Conmebol (Confederação Sul-Americana) rejeita pedido do Grêmio, mantém River na final da Taça Libertadores da América e pune Gallardo.
Técnico do River Plate foi punido em quatro jogos (no primeiro não pode sequer ir ao estádio) e pagamento de multa de US$ 50 mil (cerca de R$ 184 mil).
Classificado dentro do campo, o River Plate está confirmado na final da Taça Libertadores contra o rival Boca Juniors.
Neste sábado (3), a Conmebol rejeitou o pedido do Grêmio nos tribunais e manteve o resultado do jogo de volta da semifinal, vencido pelos argentinos por 2 a 1.
O técnico Marcello Gallardo foi punido nos próximos quatro jogos do River em competições da Conmebol: no primeiro não pode sequer ingressar no estádio e nos demais está suspenso, além de pagamento de multa no valor de US$ 50 mil (cerca de R$ 184 mil).
O time gaúcho fez uma reclamação formal à Conmebol para que fosse declarado o vencedor da partida por 3 a 0, o que lhe garantiria na decisão.
Romildo Bolzan vai pedir para retirar sua assinatura de documento. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
A alegação foi o descumprimento da punição imposta ao técnico argentino no jogo da última terça-feira, 30 de outubro, na Arena.
Suspenso, Gallardo assistiu ao jogo de uma cabine, mas desceu ao vestiário do River no intervalo da partida.
Além disso, manteve comunicação direta com o banco de reservas no gramado.
O recurso foi julgado em audiência na sexta-feira (2) na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai.
A sessão, inicialmente marcada para a tarde de sábado (3), foi antecipada, para surpresa dos dirigentes gremistas.
O clube precisou organizar uma força-tarefa na última hora para conseguir um avião particular e viajar ao Paraguai pela manhã.
Os membros do Tribunal Disciplinar da Conmebol voltaram a se reunir na manhã deste sábado (3) para tomar a decisão, divulgada no início da noite.
"Decisão que desmoraliza e desacredita por inteiro o futebol sul-americano. É praticamente incentivar o processo de facilitação, de consumar o ilícito, a falcatrua, e praticamente não ser punido. Três partidas, apenas. Nestas condições, uma multa de US$ 50 mil, que não é nada pelo que está em jogo. Estamos criando a condição da impunidade, da esperteza, de afrontar a organizadora do futebol e ela de cócoras a isso. Vamos examinar nossas relações no futebol sul-americano", disse o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, à Rádio Gaúcha.
A Conmebol já havia sinalizado que não aceitaria a denúncia do clube gaúcho ao comunicar a mudança de datas das finais.
As duas partidas da decisão estavam previstas para os dias 7 e 28 de novembro, duas quartas-feiras.
Mas uma reunião do G-20 em Buenos Aires fez as autoridades argentinas pedirem a mudança das datas para os dias 10 e 24 (dois sábados).
Na véspera da decisão da Conmebol, Marcelo Gallardo concedeu entrevista coletiva em Buenos Aires.
O técnico do River disse que burlou a suspensão da Conmebol movido "por impulso", mas que não vê argumentos para tirar a classificação do seu time para a final.
Como foi o julgamento: A audiência no Tribunal Disciplinar da Conmebol iniciou às 11 horas (horário de Brasília) de sexta-feira (2) e durou cerca de duas horas e meia.
Além de Hein, representaram o Grêmio os advogados Leonardo Lamachia, Henrique Pinto, Jorge Petersen e o uruguaio Fernando Sosa, contratado pelo clube.
O CEO Carlos Amodeo também esteve presente. O River Plate enviou suas alegações por escrito, mas poderia participar da sessão por videoconferência.
Após as alegações do Grêmio, os membros do Tribunal de Penas da Conmebol ouviram o depoimento do delegado da partida na Arena, Oscar Astudillo.
A estratégia usada pelo clube gaúcho para conseguir a reversão do resultado foi tentar responsabilizar o River pelas ações de Gallardo.
O rgumento, baseado nos artigos 19, 56 e 76 do Código Disciplinar da Conmebol, era de que o treinador influiu diretamente na partida, mesmo estando suspenso.
"Foi uma audiência longa, com oitiva com testemunhas, provas visuais, de áudio, documentais, considerações sobre a defesa do River que colocou pontos de jurisprudência que não diziam respeito ao que se discutia aqui. Temos certeza que fizemos o trabalho que nos competia fazer", disse Nestor Hein, antes da divulgação do resultado
Dos cinco membros do Tribunal Disciplinar, apenas três particiaram da audiência: Eduardo Gross Brown (Paraguai), Amarílis Belisario (Venezuela) e Cristóbal Valdez (Chile).
O primeiro presencialmente, e os demais por videoconferência.
Antônio Carlos Meccia (Brasil) e Diego Pirota (Argentina) não participam por representarem os países envolvidos no processo.
Após ouvirem as alegações do Grêmio e a defesa do River, eles se reuniram durante a tarde de sexta-feira (2) para discutir o assunto.
Na manhã deste sábado (3), Brown retomou os trabalhos a partir de seu escritório, já que a sede da Conmebol estava fechada.
A demora para o anúncio do resultado gerou expectativa entre os gremistas.
Frustrada com a pena, considerada branda.
O Grêmio ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal de Apelação da Conmebol.
Mas o clube diz que vai acatar o resultado se não tiver reais chances de vencer.
"Temos o recurso que pode ser interposto em 24 horas, com pedido de efeito suspensivo do campeonato. Se os argumentos são bons, o Grêmio aceita a vitória e a derrota, procura ser um clube em uma linha de razoabilidade. Não vamos ficar arrastando uma situação e dando esperanças apenas para manter algo aceso. Se tivermos condições reais de vencer, prosseguiremos. Se não tivermos, pararemos por aqui e vamos aceitar", afirmou Hein.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário