Japão arrasa Mongólia em segunda maior goleada da história dos Samurais Azuis.
Seleção japonesa nunca tinha vencido por um placar tão alto em Eliminatórias Asiáticas.
Resultado só não foi maior que os 15x0 sobre Filipinas pelo Pré-Olímpico de 1967.
OK, golear a Mongólia era o mínimo que se esperava da seleção japonesa no jogo de hoje na Fukuda Denshi Arena, em Chiba, pelo Grupo F das Eliminatórias Asiáticas.
Veio, no entanto, não só uma goleada, mas uma goleada histórica.
Virou cinco, acabou catorze.
14 a 0.
Foi o maior resultado do Japão em Eliminatórias Asiáticas, superando o duplo 10 a 0 sobre Macau em 1997 (foram vitórias na ida e na volta pelo mesmo placar, com seis gols de Kazu em um dos jogos) e quase igualando os 15 a 0 sobre Filipinas pelo Pré-Olímpico em 1967 (com seis gols de Kunishige Kamamoto).
É claro que não dá para usar um jogo desses como parâmetro para muita coisa, mas talvez o mais importante tenha sido a postura do time de jogar sério e atacar até o final, buscar gols até o último minuto.
Tanto que só nos acréscimos do segundo tempo foram três.
Era constante ver a seleção japonesa "cozinhando" esses jogos mais fáceis depois de uns dois ou três gols, mas parece que o "espírito do Kawasaki Frontale" inspirou os jogadores a buscar o ataque do primeiro ao último minuto.
Os reservas também entraram no mesmo ritmo dos titulares, dispostos a mostrar serviço. Isso fica como o grande ponto positivo dessa partida.
E também aconteceu contra a Coreia do Sul, um jogo em que faltou pouco para ser a maior vitória da história sobre os arquirrivais.
A Mongólia está em centésima nonagésima no ranking da FIFA (o Japão é o vigésima sétima, melhor da Ásia no momento).
É a segunda pior colocada entre todas as seleções desta segunda fase das Eliminatórias Asiáticas (só à frente de Guam) e a única no grupo do Japão que já está matematicamente sem chances de classificação, com apenas uma vitória, em Ulaanbaatar contra Mianmar, e derrota em todos os outros jogos.
Só tem um convocado que atua fora do país (o meia Ganbayar Ganbold, do Puskas Akademia, da Hungria) e este foi o jogo de estreia do técnico eslovaco Rastislav Bozik, que assumiu em setembro do ano passado.
No jogo de ida, em outubro de 2019, o Japão venceu por 6 a 0 em Saitama.
Como o governo da Mongólia ainda não permite a realização de jogos de futebol no país como medida de restrição durante a pandemia, as duas federações entraram em acordo para que a partida fosse transferida para o Japão.
Foi a primeira vez que a seleção japonesa principal disputou uma partida oficial na província de Chiba.
Alguns números do massacre: o Japão teve 68% de posse de bola e 35 finalizações, sendo 24 no alvo.
A Mongólia só chutou duas vezes (uma foi para fora e outra foi bloqueada).
O Japão chegou à quinta vitória em cinco jogos nas Eliminatórias, com 27 gols marcados e nenhum sofrido.
Restam três jogos nesta fase e mais uma vitória garante a classificação para a fase final.
Os jogos voltam em junho e a seleção japonesa tem mais três partidas em casa a fazer, contra Tadjiquistão (7 de junho de 2021), Quirguistão (15 de junho de 2021) e Mianmar (data ainda a confirmar).
O Japão jogou no 4-2-3-1 com mudanças apenas nas laterais em relação ao amistoso contra a Coreia do Sul.
Eliminatórias - Mongólia 0 X 14 Japão
Fukuda Denshi Arena, Chiba (portões fechados)
Assistências + gols:
1 a 0 - 13 minutos do primeiro tempo: Ken Matsubara -> Takumi Minamino
2 a 0 - 23 minutos do primeiro tempo: Maya Yoshida -> Yuya Osako
3 a 0 - 26 minutos do primeiro tempo: Junya Ito -> Daichi Kamada
4 a 0 - 33 minutos do primeiro tempo: Junya Ito -> Hidemasa Morita
5 a 0 - 39 minutos do primeiro tempo: Gol contra
6 a 0 - 10 minutos do segundo tempo: Daichi Kamada -> Yuya Osako
7 a 0 - 22 minutos do segundo tempo: Yuya Osako -> Sho Inagaki
8 a 0 - 29 minutos do segundo tempo: Junya Ito
9 a 0 - 33 minutos do segundo tempo: Kyogo Furuhashi
10 a 0 - 34 minutos do segundo tempo: Junya Ito
11 a 0 - 42 minutos do segundo tempo: Takuma Asano -> Kyogo Furuhashi
12 a 0 - 46 minutos do segundo tempo: Ken Matsubara -> Takuma Asano
13a 0 - 47 minutos do segundo tempo: Takuma Asano -> Yuya Osako
14 a 0 - 48 minutos do segundo tempo: Junya Ito -> Sho Inagaki
Notas:
Shuichi Gonda - 6,0 - Só assistiu ao jogo e não precisou fazer nenhuma defesa além de cortar um cruzamento no único escanteio da Mongólia na partida.
