Palmeiras vence o Santos e conquista o bi da Taça Libertadores da América.
Breno Lopes marca aos 53 minutos do segundo tempo e vira o improvável heró
i da conquista alviverde no Maracanã.
Aos 53 minutos do segundo, quando a bola cruzou o ar do Maracanã, encontrou a cabeça do atacante Breno Lopes e foi descansar no fundo da rede do Santos, valeu a pena cada uma daquelas vezes em que o torcedor do Palmeiras disse aos amigos, gritou aos jogadores, sussurrou para si mesmo: “A Taça Libertadores é obsessão”.
Neste sábado (30), o título tão desejado desde 1999, tão pedido nestes últimos anos, deixou de ser ambição para se tornar realidade: o Palmeiras é bicampeão da América.
O gol da vitória por 1 a 0 nasceu quase no fim, logo após confusão entre Cuca e Marcos Rocha à beira do campo, e saiu da cabeça de um jogador improvável, quase desconhecido, chegado ao clube há menos de três meses, e, desde já, eternizado.
No Palmeiras de Weverton, de Gustavo Gómez, de Rony, de Luiz Adriano, de Willian, de Felipe Melo, de Abel Ferreira, a história foi escrita por Breno Lopes, 25 anos, mineiro de Belo Horizonte, jogador que estava no Juventude na Série B e foi buscado em idos de novembro, sem alarde, como se fosse apenas mais um reforço em meio a tantos atletas mais famosos.
O Mundial de Clubes começa já nesta quinta-feira (4).
Às 11 horas (horário de Brasília), o Tigres, do México, enfrenta o Ulsan, da Coreia do Sul, e o vencedor será o adversário do Palmeiras nas semifinais, domingo, dia 7 de fevereiro de 2021, às 15 horas (horário de Brasília).
O outro jogo das quartas de final, também na quinta, reúne o Al Duhail, do Catar, e o Al Ahly, do Egito.
Quem vencer, pega o Bayern de Munique nas semifinais, segunda-feira (8).
O segundo tempo parecia acabado, pronto para a prorrogação, e de repente pegou fogo.
Uma bola saiu pela lateral, Cuca foi pegar, Marcos Rocha também, e os dois se enroscaram.
O treinador acabou expulso. Pulou a mureta, foi para a arquibancada e, de lá, viu o Palmeiras fazer o gol do título.
"Hoje, não consegui ser o Marinho", disse o atacante do Santos depois do jogo.
De fato, ele não encontrou forma de se destacar na grande final.
Foi muito bem marcado pelo Palmeiras.
Mesmo assim, foi eleito o craque da Taça Libertadores da América.
A escalação do Santos, com Sandry reforçando o meio (e Lucas Braga no banco), indicava um time mais retraído. Mas não foi o que mostraram os minutos iniciais da partida.
O time de Cuca começou com mais posse, tentou conquistar o terreno adversário e teve a primeira finalização, em chute cruzado de Pará.
O Palmeiras, porém, logo conseguiu reagir: amarelou Lucas Veríssimo, chegou bem com Rony, ameaçou em cabeceio de Gómez.
O jogo ficou pegado, com divididas duras, e se concentrou em disputas pelo meio, com eventuais arrancadas pelos lados.
As marcações se sobressaíram: Marinho e Soteldo tiveram dificuldades.
Rony e Luiz Adriano também.
As chances de gol foram raras.
Aos 36 minutos do primeiro tempo, Marcos Rocha avançou bem e acionou Raphael Veiga na área.
O chute foi para fora.
Três minutos depois, aos 39 minutos do primeiro tempo, faltou pouco para Marinho aproveitar cruzamento e abrir o placar.
O Palmeiras voltou para o segundo tempo mais incisivo.
Parecia disposto a tomar o jogo para si, a decidir os rumos da partida.
Concentrou-se no campo de ataque, cercou a área adversária e ameaçou em cruzamento de Gabriel Menino para Rony.
O Santos respondeu.
Em cobrança de falta, Soteldo rolou, Marinho cruzou e Lucas Veríssimo, na segunda trave, desviou para fora – na melhor chance do duelo até então.
A reação alviverde saiu em cobrança de falta de Raphael Veiga, que quase surpreendeu o goleiro John.
O jogo seguiu equilibrado, e os treinadores começaram a mover suas peças.
No Santos, saiu Sandry e entrou Lucas Braga.
No Palmeiras, saiu Zé Rafael e entrou Patrick de Paula.
Quem mais se aproximou do gol foi o Peixe.
Diego Pituca mandou uma pancada, Weverton espalmou e Felipe Jonatan, no rebote, emendou forte chute para fora.
Conforme passava o tempo, mais os times demonstravam cansaço, e menos iminente parecia o gol.
Kaio Jorge, aos 44 minutos do segundo tempo, tentou uma bicicleta, defendida sem sustos por Weverton.
O jogo parecia encerrado, à espera da prorrogação, e aí o inesperado aconteceu.
Cuca e Marcos Rocha se estranharam na beira do campo para pegar uma bola que saiu pela lateral, e o treinador foi expulso.
Ele pulou a mureta e se juntou ao público na arquibancada.
De lá, viu o Palmeiras ser campeão.
Aos 53 minutos do segundo tempo, Rony cruzou, e Breno Lopes, o herói improvável, fez o inesquecível gol que tornou o Palmeiras campeão.
O Palmeiras chega ao bicampeonato da Taça Libertadores da América.
Grêmio, São Paulo e Santos se mantêm como os brasileiros mais vencedores do torneio, com três títulos, seguidos ainda por Cruzeiro, Flamengo e Internacional, com dois, e Atlético-MG, Corinthians e Vasco, com um.
Além do título, o campeão comemora a chegada de um bom dinheiro.
No total, o Palmeiras lucrou US$ 22,55 milhões (R$ 123,5 milhões) por toda a caminhada na Taça Libertadores da América, sendo US$ 15 milhões (R$ 82 milhões) pelo título.
Já o Santos embolsou US$ 13,55 milhões (R$ 74 milhões) no total, com US$ 6 milhões (R$ 33 milhões) pelo vice.
Os cerca de 2,5 mil convidados para a final da Taça Libertadores da América ficaram concentrados no setor oeste inferior do Maracanã.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, com mais de 220 mil mortos, houve aglomeração no estádio.
Foi possível ver, em diferentes momentos, pessoas tirando as máscaras.
A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) disse que todos os convidados fizeram testes para Covid antes da partida.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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