sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Reforço no caixa e mais

Espaço para base, projeto de time e atenção financeira: como o Palmeiras planeja seu 2021.

Verdão passa por 2020 sem eliminações e pode ter reforço de caixa com premiações.

Depois de viver um 2020 de crise e iniciar um novo projeto para o seu departamento de futebol, o Palmeiras planeja a temporada de 2021 apostando em algo que deu certo nos últimos meses: o uso da base.

O melhor e maior aproveitamento das revelações palmeirenses representaram não apenas um ganho financeiro ao clube, ao diminuir a quantidade de contratações e rejuvenescer o plantel, mas também esportivo.

Com Gabriel Menino, Patrick de Paula, Gabriel Veron e Danilo puxando a lista de destaques, o Verdão conquistou o Campeonato Paulista, não sofreu eliminações em 2020 e continua sonhando com os títulos da Taça Libertadores da América e da Copa do Brasil.

Um investimento de cerca de R$ 30 milhões por ano na base fez o clube reformular nas últimas temporadas toda a sua estrutura de formação, que é vista por pessoas nos bastidores do Verdão como um dos principais legados da administração do presidente Maurício Galiotte.

"Resolvemos modificar a nossa filosofia de trabalho, visando ajustar o Palmeiras a uma nova realidade. Investimos nas categorias de base e muitos garotos já estão na equipe profissional, definimos uma filosofia de jogo, fizemos contratações pontuais, pesquisamos detalhadamente o mercado e contratamos o técnico Abel Ferreira para implementar esse novo conceito. Os frutos estão sendo colhidos, com excelentes resultados em campo e destaque dos nossos jogadores. Seguiremos com essa metodologia para 2021, com a convicção de estarmos mantendo um Palmeiras forte, competitivo, protagonista e bem administrado", disse Maurício Galiotte.

Vai precisar vender?

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus impactou no desempenho financeiro do Palmeiras em 2020, justamente em uma temporada em que o clube já planejava diminuir investimentos e ter uma preocupação maior com gastos.

Até novembro, o clube contabiliza um prejuízo de R$ 135,4 milhões em 2020. 

Depois de críticas, o clube voltou a divulgar balanços mensais, mas ainda não há um detalhamento da situação financeira.

Mesmo com a preocupação com gastos, a diretoria decidiu por não demitir funcionários e renegociou compromissos, como o pagamento dos direitos de imagem dos atletas.

As temporadas de destaque de Patrick de Paula, Gabriel Menino e Gabriel Veron, por exemplo, atraíram atenções de clubes do exterior e sondagens por alguns jogadores. 

Há, inclusive, entendimento de que será necessário reforçar as receitas de 2021 com vendas de atletas. 

A previsão orçamentária conta com uma arrecadação de pelo menos R$ 80 milhões em negociações.

Existe também um entendimento de não prejudicar o desempenho esportivo do time de Abel Ferreira, que disputa pelos títulos da Copa do Brasil e da Taça Libertadores da América com um elenco reduzido, mesmo que uma tentativa de voltar a equilibrar o caixa seja uma das prioridades dos últimos meses da atual gestão.

O Campeonato Brasileiro não está descartado pela diretoria porque vale uma vaga na Taça Libertadores da América do ano que vem, o que é visto como fundamental para o planejamento de 2021. 

Em sua previsão orçamentária, o Verdão estipula como meta chegar às quartas da Taça Libertadores da América e da Copa do Brasil, à semi do Paulistão e estar no G-6 do Brasileirão.

Contratações para 2021?

Os nomes de jogadores como Hulk e Diego Costa agitaram os torcedores do Palmeiras nas redes sociais nas últimas semanas de 2020. 

O pensamento do clube neste momento, porém, é o de dar sequência ao elenco que vem trabalhando com Abel Ferreira.

Com calendário apertado e pouco tempo para treinar, o Verdão não trabalha com reforços antes de março. Até por questões financeiras. 

O planejamento de 2020, quando a prioridade foi a base e contratações pontuais, será mantido.

Depois de atuar emprestado pelo Junior Barranquilla, Borja tem futuro indefinido. 

A diretoria analisa alternativas de mercado para o atacante, que pode permanecer no clube colombiano por mais uma temporada. 

Mas o Verdão avalia também outras opções para o atleta.

O principal desejo do Palmeiras é de tentar recuperar pelo menos parte do investimento na contratação do colombiano. 

Foram US$ 13,5 milhões pagos pelo clube ao Atlético Nacional, com investimento da Crefisa.

Elenco e comissão técnica: A reformulação do elenco foi uma necessidade imposta pela diretoria do Palmeiras para 2020. 

Desde o início da temporada, a prioridade foi a de buscar saídas para alguns atletas e não se opor mais a ofertas.

Assim, Dudu, Bruno Henrique, Diogo Barbosa e Vitor Hugo foram negociados. 

Para 2021, a base deve ser mantida, agora com um projeto a longo prazo liderado por Abel Ferreira.

Depois da aposta em Vanderlei Luxemburgo, que foi campeão paulista em agosto e demitido em outubro, o Palmeiras afirmou ter como ideia para o futuro do time um conceito moderno e mais ofensivo.

Apesar de críticas pela demora na escolha de um novo treinador, Abel Ferreira foi contratado e conseguiu resultados imediatos, apoiado por uma boa transição comandada por Andrey Lopes.

Bem adaptado, o português já foi visto com a família até na sede social palmeirense. 

O estilo de trabalho e o perfil de comando são considerados positivos para o ambiente da Academia de Futebol nestes dois primeiros meses.

De olho nas premiações: Nesta temporada, o clube deve manter atenção financeira e preocupação com gastos. 

A previsão é de contar com arrecadação de bilheteria somente a partir de julho, e de maneira reduzida. 

A ausência de público nos estádios impacta também no programa de sócio-torcedor.

O que pode reforçar o caixa em 2021 são as premiações. 

Pela vaga na decisão da Copa do Brasil, o Palmeiras garantiu pelo menos R$ 22 milhões, valor pago pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ao vice-campeão, o vencedor fatura R$ 54 milhões.

Na Taça Libertadores da América, o finalista fatura no mínimo US$ 6 milhões (cerca de R$ 31,1 milhões na cotação atual), prêmio pago ao segundo colocado, o campeão fatura US$ 15 milhões (cerca de R$ 77,9 milhões).

O contrato com a Crefisa também prevê bonificações para o Verdão: R$ 6 milhões pelo título da Copa do Brasil e R$ 12 milhões pelo título da Taça Libertadores da América. 

O Brasileirão pode render R$ 10 milhões pela conquista, R$ 4 milhões pela classificação direta para a Taça Libertadores da América ou R$ 2 milhões pela vaga na fase eliminatória da competição sul-americana.

Reportagem: Globoesporte.globo.com

Adaptação: Eduardo Oliveira

Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro

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