Ken Matsubara - 8,5 - Não era convocado desde 2014, quando o técnico era Javier Aguirre.
Mas só hoje entrou em campo com a camisa da seleção pela primeira vez.
Deu duas assistências, fez o cruzamento que foi desviado em gol contra e no total participou de sete gols japoneses.
Maya Yoshida - 7,5 - Na defesa, parecia um adulto jogando contra crianças de tanta facilidade que tinha para vencer os duelos pelo alto.
Na ausência de Shibasaki, atuou como um maestro, distribuindo passes e fazendo lançamentos (e acertou quase todos).
Takehiro Tomiyasu - 6,5 - A Mongólia quase não tentou atacar pelo seu lado, mas sempre que preciso ele estava lá.
Foi bem na distribuição e saída de bola.
Ryoya Ogawa - 7,0 - Não esteve envolvido diretamente com lances de gol, mas atacou bastante e criou várias jogadas de perigo.
Wataru Endo - 6,5 - Controlou o meio-campo como volante mais recuado e anulou as poucas tentativas de ataque do adversário.
Quando Yoshida foi substituído, ele vestiu a braçadeira de capitão da seleção principal pela primeira vez.
Hidemasa Morita - 7,0 - Jogou só 45 minutos, mas teve tempo de fazer seu primeiro gol com a camisa da seleção.
Contribuiu com qualidade na saída de bola também.
Junya Ito - 10 (Melhor em campo) - Atuação perfeita com dois gols, três assistências, vários dribles e perigo a todo momento pela ponta direita.
Participou de sete gols. Teve seu dia de Messi.
Daichi Kamada - 7,5 - Fez o terceiro gol da partida, deu uma assistência para Osako e participou de vários lances ofensivos.
Takumi Minamino - 7,5 - Maior artilheiro da era Moriyasu, agora com 13 gols, abriu caminho para a goleada japonesa com o primeiro gol da partida e um corta-luz decisivo na jogada do segundo.
Yuya Osako - 8,5 - Depois das duas assistências contra a Coreia do Sul, acabou com o jejum de gols que vinha desde setembro de 2019 e marcou logo um hat-trick, além de uma assistência.
Por causa do momento ruim no Werder Bremen, seu lugar na seleção já era contestado, mas ele mostrou nestes dois jogos que ainda tem muito a oferecer aos Samurais Azuis.
Takuma Asano - 8,0 - Entrou no intervalo e jogou na ponta esquerda.
Parecia que a sorte não estava do lado dele.
Acertou bola na trave, teve grande chance defendida pelo goleiro...
Mas era sempre perigoso no ataque e, nos minutos finais, deu duas assistências e finalmente marcou seu golzinho ao receber de Matsubara e driblar o goleiro.
Sho Inagaki - 7,5 - Um volante que faz dois gols na estreia pela seleção?
Nada mal.
Está em excelente forma na J.League e, por mais que não teve trabalho na sua função principal, que é a marcação, deixou seu nome duas vezes no histórico placar.
Shinnosuke Nakatani - 6,0 - Entrou no lugar de Yoshida e fez sua estreia pela seleção.
Shinnosuke Hatanaka - 6,0 - Jogou os 20 minutos finais na vaga de Tomiyasu.
Reagiu bem no único momento da partida em que a Mongólia atacou de verdade.
Kyogo Furuhashi - 7,5 - Entrou disposto a mostrar serviço e finalmente balançou as redes pela primeira vez defendendo a seleção.
E em dose dupla.
Hajime Moriyasu - 7,0 - O mínimo que se esperava hoje era uma goleada.
Entregou isso e muito mais.
Fazer o time se impor e jogar sério até o último minuto, sem diminuir o ritmo, talvez tenha sido o grande ponto positivo desta partida.
Com exceção do terceiro goleiro Daiya Maekawa, colocou em campo nestes dois jogos todos os convocados que ainda não tinham estreado pela seleção.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro