Que jogo!
William comanda virada, e Brasil vence a Rússia na terceira fase do Mundial.
Seleção é dominada nos dois primeiros sets, mas reage sob a batuta do levantador reserva.
William na vaga de Bruninho.
Brasil conquistou virada impressionante contra a Rússia. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Uma alteração simples, feita todo fim de set, mas que nesta quarta-feira (26) foi decisiva para que o Brasil desse um passo gigantesco rumo às semifinais do Mundial masculino de vôlei.
Após ser dominada nos dois primeiros sets em atuação de gala de Volkov, a seleção reagiu sob o comando do levantador reserva e buscou uma virada maiúscula sobre a Rússia no Pala Alpitour, em Turim.
A vitória pelo grupo I, na abertura da terceira fase, veio no tie-break, em parciais de 20/25, 21/25, 25/22, 25/23 e 15/12.
Wallace foi o maior pontuador do Brasil na partida, com 22 acertos (19 ataques, 1 bloqueio e 2 aces).
Também contribuíram bem no ataque Lucão (12 pontos), Douglas Souza (13) e Lipe (15).
O Brasil não joga nesta quinta-feira (27), data em que Rússia e Estados Unidos se enfrentam.
Em caso de vitória dos até aqui invictos americanos, os campeões olímpicos já se garantem na semifinal.
A seleção volta à quadra na sexta-feira (28), às 12 horas (horário de Brasília) para enfrentar os americanos na definição da chave.
Apesar dos dois ótimos últimos jogos de Isac, Renan optou por reforçar o bloqueio com Maurício Souza.
Os demais titulares do Brasil foram Bruninho, Wallace, Lipe, Douglas Souza, Lucão e Thales.
A Rússia, por outro lado, lançou. Volkov, Butko, Muserskiy, Kliuka e Kurkaev, além do libero Verbov.
A Rússia começou sacando em Douglas Souza, e assumiu a ponta com 5/4 em bola de xeque de Muserskiy após erro na recepção do ponteiro.
Mas o Brasil manteve-se no páreo, sacando bem e sempre chegando no bloqueio, forçando erros dos adversários.
Chegou a ter dois de margem em ataque de Kliuka para for a (9/7). A dianteira no placar trocaria de mãos outras três vezes até a o bloqueio russo sobre Douglas levar a 16/15 na segunda parada técnica.
O Brasil desperdiçou uma oportunidade de virar após excelente saque de Douglas voltar de graça, mas ninguém do lado brasileiro foi na bola.
Quando Mikhaylov abriu dois (19/17), Renan pediu tempo.
A seleção até encostou em ataque de Evandro, que entrou em quadra na inversão do 5-1.
Mas os russos fizeram grandes defesas e alargaram a margem para três em uma paralela de Douglas para fora.
Renan parou o jogo de novo, mas a Rússia fechou o set em bola de xeque de Muserskiy: 25/20.
O segundo set começou com bons saques definindo a liderança no placar.
Primeiro, Mikhaylov garantiu o 4 a 2 para a Rússia.
Depois uma ótima passagem de Lucão pelo saque e uma sequência de contra-ataques selou a virada e um 6/4 de Douglas usando a pipe (jogada em que o atleta salta por trás da linha de 3 metros).
Quando Muserskiy empatou, bloqueando Maurício, bons saques de Wallace levaram o placar a 8/6.
A diferença chegou a três pontos em China de Lucão, mas foi destruída por Volkov.
O camisa 7 marcou no ataque, no bloqueio sobre Wallace, em bola de xeque e em ace (16/14).
A seleção até encostou, mas novamente viu o placar escapar pelas mãos do gigante Muserskiy.
Renan parou o jogo duas vezes, colocou Kadu na vaga de Douglas, mas não evitou o 2 a 0: 25 a 21 em saque de Lucão na rede.
Renan arriscou no terceiro set.
Colocou Isac e William nas vagas de Maurício e Bruninho e passou a alternar os líberos Maique, na defesa, e Thales, na recepção.
A seleção respondeu bem às mudanças e chegou à primeira parada técnica com dois de vantagem, em ataque rápido de Lucão pelo meio.
Quando a arbitragem assinalou condução russa e a margem foi a quatro no bom serviço de William, Shyliapnikov pediu tempo pela primeira vez em toda a partida (10/6).
A margem chegou a cinco, mas Volkov descontou três pontos em série, e Renan parou o jogo (12/10).
Um ace de Maikhaylov empatou em 18/18, mas o Brasil voltou a abrir.
O técnico russo gastou o segundo pedido de tempo, mas não freou a reação brasileira. Evandro cravou 25/22.
O quarto set começou tão equilibrado quanto os anteriores.
E o bloqueio brasileiro, discreto até então, finalmente funcionou.
Lipe, Douglas e Wallace marcaram no fundamento.
Douglas, saltando do fundo de quadra, cravou 11/9.
A Rússia igualou o placar em bloqueio de Muserskiy sobre Isac (12/12).
O Brasil voltou a crescer e cravou 18/15 em ace de William, que fez Shyliapnikov pedir tempo.
Na excelente passagem de Mikhaylov pelo saque, os russos chegaram ao empate com Volkov (20/20), e foi quem Renan quem parou o jogo.
Muserskiy, em bola de xeque, colocou a Rússia na frente no placar, e Renan apostou em Lucas Loh para melhorar a recepção.
Wallace recolocou a seleção na liderança e ampliou (23/21).
O técnico russo pediu tempo de novo.
O oposto brasileiro ainda cravou um ace, mas a Rússia salvou dois set points, e Renan parou a partida.
O desafio mostrou que o saque de Volkov foi para fora, e o Brasil empatou o jogo: 25/23.
O tie-break começou quente.
A Rússia abriu dois pontos (4/2) em bloqueio de Muserskiy, mas Lucão, após dois pontos de ataque em ótima movimentação no meio de rede, selou a virada com um ace (5/4).
Shyliapnikov pediu tempo, e Maikhaylov conseguiu a virada também em ponto de saque (6/5).
Após levantamento espetacular de William, distante, de costas, de manchete, Wallace empatou.
E virou. Lipe abriu dois, vibrando e levantando a arena (8/6).
No ataque russo para fora, a margem foi a três (11/8).
A tensão se manteve, e a diferença caiu para um em bloqueio de Kliuka sobre Wallace.
Renan pediu tempo de forma providencial.
Num grande rali, com defesa maiúscula de Maique, Lucão bloqueou para desmoralizar os rivais (13/10).
O técnico russo parou o jogo, mas aí foi Douglas quem fechou a porta.
O Brasil desperdiçou dois match points, e Renan pediu tempo.
Foi o fôlego que faltava para Douglas selar a virada maiúscula do Brasil, a maior vitória da seleção neste Mundial: 15/12.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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