segunda-feira, 25 de abril de 2016

Brasília nas semifinais

O distante dia 8 de maio de 2012 ainda é recente na memória dos torcedores do Brasília. Afinal, foi nesta data que o time, após despachar o Bauru, a equipe conquistava um lugar entre os semifinalistas do NBB. 

Na noite desta segunda-feira, quase 1500 dias depois, os tricampeões do NBB voltaram a repetir a façanha ao bater o Paulistano por 83 a 78 e fechou a série de quartas de final por 3 a 1. A vaga, porém, não veio sem uma elevada dose de sofrimento para os torcedores brasilienses. 

Os donos da casa precisaram superar uma desvantagem de 11 pontos no início do quarto período antes de comemorar o triunfo. 

O cestinha da partida foi o armador Valtinho, do Paulistano, que terminou o confronto com 21 pontos. Deryk Ramos e Lucas Cipolini foram os maiores pontuadores do jogo, anotando 18 pontos cada. 

No duelo que definirá um dos finalistas da oitava edição do NBB, o Brasília enfrentará o vencedor da série entre Bauru e Pinheiros, liderada, neste momento, pelo clube do interior paulista por 2 a 1. 

Empurrado pela torcida, que lotou as arquibancadas do Ginásio da ASCEB, o Brasília começou o jogo com um ritmo forte. O time não demorou a abrir seis pontos de vantagem, depois das cestas de três pontos de Deryk Ramos e Guilherme Giovannoni. Aguerrido, o Paulistano se recuperou, virou o placar e chegou a ter três pontos de vantagem. 

Em um jogo recheado de alternativas, o Brasília tomou as rédeas do jogo e terminou a parcial inicial com cinco pontos de dianteira, vencendo o jogo por 20 a 15. Antes da metade do primeiro quarto, o Brasília perdeu o armador Fúlvio, que em um lance confuso deixou a quadra com um estiramento na coxa. 

Na descida para o vestiário, o jogador foi mancando e só retornou à quadra com pouco menos de três minutos de jogo no segundo tempo. Ele, porém, não chegou a entrar em quadra novamente, computando apenas 2mins20 de atuação. 
No segundo quarto, o embate tomou rumos diferentes. Com Valtinho, velho conhecido da torcida candanga, e Caio Torres inspirados, foi o Paulistano quem passou a comandar as principais ações ofensivas. 

Do lado de fora, os técnicos Bruno Savignani, do Brasília, e Gustavo de Conti, do Paulistano, travavam um duelo particular. Em determinado momento do jogo, o treinador dos donos da casa chegou a dizer para um dos árbitros da partida que "passaria a reclamar como ele", em referência ao jovem comandante dos visitantes. 

Brasília fechou a série. (Foto: Globoesporte.globo.com)
Com ânimos bem menos exaltados em quadra, os jogadores do Paulistano chegaram a ter sete pontos de vantagem (37 a 30), mas viram a dianteira ser pulverizada graças a duas cestas de Deryk Ramos e Pilar, que deixaram o placar em 37 a 35 para o Paulistano ao final do primeiro tempo. 

O Brasília voltou a sofrer com seus próprios erros na volta para o terceiro quarto. Sem conseguir imprimir o jogo de transição e sofrendo com a forte defesa do Paulistano no jogo de meia-quadra, o time começou a se perder. Com bolas forçadas e erros de passe e de marcação, os donos da casa viram os representantes da capital paulista dispararem no placar. 

Em um lance, Arthur Pecos conseguiu apanhar um rebote em meio a quatro defensores do Brasília. A jogada irritou a torcida, que passou a gritar por raça. Os gritos vindos da arquibancada mexeram com os brios dos atletas candangos, que passaram a rodar melhor a bola, mas sem encontrar antídotos para o ímpeto ofensivo do Paulistano. Alheios aos erros dos atuais campeões sul-americanos, os visitantes terminaram a terceira parcial vencendo o jogo por 58 a 47. 

Quando o time parecia nas cordas, o Brasília resolveu mudar a postura em quadra. Dois jogadores foram fundamentais para a recuperação dos donos da casa: Guilherme Giovannoni e Jefferson Campos. O primeiro, capitão do Lobo Guará, usou toda sua experiência para organizar as jogadas, sobretudo defensivas, enquanto o jovem ala/armador mostrou o porquê de ter sido contratado no início da temporada. Vindo do banco, o jogador deu ânimo novo aos brasilienses, que começaram o período com uma sequência de 9 a 2 e incendiaram o Ginásio da ASCEB. Daí em diante, o jogo ganhou em emoção, com as duas equipes se alternando na liderança. Apenas no minuto final, o Brasília abriu cinco pontos (78 a 73) e praticamente assegurou a vaga na final.

Nos instantes finais, dois outros velhos conhecidos travaram mais um duelo particular. Ex-técnico do Brasília, e atual diretor do time, José Carlos Vidal, se irritou com as seguidas reclamações de Gustavo de Conti, e passou a imitar de forma irônica o treinador do Paulistano. Nervoso, o time paulista se descontrolou. O próprio Gustavo de Conti foi o primeiro a cometer falta técnica, seguido do armador Valtinho. Depois de muito tempo de paralisação, seguido de muitas cobranças de lance livre, o Brasília fechou a partida por 83 a 78 e comemorou, pela quinta vez, uma vaga na semifinal da competição nacional. 

Reportagem: Globoesporte.globo.com

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