, quando Sergio Ramos empatou o jogo de cabeça, forçando a prorrogação no Estádio da Luz, em Lisboa. 

No tempo extra, só deu Real Madrid: 4 a 1, com Bale, Marcelo e Cristiano Ronaldo construindo a goleada.

Depois de ser campeão alemão com o Bayern de Munique, em 2016/2017, aceitou desafios em dois clubes de menor investimento, Napoli e Everton. 

Ano passado, retornou ao Real Madrid, repetindo pela primeira vez um clube na carreira de treinador.

Na Espanha, ampliou seu prestígio como um dos grandes técnicos do futebol europeu no século XXI, com títulos e recordes. 

Ao conquistar o Campeonato Espanhol, se tornou o primeiro treinador campeão nacional nas cinco principais ligas europeias (Itália, Inglaterra, França, Alemanha e Espanha).

CAÇA AO RECORDE DE FERGUSON: Com o Real Madrid, alcançou pela quinta vez a final da Champions, outro recorde. Ancelotti também é o único treinador a ter disputado a fase de grupos da competição com oito clubes: Parma, Juventus, Milan, Chelsea, Paris Saint-Germain, Real Madrid, Bayern de Munique e Napoli.

Aos 62 anos, consagrado como um dos maiores da sua época, o técnico italiano ainda pode mirar mais uma marca: hoje é o terceiro treinador com mais partidas de Liga dos Campeões, 179. 

Faltam cinco para igualar o francês Arsène Wenger (basta uma fase de grupos para ultrapassá-lo) e 23 para chegar aos 202 jogos do escocês Alex Ferguson. 

Alguém dúvida que o Mister Champions pode alcançar mais esse recorde?

Reportagem: Globoesporte.globo.com

 

Adaptação: Eduardo Oliveira

 

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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