Apenas 14% do público que frequenta os estádios do Paulistão é feminino, aponta o Datafolha.
Diante desse número, os 16 clubes participantes do Paulistão Sicredi 2020 e a Federação Paulista de Futebol decidiram se unir em um movimento para ampliar a presença de mulheres nos jogos de futebol em São Paulo: o #ElasNoEstádio.
Divulgação do movimento #ElasNoEstádio. (Foto: Foto: Daniela Ramiro/Federação Paulista de Futebol) |
O conceito do movimento será o único tema de impacto social na competição em 2020, a cada temporada haverá um mote específico.
A ideia para este ano foi concebida a partir de duas pesquisas: quantitativa, do Datafolha, que apontou o baixo número de mulheres nos jogos; e outra, qualitativa, do Ibope/Repucom.
Encomendada a partir do desejo da Comissão de Comunicação e Marketing da FPF e Clubes em ampliar a presença feminina no futebol, esta última pesquisa foi realizada em dezembro, ouvindo três perfis de mulheres: as que não frequentam estádio, as que vão eventualmente e as assíduas dos jogos.
Resultado do levantamento do Ibope/Repucom indicou que o conceito familiar ou social de que o estádio não é local adequado para mulheres é um dos principais fatores para afastar o público feminino do futebol.
E que, neste contexto, as mulheres entrevistadas relatavam que lhes faltava companhia ou incentivo de seu círculo social para frequentar os jogos.
Com este diagnóstico, FPF e clubes lançam o movimento #ElasNoEstádio, cujas primeiras iniciativas serão:
- Atendimento especial às mulheres nos estádios, para que possam relatar assédio, ofensas e violência.
- Nos jogos na capital, haverá, preferencialmente, delegadas para atender o público feminino
- Abertura de canal de comunicação exclusivo para mulheres darem sugestões, criticarem ou até mesmo denunciarem crimes ou ofensas: elasnoestadio@fpf.org.br;
- Incentivo a coletivos e grupos femininos para que possam ir juntas aos estádios
Além destas ações iniciais, que visam oferecer respaldo às mulheres interessadas em frequentar os estádios, FPF e clubes mapearão mais iniciativas que serão desdobradas ao longo do ano, a fim de atender os anseios do público feminino e proporcionar uma experiência mais atraente às torcedoras.
Entrevista seletiva: Se as mulheres sofrem com essa restrição social de não ter abertura nem incentivo para ir aos estádios, a entrevista coletiva para lançar o Movimento #ElasNoEstádio reproduziu com os jornalistas homens essa sensação.
Apenas jornalistas mulheres e cinegrafistas puderam acompanhar in loco a entrevista da diretora de futebol feminino da FPF e embaixadora do #ElasNoEstádio, Aline Pellegrino, e da coordenadora de Marketing do Botafogo-SP e representante dos clubes, Laura Louzada.
Os repórteres do sexo masculino assistiram pela TV a coletiva, em um ambiente separado.
Só tiveram acesso às entrevistadas após o término do evento.
Reportagem: Esquemadejogo.com.br
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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