Pouco mais de vinte minutos.
Este foi o tempo da partida entre Patrocinense e Nacional de Muriaé pela última rodada do Hexagonal Final do Módulo 2, que corresponde à segunda divisão do Campeonato Mineiro.
O árbitro Cleisson Veloso Pereira terminou a partida antes do fim do primeiro tempo, quando o Patrocinense vencia por 4 a 0, depois que o Nacional ficou com seis jogadores em campo.
Jackson Five, Ademir, Quilder e Pedrinho fizeram os gols do jogo.
A situação se desenhava antes mesmo da partida começar.
O Nacional de Muriaé apenas completava tabela neste sábado (20).
Com atraso no pagamento de bicho e salários e sem nenhum objetivo na competição, o time viajou de Muriaé até Patrocínio com nove jogadores depois que onze atletas, o técnico e o preparador físico foram dispensados.
Festa da Patrocinense com o título do Módulo 2. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Durante a semana, os atletas chegaram a fazer greve e ameaçaram não viajar.
A equipe visitante ainda teve a janela traseira do ônibus danificada por uma pedrada após o jogo.
O Patrocinense, que tem vaga garantida na primeira divisão do Mineiro em 2018, jogava para tentar conquistar a taça.
O título veio depois do empate em 0 a 0 entre Uberaba e Boa Esporte, outro postulante.
O Patrocinense terminou a segunda fase com 21 pontos e ficou com o caneco, seguido pelo Boa, que terminou com 19 pontos, em segundo, mas com vaga na elite de Minas.
- Viemos com nove jogadores, tivemos uma semana tumultuada, sem pagamento.
Foram 12 horas de viagem, chegamos às 9 horas da noite.
Três jogadores vinham de lesões, outro não treinava tinha mais de uma semana.
Demos o máximo.
Tentamos segurar, mas eles me falaram que não dava mais.
Antes de jogadores, são seres humanos.
Quem veio, correu.
Espero que a torcida entenda que não tem como.
É desumano.
Virem nove para jogar, viagem longa, vindo de lesão, fazer o quê?, questionou Andrezinho, auxiliar técnico que comandou a equipe na última rodada do Mineiro.
-
Entrar em campo não significa ser homem, mas se tivesse ficado até o final, independente do resultado.
Ser homem é respeitar a gente que é profissional.
Não temos nada a ver com o presidente deles.
O presidente não estava aqui.
O presidente é outro problema.
Processa o presidente, entra na Justiça, faz qualquer coisa.
Mas não foram homens de terminar o jogo, disparou o técnico Rogério Henrique, do Patrocinense.
De acordo com o regulamento geral das competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), após o início da partida, se uma das equipes ficar com menos de sete atletas, tal equipe perderá os pontos em disputa.
O resultado da partida será mantido se, no momento do encerramento, a equipe adversária estiver vencendo a partida por placar igual ou superior a três gols de diferença; se isso não ocorrer, o resultado considerado será de 3 a 0 para a equipe adversária.
O jogo?
Com vantagem numérica desde o início o Patrocinense foi para cima.
E não demorou dois minutos para abrir o placar e ampliar.
Primeiro, com Jackson Five.
Em seguida, outro gol, com Ademir.
O Nacional de Muriaé perdeu o primeiro jogador com nove minutos, quando Valdeir deixou o campo.
Aos 13 minutos do primeiro tempo, o CAP fez mais um. Pênalti sobre o zagueiro André Alves cobrado por Quilder, que assumiu a artilharia da competição com sete gols, após cobrança.
Até o terceiro gol, o goleiro tinha caído duas vezes.
Mas, aos 15 minutos do primeiro tempo, o camisa 10 Iran reclamou de cãibra, recebeu atendimento médico e deixou o gramado.
Ainda deu tempo de o Patrocinense fazer mais um.
Cruzamento da esquerda e Pedrinho cabeceou no contra-pé do goleiro aos 20 minutos da primeira etapa.
Logo após o gol, o atacante Igor, do Nacional do Muriaé, caiu.
O time visitante ficou com seis em campo.
Jogadores do Patrocinense conversaram com os atletas que permaneceram em campo pedindo para, pelo menos, terminar o primeiro tempo.
Cleisson Veloso Pereira se reuniu com os assistentes e terminou ao jogo aos 22 minutos do primeiro tempo, pois nenhum jogador tinha condições de entrar em campo.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário