O melhor campeonato corre o risco de terminar com as piores polêmicas.
Pênalti marcado a favor do Internacional no último minuto, não anotado contra Ferreirinha em carga de Nonato, possível time reserva do Grêmio contra Flamengo e São Paulo...
Você não precisa considerar este o melhor Campeonato Brasileiro de todos os tempos.
Mas é o mais equilibrado dos pontos corridos, carrega emoção e imprevisibilidade até o fim e corre o risco de ficar marcado por estúpidas polêmicas.
A mais grave é a possibilidade de o Grêmio escalar o time reserva nas rodadas finais e, especialmente, nos confrontos diretos contra São Paulo e Flamengo, que podem alcançar o Internacional.
Está na história que o Grêmio levou ao Maracanã uma equipe desfalcada na última rodada de 2009.
É impossível dizer que o Grêmio entregou.
Não entregou.
Mas tinha suspensões e lesões que produziram uma escalação enfraquecida.
Se o Grêmio vencesse no Maracanã, o Internacional seria campeão.
Este colunista jamais acreditou no "entrega".
Mas agora é Renato quem está dizendo que pode abrir mão do campeonato, mesmo sabendo que seus resultados terão importância para sua vaga na Taça Libertadores da América e também para o destino de Internacional, Flamengo, São Paulo e Atlético, candidatos ao troféu.
O presidente Romildo Bolzan não quis entrar nesta polêmica no domingo à noite: "É assunto para o dia seguinte."
É para hoje, portanto, decidir se o Grêmio segue com força ou escala uma equipe pensando só em seus problemas com a arbitragem, o que pode beneficiar indiretamente a rubro-negros e são-paulinos.
Este Brasileirão não merece isto.
Mas também não merecia erros de arbitragem.
O toque no braço de Kannemann resultou na marcação de pênalti por Luiz Flávio de Oliveira.
Há questões como saber se a bola tocou primeiro em seu corpo e depois no braço, ou se tocou no braço, foi ao corpo e resvalou de novo na mão.
Para a maior parte dos analistas de arbitragem, isto é irrelevante, porque Kannemann não fez movimento anti-natural e nenhuma recomendação se sobrepõe à regra.
O futebol nasceu do espírito esportivo e não morrerá enquanto este conceito prevalecer.
A maior parte dos analistas também mudou de opinião depois de ver imagens que vazaram e não estavam na cabine do VAR. Não foi pênalti.
Mas houve carga faltosa de Nonato em Ferreirinha, pênalti na outra área.
Ocorre que espírito esportivo não é só perceber que não houve intenção no toque de mão.
Também é seguir jogando com suas melhores forças, mesmo sentindo-se prejudicado pelos árbitros.
O fato é que enquanto o VAR seguindo permitindo polêmicas como as que havia antes do VAR, o vídeo não estará cumprindo sua função de diminuir a tensão e transmitir a impressão de que se tenta sempre o acerto.
Alguém precisa pensar no bem comum, na qualidade do campeonato, que será tanto melhor quanto mais houver credibilidade.
Quem, ora....
Quem?
Certamente não serão os personagens do nosso futebol brasileiro.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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