A nova distribuição de vagas para a Copa de 2026 deve ser ainda mais positiva para a seleção brasileira, porém deve prejudicar uma velha tentativa dos clubes do país.
Se o selecionado nacional vê diminuir as chances de ficar fora de Mundiais, os times brasileiros ficam mais distantes da possibilidade de colocar em prática a ideia de um campeonato que junte equipes filiadas a Conmebol e a Concacaf.
Uma das possibilidades que foi ventilada quando a Fifa aumentou o número de vagas era uma unificação das Américas para escolher os classificados para o Mundial.
Com isso, o que se esperava era uma união entre Conmebol e Concacaf que poderia se estender aos clubes.
Sem esse cenário, se dificulta a organização de um torneio verdadeiramente continental, com a chancela das entidades, que se estenderia do Canadá ao Brasil.
Uma competição nesses moldes seria, por exemplo, a oportunidade de os clubes brasileiros lucrarem ao ter jogos disputados, por exemplo, nos Estados Unidos, país de maior PIB no mundo.
Os clubes brasileiros se animaram, por exemplo, com a ideia, em 2015, da criação de uma Champions League das Américas, independente da Concacaf e Conmebol, que acabou fazendo água.
Se clubes reclamam, seleção só tem o que festejar: A nova divisão de vagas para a Copa do Mundo acentuou a discrepância do que acontece na América do Sul para o resto do mundo.
Se ratificado o novo sistema de cotas, será mais difícil ficar fora da Copa do que dentro para as seleções da Conmebol, uma das quais é a brasileira.
A partir daí, qual será a vantagem de comemorar que a seleção brasileira jamais na história ficou de fora de um Mundial?
É uma questão de matemática: A Conmebol tem 10 membros, tinha 4,5 vagas e agora passa a ter 6.
Ou seja, hoje, classificam-se 45% das seleções da América do Sul, mas a partir de 2026, ganharão vaga 60%.
Para colocar esses números em perspectiva, basta comparar com o que acontece na Uefa, a segunda entidade com mais números de vagas.
Lá, há 55 membros que hoje disputam 13 vagas e a partir de 2026 haverá 16 vagas.
Proporcionalmente, hoje se classificam 23,6% das equipes, e em 2026, serão 29%.
Lembrando que 2 vagas serão decididas num torneio de repescagem com uma seleção de cada confederação, à exceção da Europa.
Ou seja, tirando a Uefa, 2 confederações poderão ter mais 1 vaga cada.
As demais confederações obtém menos vagas ainda:
A CAF reúne 57 seleções africanas, tinha 5 vagas e terá 9.
Então, atualmente 8,7% de seus países se classificam; em 2026 serão mais de 15,7%.
Presidente da FIFA cogita aumentar seleções no Mundial de 2026. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Na Ásia, a AFC tem 47 membros. Tinha 4,5 vagas, e terá 8. Se hoje classifica 9,5% de suas equipes, em 20206 serão cerca de 17%.
A Concacaf tem 41 integrantes, tinha 3,5 vagas e terá 6.
Pulará de 8,5% de equipes classificadas para 14,6%.
A OFC tem 11 membros da Oceania, tinha meia vaga e passa a ter 1.
Reportagem: Blog do Ohata
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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